
Basta voltar apenas um ano para deparar com pequenas bolsas, nas mais diversas inspirações estéticas possíveis, arrancando suspiros nas salas de desfiles. Entre os hits, vale lembrar dos fofos porta-batons de metal apresentados no verão 2017 da Valentino, quando Pierpaolo Piccioli sugeriu o uso desse acessório extra, a tiracolo, e das minaudières em formato de robô que embalaram a coleção exibida em um cenário de data center da Chanel.
Foi uma espécie de resgate às bolsinhas usadas no período da Belle Époque, que atravessavam o corpo com uma corrente ou tira bem fina e, normalmente, eram feitas de tecido ou metal. Algumas tinham estruturas nada convencionais – como ostras, corações ou animais. O que carregar dentro? Um ou dois objetos, quando não apenas moedas. Lindas, mas nada práticas.

Na mesma temporada, Demna Gvasalia trouxe o oposto: maxissacolas de feira, com direito a listras e material feito de poliéster, para a passarela da Balenciaga. Inclusive, ele, ávido pelas inspirações das ruas europeias, usou as populares shopping bags Frakta azuis, da sueca Ikea, que custam US$ 0,99, como referência para desenvolver a versão deluxe, com assinatura da maison, à venda por US$ 2.145.
Até então, o espírito avant-garde do estilista georgiano deixou claro que as proporções mudariam a partir daí. E as mulheres agradeceriam. Sem dúvida, uma ótima oportunidade para trazer simplicidade à vida agitada de quem passa o dia fora de casa e precisa carregar itens essenciais.

Entre os nomes que não hesitaram em seguir o movimento, Alessandro Michele investiu na adaptação de uma das it-bags da Gucci, a Sylvie, para extra-extra-large, mostrando que a amplificação poderia ser o segredo para modernizar o visual maximalista do pre-fall 2017 – composto por meias coloridas, texturas impactantes, bordados e estampas de flores e felinos. Tudo em uma sintonia too much, mas de forma ousada e jovem.
Na semana de moda masculina do inverno 2017, a Louis Vuitton apresentou a capsule collection desenvolvida com a Supreme, que se tornou desejo absoluto, composta pela clássica Keepall Bandoulière 45, reinterpretada com fundo vermelho e aplicação do nome da marca norte-americana em branco.
A estética gigante e chamativa (no bom sentido da palavra) também marcou a britânica Burberry e a sua nova tote reversível The Giant, nos tamanhos médio e realmente grande, coberta pela padronagem xadrez, que traz características emblemáticas da sua tradição e deixa ainda mais distante a possibilidade de passar despercebida.

Em solo italiano, a Fendi deu à Peekaboo uma irmã mais velha, enorme e com logos, um resgate do que foram as bolsas dos anos 2000. A partir daí a tendência já estava consumada, principalmente nas ruas e vitrines. Ela poderia ser ajustada a qualquer shape.
Para o resort 2018, Tibi, Givenchy e Versace, entre outras, levaram o conceito para suas criações, destacando estruturas que vão da mala de viagem neutra à bucket bag ultracolorida esportiva, passando pela hobo monocromática.

Na Christian Dior, a diretora criativa Maria Grazia Chiuri, encantada pelos arquivos da maison francesa, escolheu o tecido Dior Oblique, desenvolvido na década de 1970, para dar o toque vintage à Dior Book Tote desfilada no Verão 2018. Outro ponto explorado por Chiuri foi o encontro da herança sofisticada da marca com a ideia de street couture, ao lado de itens tradicionais do guarda-roupa urbano, como o jeans.

Quase por unanimidade, o inverno 2018 promete opções amplas para todos os gostos. Jonathan Anderson elegeu a mochila all white, com bolsos externos volumosos, para uma proposta genderless e como mais um exemplo das suas criações que deram uma injeção de rejuvenescimento para a espanhola Loewe.

Para segurar além das alças, Chanel, Maison Margiela e Valentino exibiram seus modelos carregados como se fossem clutches. Já as shopping bags surgiram elegantérrimas nas coleções da Gucci e Christian Dior, enquanto a Fendi entrou para o jogo do streetwear, graças à parceria com a Fila, e desenhou um novo logo com a fonte da marca esportiva.

Na Balenciaga, Gvasalia permanece apertando o zoom nas suas criações e dá um tom anos 1990 à bolsa de viagem com seu nome em 3D. Uma prova de um ciclo forte – e da possibilidade de ir à academia com uma it-bag dessas.
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