Maria Filó – Foto: Divulgação
Foi durante uma viagem recente à Índia, com sua equipe, que a carioca Maria Rita Magalhães Pinto viu despertar em si o desejo por novos olhares, novas vontades, novas inspirações. Daí nasceu a coleção Despertar, o Verão 2025 da Maria Filó – a quinta coleção assinada por ela à frente da direção criativa da marca, que assumiu há dois anos. “Era meu sonho conhecer a Índia, lá tem muito do meu estilo e me encantei. O colorido, o visual, a arquitetura, tudo está traduzido nas peças com muita estampa, colorações leves, um verão bem fresco”, define Maria Rita.
O que suas convidadas verão na próxima semana, na passarela da Maria Filó montada no Copacabana Palace (mesmo lugar do ano passado, com cenários bem diferentes, como ela promete) são peças fluidas, uma preocupação grande com a modelagem, todos os tipos de shapes, túnicas longas para usar com calça, as clássicas estampas barradas, inspiradas em tapeçaria e gravataria, e as padronagens Liberty e Paisley, que Maria Rita define como parte de seu DNA e que, aqui, chegam em combinações variadas. Há ainda produções boho-chic e alfaiataria, além de tricots em propostas leves. Os bordados, outra marca da Maria Filó, dão o ar vintage à coleção. E, claro, o espírito easy chic está em tecidos nobres, como linhos e crepes, e na paleta de tons claros, como o azul e verde, amarelos aquarelados e lilás.
Aos 50 anos recém-completados, 30 deles dedicados à moda, Maria Rita conta à Bazaar que a sintonia entre estilo, arte e design sempre permearam suas criações. Ela começou aos 18 anos, como vendedora da carioca Alice Tapajós. “Eu me lembro que havia um vitrinista que fazia umas amarrações incríveis com lenços e pedi para ele me ensinar. Pedi à Alice para usar o uniforme de vendedora e ficava me produzindo, o que chamou a sua atenção. Ela acabou me pedindo para ajudá-la nos looks da campanha – gostou e acabou usando. Como ela já tinha na cabeça o desejo de fazer uma marca para o público mais jovem, me chamou para auxiliá-la na criação da Ateen – e foi assim que tudo começou”.
Foram 28 anos de extremo sucesso como diretora e sócia da Ateen, até a mudança para a Maria Filó, hoje parte do Grupo Soma, que se uniu recentemente ao Grupo Arezzo, criando a Azzas 2154, maior holding de moda da América Latina. “Quando recebi o convite para assumir a marca, isso mexeu muito comigo. Foi como se eu estivesse voltando no tempo para recomeçar. A Maria Filó já tinha coisas muito parecidas com meu DNA, mas o desafio foi trazer o meu olhar, minha assinatura, sem comprometer a sua identidade”, diz.
Maria Rita conta que uma das suas principais preocupações ao criar é valorizar a mulher. “Penso em peças que sejam confortáveis, versáteis e atemporais ao mesmo tempo. Uma roupa precisa trazer várias possibilidades. Nada me deixa mais feliz do que ouvir mulheres me contando que guardam e usam peças minhas há muitos anos”, afirma. Como ela define sua moda? “Crio peças que vão do chic ao mais relaxado, livres para se adaptarem ao estilo de cada uma. É essencialmente uma moda que veste várias gerações. Uma roupa confortável e elegante ao mesmo tempo.” Nada mais 2025 do que isso.
