Por Camilla Bello e Helena Moro
Entra e sai temporada e o assunto magreza excessiva não sai da pauta. Ainda mais porque, em abril desse ano, foi aprovada na França uma lei em que as agências de modelos precisarão comprovar, por meio de um atestado médico, que suas garotas estão saudáveis e não sofrem de desnutrição. A iniciativa leva em conta o índice de massa corporal (IMC): quem estiver abaixo da média não poderá estar nas passarelas e a empresa sofrerá punições.
De olho nisso, Bazaar conversou com tops brasileiras nos backstages da temporada de inverno 2016 do SPFW e ouviu o que elas tem a dizer sobre o assunto. Dá uma olhada:
1 / 8Aline Weber – “Não sei se a iniciativa será útil. Sim, existe uma pressão para mantermos o corpo em forma, mas acredito que o jeito certo para tal seja um acompanhamento médico e execícios físicos. É claro que existem meninas doentes, eu mesma já convivi com amigas que sofreram desta pressão e não conseguiram lidar com isso. Creio que, por essa razão, as agências estejam mais conscientes sobre o assunto.” – Foto: Ludmila Bernardi
2 / 8Carol Trentini – “A grande questão é não descuidar da saúde. Se você é magra e saudável, não há nada errado nisto. Posso dizer que sou contra modelos muito magras e que conseguem isso da maneira errada. O fato é que minha profissão exige isso, não tem como. Eu adoro comer, amo um brigadeiro. Sou humana, né?” – Foto: Agência Fotosite
3 / 8Barbara Cavazotti – Por que você não… Põe uma música alta na sua casa e dança sozinha na frente do espelho? É ótimo para extravazar as emoções e estresses! – Foto: Ludmila Bernardi
4 / 8Carol Ribeiro – “Acredito que o que acontece na Europa até pode ajudar, mas é um assunto complicado. Hoje vivemos em uma realidade onde tudo é levado ao extremo – tanto para críticas quanto elogios. No meu caso, me cuido e sou magra, mas meu biotipo ajuda muito. Em sua maioria, as modelos são naturalmente magras. É visível quando uma menina não é saudável, dá para ver nos olhos. Creio que o direcionamento tenha que vir da família. Algumas agências até tentam, mas não é total responsabilidade delas.” – Foto: Ludmila Bernardi
5 / 8Daiane Conterato – “Graças a Deus tenho um biotipo que me ajuda. Já conheci meninas que tinham um problema maior em relação ao peso. Isso é mais complicado, porque elas sofrem o efeito sanfona [emagrecer e engordar em seguida]. Na minha agência, a Mega Models, tínhamos uma nutricionista que fazia visitas para conversar com as meninas, principalmente as new faces.” – Foto: Ludmila Bernardi
6 / 8Viviane Orth – “Eu ouço falar sobre essa lei há uns oito anos e acho que não vai levar a nada. As pessoas querem criar uma polêmica que não existe. Nunca vão ter mulheres gordas na passarela, modelo tem que ser magra. Nosso biotipo é diferente, mas é claro que tem meninas que escolhem o lado mais fácil e preferem emagrecer pelos métodos errados. Minha agência tem nutricionista acompanhando elas, mas também tem muita gente nos pressionando, algumas nos consideram um produto.” – Foto: Agência Fotosite
7 / 8Renata Kuerten – “Acho que essa lei não vai ser levada ao pé da letra. Deve, sim, existir uma preocupação, as meninas não podem ser doentes. É necessário se cuidar e fazer exercícios. Às vezes, a questão não vem das agências e sim das amigas, algumas delas querem ter o corpo de outra, não importa como. Estou há 11 anos na Mega Models e nunca vi isso acontecer.” – Foto: Ludmila Bernardi
8 / 8Ari Westphal – “Não creio que o teste de IMC seja a solução ideal. A magreza excessiva é uma doença psicológica, que deve ser tratada como tal. Cabe às agências acompanharem o passo a passo das meninas. No meu caso, tive sorte, meu biotipo me ajuda.” – Foto: Ludmila Bernardi