
Brincos e colares Nathalie Edenburg e top Haight – Foto: Fernando Mendes, com direção criativa de Kleber Matheus, direção de arte de João Pessoni, beleza de Jojo, coordenação Mariana Simon, produção executiva de Zuca Hub, assistência de Davi Tarricone e Retoque de Hadrien Raitani
Na mistura inusitada dos aromas de tinta a óleo e Oud Rosewood, perfume da Christian Dior, Nathalie Edenburg constrói o universo criativo e singular que ela própria descreve como “natural”. Tudo que faz, aliás – das pinceladas ao design de joias –, parece nascer de um processo impossivelmente corriqueiro. A fórmula, ela explica, surgiu ainda na infância, quando a mãe (Patrícia Teixeira, modelo nos anos 1980) a incentivou na busca pelos sonhos. O maior deles, então, era seguir a mesma carreira. “Fiz algumas campanhas publicitárias, mas, depois, fiquei tímida”, relembra rindo. “Foi só na pré-adolescência que retomei essa vontade.” Desde então, não parou.

Nathalie usa calça Renner, blusa EGREY, sapatos Mafalda e cinto Corello – Foto: Fernando Mendes, com direção criativa de Kleber Matheus, direção de arte de João Pessoni, beleza de Jojo, coordenação Mariana Simon, produção executiva de Zuca Hub, assistência de Davi Tarricone e Retoque de Hadrien Raitani
Aos 14 anos, já estava morando em Tóquio, onde passou quatro meses. Mais tarde, o destino seria Nova York, onde viveu por cinco anos. Do agito, viu nascer interesses que também nunca abandonou, como a arte. “Quando comecei a viajar, carregava um caderninho de desenhos. Minha mãe apoiou esse lado criativo, porque ela mesma fazia croquis. Estudou moda, sabe? Foi como descobri meu traço, que, hoje, considero muito feminino.”

Nathalie usa jaqueta Frankie Shop, calça Charth e óculos Bottega Veneta. O quadro é de Marcelo Cipis – Foto: Fernando Mendes, com direção criativa de Kleber Matheus, direção de arte de João Pessoni, beleza de Jojo, coordenação Mariana Simon, produção executiva de Zuca Hub, assistência de Davi Tarricone e Retoque de Hadrien Raitani
Para Nathalie, “a arte é uma forma de me conectar comigo mesma” e, apesar de se descrever como “caseira”, adora passear pelo acervo do MASP. Das referências que traz desse mundo, cita as surrealistas Leonor Fini, Remedios Varo e Leonora Carrington e as modernistas Tarsila do Amaral, Georgia O’Keeffe e Louise Bourgeois. “Gosto das artistas mulheres, porque sinto que elas me representam.”
Na moda, pilar essencial de sua personalidade esteta, fala de clássicos como Chanel, Dior e, com um suspiro, de Giorgio Armani. “Uma das primeiras peças importantes que comprei para o meu guarda-roupa foi um blazer vermelho da Armani. Tenho há tanto tempo que já virou até vintage.” Durante a conversa, Nathalie admite que gosta de guardar e cultivar memórias. “São tesouros.”

Brincos Nathalie Edenburg – Foto: Fernando Mendes, com direção criativa de Kleber Matheus, direção de arte de João Pessoni, beleza de Jojo, coordenação Mariana Simon, produção executiva de Zuca Hub, assistência de Davi Tarricone e Retoque de Hadrien Raitani
Aos 31 anos, com as experiências que acumulou, reflete que, entre suas maiores realizações está o How I Feel Today, projeto social e artístico que começou com uma série de pinturas criadas diariamente durante um ano e apresentadas, em 2016, durante a São Paulo Fashion Week. “É algo que está comigo e planejo continuar e expandir pelo resto da minha vida.” Mais alguma conquista? “Ah, sim, minha filha!”, brinca, falando de Sophie, que nasceu no ano passado.

Nathalie usa top e saia AO e sapatos Giorgio Armani – Foto: Fernando Mendes, com direção criativa de Kleber Matheus, direção de arte de João Pessoni, beleza de Jojo, coordenação Mariana Simon, produção executiva de Zuca Hub, assistência de Davi Tarricone e Retoque de Hadrien Raitani
“A maternidade teve um efeito enorme em mim”, conta. “Acho até que fiquei mais ligada em moda. Meu corpo se transformou, então precisei me transformar também. Comecei a entender melhor meu estilo e percebi que desejo que a minha filha tenha a mesma oportunidade de explorar aquilo que gosta.” Tudo é dito com um tom de introspecção, quase reflexivo. “Minha criatividade precisa fluir. Não sei existir sem me expressar.” Vive pela estética? “Não. Mas ela ajuda” (risos).