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A estilista e empresária Nidia Duek apresenta oficialmente sua primeira coleção de joias autorais, hoje (05), composta por 37 peças entre colares, pulseiras, brincos, anéis e pingentes. O lançamento marca uma nova fase na trajetória da criadora, que foi sócia e diretora criativa da Fórum e da Triton e, nos anos 2000, comandou a marca homônima de moda festa.

Inspirada pelo tema da fecundação, a coleção tem origem em um exercício criativo iniciado em 2007, que, ao longo dos anos, ganhou forma e unidade estética. “As formas surgiram quase por acaso, como um renascimento. Percebi que havia um fio condutor e decidi transformá-lo em coleção”, afirma Nidia.

As joias combinam prata, ouro amarelo 24k, ouro rosé e pedras como ametista, ônix e água-marinha, explorando volumes orgânicos e contrastes de cores. O objetivo da criadora foi valorizar a prata, oferecendo maior acessibilidade sem abrir mão da sofisticação. “A joia me dá possibilidades infinitas. Diferente da roupa, não está limitada ao corpo. Ela é ilimitada”, explica.

Entre os destaques está o ear cuff desenvolvido para integrar aparelhos auditivos, resultado de mais de um ano de pesquisa e produção. A proposta é incentivar o uso do dispositivo e desmistificar o estigma em torno dele, transformando-o em elemento de estilo.

Nidia concedeu uma exclusiva para a BAZAAR sobre o lançamento

HARPERS BAZAAR BRASIL: Nidia, você que tem uma longa e relevante trajetória na moda, qual foi o grande momento em que decidiu seguir esse caminho da joalheria? Qual insight você teve e necessidade que percebeu nesse mercado?

Nidia Duek: Sempre gostei de joalheria, sempre fiz para amigas informalmente. Comecei a estudar há treze anos com o Atelier Flavio Franco, além das minhas pesquisas em livros e viagens. Foi em 2024 que comecei a me profissionalizar com o curso do Núcleo de Joalheria.  Eu amo a prata, a energia dela. Também trabalho com ela por ser um metal mais acessível, facilitando o acesso das pessoas em geral. Quando sento na bancada, eu viajo com a prata. Não sigo o mercado — faço um trabalho autoral e foco na minha inspiração do momento.

HBB:  O que te instigou a fazer uma coleção inspirada na fecundação? Seria um renascer como criadora e um nascer da nova marca?

ND: Acho que tudo tem uma sementinha que gera a fecundação — isso me fascina. É vida! O espermatozoide é um grande exemplo disso; adoro o movimento deles. Por isso, nesta coleção busquei exatamente esse elemento não estático.  Acho que foi mais por vontade de criar mesmo. Sou muito ativa e agora tenho liberdade de escolher meu caminho, dedicando-me à minha paixão por este mundo das joias.

HBB: As peças são lindas. Você poderia compartilhar um pouco sobre o processo criativo?

ND: As ideias geralmente surgem naturalmente e eu vou colando referências em meus painéis. Assim, vai se formando uma “família de ideias”…

HBB: O que podemos esperar das próximas coleções? Sempre temas inusitados como esse?

ND: Sim, gosto de ir na contramão (risos). A próxima novidade será uma collab com a PAPELARIA de Christian e Fabiola Pentagna. A ideia surgiu da minha paixão por leques — acho que devido à minha origem espanhola — e vai ao encontro dos leques feitos em papel, com a maestria que só eles têm.

HBB: Qual o maior desafio e a maior oportunidade que você vê no mercado da joalheria autoral brasileira?

ND: Penso que existe lugar para todos no mercado autoral. Na minha opinião, o diferencial está na mágica da liberdade com a criatividade.