Wagner Kallieno é nome promissor da nova safra da moda brasileira

Dentre os estreantes na última edição do SPFW, o potiguar Wagner Kallieno chamou a atenção pela maturidade com que botou na passarela uma moda assumidamente sexy, mas que passa longe da estética periguete que assola boa parte das grifes adeptas de fendas e decotes. Primeiro, seus comprimentos eram todos pelos joelhos ou logo abaixo deles; a cartela, elegante, manteve-se em tons de branco, cru e bege, enquanto flores em 3D, cristais e delicadas pedrarias tomaram o lugar das estampas tão queridas das brasileiras. “Minha mulher é sexy, sim, mas isso não passa necessariamente pelo excesso de pele à mostra; é uma questão de atitude”, explica Wagner em entrevista à Bazaar. Fiel às raízes nordestinas, o estilista trabalhou com materiais naturais, como linho, seda e a preciosa renda de Caicó (RN), aos quais misturou fios de metal. Tudo embalado em uma imagem de festa minimal mais do que atual. “Cansei dos excessos. Descobri, recentemente, um novo Wagner, e eu me gosto mais assim”, afirma, com uma segurança impressionante para alguém com apenas três anos de voo solo.

Bem aceito comercialmente, o desfile de verão 2015 foi um divisor de águas na carreira do vencedor do prêmio Rio Moda Hype de 2010. Naquele momento, a grife própria era apenas um embrião. Hoje, tem vinte funcionários, vende suas criações em 30 endereços Brasil afora e não pretende se acomodar. “Lojas que nem sequer retornavam meus contatos hoje me procuram para fazer pedidos”, conta, orgulhoso. Esperto, ouviu os anseios das clientes e adaptou sua gama de produtos para os diferentes climas e costumes do País. “Incluí jaquetas, calças, blazers e casacos, além de peças de couro.” Seus preços variam de R$ 180 para uma regata a R$ 5 mil por um de seus vestidos. A primeira loja tem como endereço a sua Natal, mas São Paulo está na mira e deve ser o próximo destino do fã de Nicolas Ghesquière e Riccardo Tisci.