Por Ligia Carvalhosa
Ícone máximo do estilo natural-chic das parisienses, a ex-modelo Ines de la Fressange tem uma nova bolsa favorita. É um modelo sem logo aparente, com design discreto, que, definitivamente, não grita por atenção. Pelo contrário. Sua sofisticada discrição garante carta-branca ao acessório, para qualquer situação – sem jamais perder a elegância, tampouco a praticidade. Trata-se de uma criaçõeo de Edwina de Charette de la Contrie, a francesa responsável por bolsas de desenho clean e absolutamente desejáveis – a mais perfeita tradução do luxo-zero-ostentação, que segue em máxima ascensão. Ah, são peças únicas.
“A laContrie é uma marca de artigos de couro atemporal, mas com um certo twist”, define a designer. Ela mesma é prova viva de que a simplicidade é o cerne da autêntica elegância e que, em tempos de saturação de mercado, a exclusividade é o que há de mais nobre na moda. A história toda começou quando Edwina, até então uma produtora de televisão expert nos agitos noturnos, se propôs a desenhar uma bolsa de próprio punho. As qualidades que desejava eram simples: design e funcionalidade. O processo, contudo, não foi tão fácil. “Percebi que esse serviço e produto não existiam”, conta. Depois de se apaixonar pelos materiais que encontrou na busca pela peça perfeita, decidiu lançar uma marca sob medida, que agregasse contemporaneidade à tradição do trabalho manual e, claro, resolvesse problemas similares aos seus, no fim de 2011.
Em seu ateliê, instalado no subsolo da loja, numa travessa da Rue Faubourg St. Honoré, uma dupla de artesãos é responsável por dar vida aos modelos desenhados a quatro mãos com suas clientes. “O propósito da marca é que cada artigo seja único e se adapte ao estilo de seu futuro proprietário”, completa. Ali, é possível idealizar uma peça do zero ou customizar as bolsas e carteiras já existentes. Pode-se escolher o tipo de couro (todos exóticos, cabe dizer), a cor, o tecido do forro, os bolsos internos, o comprimento da alça, as costuras e os zíperes (todos em paládio, metal nobre da nova joalheria), além de optar pelo serviço de marquage das iniciais. Cada modelo leva de quatro dias a dois meses para ficar pronto e, a partir de janeiro, além do e-shop com entrega global, estarão à venda também na Colette, que recebe uma special summer collection com direito a customização in loco.
A imagem final é simples, mas extremamente sofisticada. Exatamente o que se imagina de uma legítima parisiense. Edwina, aliás, nasceu imersa num meio de artes e tradiçães essencialmente francesa – sua família fundou a Maison Moët & Chandon, em 1743, e sua mãe, de linhagem aristocrática, colecionava quadros e arriscava-se como designer de joias. Suas criações são produto perfeito desse mix, seguem a tradição nos processos e nos materiais da mais alta qualidade, mas carregam atitude cool e dinâmica dos tempos de agora. Como a própria gosta de dizer: “Minha vida não é clássica para uma aristocrata – sou um pouco extravagante demais para eles”.