Coleção em collab entre Helô Rocha e Riachuelo. Foto: Divulgação

A recente collab com Helo Rocha, lançada em desfile num casarão modernista em São Paulo, foi o ponto de partida de um novo momento da Riachuelo, uma das maiores varejistas de moda do Brasil. Investir nas raízes e na brasilidade é um dos motores desse movimento, que culminou no anúncio do lançamento da primeira pop-up da marca, na Rua dos Pinheiros, em São Paulo. Com abertura em 12 de dezembro, o espaço promete ser palco da identidade brasileira.

Mais do que um ponto de venda, a loja foi concebida para ser um lugar de experiências, com o propósito de convidar os clientes a vivenciar ativações, eventos e oficinas. A brasilidade estará nas texturas, nas cores vivas e no paisagismo com plantas nativas em um ambiente regado à luz natural. Logo na entrada, a obra que recepciona o público foi criada por Gabriel Fernandes, artista potiguar parceiro da Riachuelo desde 2024. Ele desenvolveu uma escultura em formato de carretel, que é um símbolo forte da história da marca.

A pop-up também será a primeira da rede a sediar o Clube Loop, um programa de entrega de roupas usadas para serem transformadas em futuras coleções de upcycling. “Ela materializa o momento de transformação da Riachuelo, conectando a loja às nossas histórias. Resgatamos nossas raízes e iniciamos uma nova fase de expansão”, afirma Cathyelle Schroeder, CMO da Riachuelo, nesta entrevista à Bazaar:

Harper’s Bazaar: De onde partiu a ideia de uma pop-up regada a brasilidade?
Cathyelle Schroeder: É um desdobramento direto da jornada de transformação que estamos vivendo há dois anos na Riachuelo. Esse novo momento é um reflexo desse processo: um resgate das nossas raízes e da nossa essência para celebrar o Brasil, e traduzir tudo isso em experiência. A loja simboliza essa virada de maneira muito clara, o que materializa tudo o que construímos internamente e abre caminho para o que vamos levar para toda a rede nos próximos anos. A pop-up é um convite para que o consumidor viva essa nova Riachuelo. É um espaço vivo, que vai funcionar por 12 meses, sempre mudando, sempre respirando novidade – exatamente como queremos que a marca seja percebida daqui para frente.

HB: Como vai ser feita a curadoria das peças? Elas serão diferentes das lojas tradicionais?
CS: A Pop-up funciona com um modelo dinâmico: a cada quinze dias, nós atualizamos o layout, as coleções e as ativações, sempre guiados por uma seleção estratégica que mantém o espaço vivo e em movimento.

O sortimento também é diferente das lojas tradicionais. Aqui, damos destaque para peças-chave e para tudo o que representa avanço em produto. Temos o espaço D-Ultras, dedicado às nossas linhas tecnológicas. Trazemos também Pool Jeans, com produtos desenvolvidos em processos mais sustentáveis, que usam 70% menos água e 60% menos químicos. E o espaço recebe ainda nossas collabs, incluindo a nova coleção assinada pela Helô Rocha.

HB: Depois de Helo Rocha, já há outros nomes no horizonte?
CS: As collabs têm um papel muito especial para a Riachuelo. Elas são uma forma de abrir a nossa casa, de compartilhar as nossas raízes e de dar visibilidade para a potência criativa que existe no Brasil. Ao longo da nossa história, já construímos mais de 70 parcerias. Ainda não posso revelar os novos nomes, mas posso garantir que continuaremos investindo em colaborações que façam sentido, que tragam relevância cultural e que expressem tudo aquilo em que acreditamos como marca.

HB: Como será o projeto de upcycling com o Pool Loop?
CS: A loja de Pinheiros será a primeira da nossa rede a transformar peças usadas, entregues nos coletores, em novas coleções de upcycling. É um passo importante dentro do nosso compromisso com a moda circular e dá ainda mais força ao Pool Loop, nossa linha de jeans reciclado. Esse programa incentiva a circularidade, mas também reforça um olhar de cuidado com o produto, com as pessoas e com o futuro da moda que queremos construir.

HB: Há outros planos de expansão pela frente?
CS: Ao longo dos próximos anos, esse movimento será replicado gradualmente em todas as unidades. As primeiras reformas no modelo full começam no primeiro trimestre de 2026. É um passo importante porque traduz, no espaço físico, tudo o que temos construído internamente: experiência, cuidado, relevância e proximidade com o consumidor em cada ponto de contato.

HB: Como você definiria esse novo momento da Riachuelo no cenário da moda?
RESP: Esse novo momento também se reflete na evolução do nosso time, que cresceu e está ainda mais dedicado a trazer informação e imagem de moda – com um resultado despojado e chique, conectado com a mulher brasileira. Estamos mais rápidos na leitura de tendências e fortalecemos nossa plataforma de collabs, que democratiza o acesso a nomes consolidados, além de impulsionar e apoiar talentos, como Airon Martin, Guilherme Lira, Alexandre Pavão, Gabriel Fernandes, Helô Rocha e tantos outros. Trazemos histórias sobre processos, símbolos e pessoas que fazem parte da moda nacional. Isso passa pelas bordadeiras de Timbaúba dos Batistas, pelo trabalho do Instituto Riachuelo, pelas mãos que costuram nosso dia a dia e por vozes que nos ajudam a narrar essa trajetória.

Serviço
Pop-up Riachuelo: Rua dos Pinheiros, 473, São Paulo.