Brinco de plástico com metal folheado a prata, R$ 285. Foto: Divulgação

Brinco de plástico com metal folheado a prata, R$ 285. Foto: Divulgação

Carlos Penna tem apenas 27 anos, mas já pode ser apontado como revelação do design de joias brasileiro. O porquê fica claro com as imagens que ilustram esta matéria. Sua abordagem foge de qualquer padrão ou amarras da joalheria tradicional para abraçar a liberdade de expressão tão essencial à moda de agora. “Vi na área uma forma de manifestação e criação. Ao longo do meu dia, vejo possibilidades em tudo. Tudo o que me envolve é algo que pode ser transformado”, diz ele.“A marca surge com esse intuito, tudo é passível de transformação, desde uma cadeira até o que encontro em um passeio pode se tornar algo completamente novo.” Bem como suas próprias peças, que, segundo este mineiro natural de Ipatinga, ganham autonomia e podem ser usadas e reinventadas por quem as usa. Melhor exemplo é sua mais recente coleção.

Brinco de plástico com fios de metal folheados aouro, R$ 225. Foto: Divulgação

Brinco de plástico com fios de metal folheados a
ouro, R$ 225. Foto: Divulgação

Com o nome de Mutação,são brincos,pulseiras,anéis e colares feitos de borracha, plástico, mangueira, fios folheados a ouro e prata e metais.Tudo moldável ao gosto do freguês.“Queria que as peças pudessem se modificar, queria que o consumidor pudesse criar seu próprio movimento”, explica ele, que, a cada nova estação, busca materiais nada usuais para servirem de base para suas criações.“A ressignificação de objetos e materiais é o ponto-chave da marca. Já trabalhei com plantas em processos botânicos, placas corroídas, vários tipos de ligas metálicas, pregos, porcas…” Criatividade, para ele, é algo que vem de berço – não sem alguma resistência.“Cresci no meio da produção da empresa de acessórios da minha mãe, mas não me imaginava criando joias”, relembra.

Pulseira de metal folheado a prata, R$ 275. Foto: Divulgação

Pulseira de metal folheado a prata, R$ 275. Foto: Divulgação

Sua primeira opção de faculdade foi Arquitetura, mas não durou muito. Pouco tempo depois, estava matriculado num curso de Design de Moda.“No início, eu renegava essa área, porque não era o que queria, justamente por ter vivido tudo. Sempre fui mais interessado pelas artes e pelo seu modo de criação, mas percebi que não precisava seguir o mesmo caminho de minha mãe e poderia extrapolar esses limites, usar a joia como plataforma de expressão.” 2 Não surpreende que sua maior inspiração seja a artista plástica Lygia Clark.“Ela revolucionou a arte,trabalhou com diversos tipos de materiais e aproximou e incorporou o espectador com a obra”, explica ele.“Essa interação entre novos materiais, o objeto, um conceito em constante transformação e essa experiência do espectador são o que mais me inspira como criador, e como quero desenvolver a marca.”

:: amdo.com.br/carlospenna