Por Rodrigo Yaegashi e Renata Brosina
Para abrir o quarto dia da SPFW, na quarta-feira (25.04), a A. Niemeyer trouxe a atmosfera praiana da cidade norte-americana Montauk com alta dose de conforto e elegância. As modelagens oversized dividiram cena com texturas, nos vestidos de tricô, saias xadrez longas, blazers retos e maximoletons felpudos, dando um respiro de bem-estar à estética criada pelas estilistas Fernanda Niemeyer e Renata Alhadeff para o inverno 2018 da marca. Há também recortes quadriculados, que simulam azulejos, e transparências em modelos longos e vaporosos, que contrastam a estrutura marcante da lã.
Já Lenny Niemeyer apostou no safári utilitário para mostrar uma nova proposta para o espírito da mulher carioca. A coleção ganhou ainda mais leveza e cara de praia quando aparecem as camadas e sobreposições. Pense em peças com modelagem desabada e desestruturada em camisas e calças – algumas com aplicação de macramês.
Para os maiôs e biquínis, a estilista apresentou versões com franjas longas e modelos com mangas típicas de vestidos de festa com a proposta assimétrica de apenas um lado só. A cartela de cores também reúne boas opções que transitam entre neon, pastel e terrosos.
Mergulhando na estética carioca da década de 1950, a Salinas propõe um mood esportivo fino, com referências vindas do tênis e de práticas à beira mar. Há uma série de estampas baseada em grafismos e desenhos divertidos, como drinks e raquetes de frescobol, decorando camisas pólos ampliadas, que fazem as vezes de vestidos e são o contraponto dos acinturados biquínis e maiôs e saídas de praia.
Bazaar adorou também as toalhas usadas como turbantes com aba de quepe e os mocassins envernizados usados como mules.
Estreante nas passarelas da SPFW, a Beira trouxe suas peças com arquitetura desfeita, de forma desestruturada, com ar genderless para camisas, saias, bermudas e vestidos. O minimalismo é reforçado com assimetrias, tecidos molengas, em tonalidades baseadas, principalmente, no nude-terroso e vermelho.
A juventude da Cotton Project deu à coleção ainda mais frescor com melhor casting do dia. O conjunto composto por modelos, cenografia e trilha sonora do transportam diretamente para o mood. A bem-sucedida interpretação do estilo western surge com proposta de twist cool, com destaque para alguns elementos, como as botas brancas. Pena que só tem um look pijama!
Para o inverno 2018, Lino Villaventura traz o que consideramos o genuíno street couture – com boa dosagem de maximalismo. O exagero é visto nas modelagens volumosíssimas em camisas, casacos e vestidos devidamente bordados. O hi-lo é visto também na coordenação dos visuais, como o look composto por parka com aplicação de pavões nas costas – e tênis de cano alto nos pés!
A construção do avesso, com direito à imperfeições propositais, foi o caminho seguido por Luiz Cláudio para o Inverno da Apartamento 03. Há emaranhados de tecidos, que simulam a parte interior das peças, formando florais rebuscados em vestidos e na alfaiataria elegante.
Pregas e plissados, também vistos de dentro, decoram a assimetria de saias, calças e trench coats estruturados. Enquanto isso, a leveza surge em parkas transparentes – e cobertas por linhas felpudas e bordados metálicos, que trazem descontinuidade nas linhas finas.