
Misci, ‘O Culto a Si’ (Foto: Divulgação/Zé Takahashi)
Pode ter sido o sol “de fritar” ou, simplesmente, as sunguinhas de pirarucu no modelo-artista Pedro Brantes. Fato é que, ao final do desfile da Misci, Airon Martin continua tão ‘hot’ quanto nunca. Um dia depois da apresentação de Lenny Niemeyer (que marcou presença entre os convidados de hoje), o estilista brasileiro levou para o Antigo Noviciado de Nossa Senhora das Graças das Irmãs Salesianas, no Ipiranga, em São Paulo, sua mais nova coleção: ‘O Culto a Si’.
Não é tão narcisista quanto soa, ainda que, recentemente, o loiro tenha voltado com louros da Europa e reconhecimento internacional merecido. Aqui, é seu processo criativo minucioso – e a essência de brasilidade refrescada, ideal para o clima – o centro da inspiração, que não foi igual para todo mundo. Para quem assistiu dos jardins, por exemplo, uma saia com folhas de orelha de elefante em couro vegano (trabalho da beLEAF) teve máximo efeito orgânico. Já para quem viu tudo de dentro, as paredes brancas e azul-claro fizeram o cenário perfeito para conjuntinhos na mesma paleta.
No assunto cor, marinho e vermelho dominaram, juntinho com os marrons, “offs” e neutros tradicionais da marca – tudo em sobreposições inesperadas. Algumas, em sedas e materiais à prova de balas (bangue-bangue fashionista). Outras, em tecido de upcyling, misturadas com massas de cerâmica criadas em parceria com a artista Vivi Rosa. Igualmente inesperado foi a ausência inédita de estampas, compensada com bordados e a nova bolsa Forró, a primeira com tampa – uma versão renovada de uma favorita da casa, a Bambolê.
Aqui e ali, ainda, alfaiatarias do tipo bem cortadas (raríssimas hoje) que estrearam a nova etiqueta do designer, batizada ‘Airon Martin’, dedicada a criações luxuosas no melhor do estilo “ateliê”. O charme Dries Van Steen estava usando uma dessas. Já dá para sentir a temperatura subir ainda mais?