Por Luigi Torre
Antecipando a nomeação do vencedor da segunda edição do LVMH Prize, dia 22, Bazaar apresenta as oito marcas finalistas que concorrem ao prêmio de 300 mil euros e um ano de acompanhamento pelo time criativo e administrativo do conglomerado de luxo. Todas para ficar de olho, independentemente de quem vença.
Arthur Arbesser
Moda arquitetônica, design limpo e tecidos superinovadores, eis a equação de sucesso de Arthur Arbesser. Austríaco radicado em Milão, estudou na Central St. Martins, em Londres, mas foi durante os sete anos na equipe de estilo de Giorgio Armani que se apaixonou pelas referências masculinas e estética simples que pautam seu trabalho: simples, mas nada básica. Afinal, não se pode usar tal adjetivo para falar de jaquetas five pockets com tecidos de toalha ou malhas de tricô feitas de nylon usado em linhas de pesca.
Craig Green
Revelação da moda britânica, Craig Green consegue equilibrar, como poucos, criatividade, emoção e ótimo tino comercial. Em seu desfile de verão 2015, arrancou lágrimas (literalmente) de seus convidados, com tecidos pintados à mão e apresentação cerimonial carregada de carga emocional. Poético, romântico e 100% possível. Sim, seu foco é a moda masculina, mas isso não impediu que suas peças se tornassem hit de street style também entre elas.
Faustine Steinmetz
A fórmula é simples, mas o resultado, dos mais interessantes. Francesa radicada em Londres, Faustine trabalha com formas, tecidos, e peças essenciais a todo guarda-roupa (pense em tricôs, camisetas de algodão e jeans), porém feitos manualmente e com técnicas elaboradas, que eliminam qualquer característica básica.
Jacquemus
Bom humor, anos 1980 e uma boa dose de extravagância são elementos marcantes no trabalho de Simon Porte Jacquemus, francês de apenas 24 anos e uma das mais novas estrelas da moda parisiense. À frente de sua Jacquemus, já conquistou mais de 80 pontos de venda no mundo, com um mix esperto entre imagem e apelo comercial. Autodidata, constrói suas roupas no próprio corpo, partindo sempre de memórias e experiências de sua infância – o que explica o caráter lúdico de suas coleções.
Marques Almeida
Marta Marques e Paulo Almeida são portugueses, mas radicados em Londres. São também uma das marcas com maior crescimento em 2014, graças às peças jeans no melhor estilo desconstruído dos anos 1990. Suas últimas coleções, porém, têm ido muito além do denim, com tecidos nobres e detalhes couture, tratados sob a estética grunge-chic que os designers tanto gostam.
Coperni Femme
Criada em 2013 pelo casal Sébastien Meyer e Arnaud Vaillant, a Coperni Femme é uma das melhores novidades vindas da capital francesa. Com alma essencialmente parisiense (silhueta esguia, referências ao guarda- roupa masculino) e toque futurista (daí o nome em alusão a Copérnico), oferece clássicos para todas as horas, mas com atenção especial aos detalhes, materiais inovadores e acabamentos primorosos – qualidade que Vaillant aprendeu como assistente de desenvolvimento de tecidos da Balenciaga, cargo que ocupa até hoje.
Off-white
Sob comando de Virgil Abloh, a atitude cool das roupas surradas do mundo do skate ganham refinamento made in Italy (a marca é baseada em Milão). São roupas que confundem os limites entre o estilo de rua e o prêt-à-porter de luxo, bebendo mutualmente em ambas as fontes – e com toda uma legião de seguidores reais e virtuais.
Vetements
A marca nasceu da insatisfação e dos desejos por básicos simples, mas com qualidade e informação de moda, de um coletivo de estilistas anônimos, aqui representados pelo designer Demna Gvasalia (ex-membro da equipe de Martin Margiela, o que explica o anonimato do grupo). O foco são roupas para o dia a dia e workwear (pense em jeans, macacões, jardineiras e camisetas), com tratamento quase cru e leve toque desconstruído.