Dita Von Teese - Foto: Divulgação

Dita Von Teese – Foto: Divulgação

Por Cibele Maciet

Dita Von Teese dispensa apresentações. Rainha do burlesco e do cabaré erótico, ela é uma pura homenagem às vedetes voluptuosas dos anos 1930, 1940 e 1950, como Betty Grable e Bettie Page.

Em uma época em que as apresentações do gênero foram consideradas ilícitas pelas leis conservadoras americanas, Dita ressurge, 80 anos depois, como parte de uma nova forma de encenação sensual. “Quando foram proibidos, os espetáculos maravilhosos dessa época se transformaram em shows picantes para homens. Minhas apresentações, hoje em dia, são destinadas a um público 80% feminino”, orgulha-se Dita. “A comunidade LGBT também é assídua dos meus shows. Isso me deixa muito feliz”, acrescenta.

Mas a vedete, nascida em 1972 em Michigan, nos Estados Unidos, veio de uma família humilde e distante dos holofotes. A mãe, manicure, lhe transmitiu a paixão pelos filmes da década de ouro de Hollywood. Das aulas de balé clássico na infância até a loja de lingerie fina na qual trabalhou na adolescência, tudo contribuiu para sua vocação artística.

Dita Von Teese - Foto: Divulgação

Dita Von Teese – Foto: Divulgação

Mas, muito antes de ser aplaudida pelo mundo inteiro pelas performances teatrais, Dita mantinha o pseudônimo de Heather Sweet. Depois de uma curta carreira com filmes pornográficos lésbicos e uma capa para a revista “Playboy” americana, em 2002, ela abandonou a alcunha e adotou Dita von Teese, inspirado em Dita Parlo, atriz de cinema mudo. O Von Teese veio de uma lista telefônica.

Após dois casamentos – um com Marilyn Manson e outro com Louis-Marie de Castelbajac, filho do estilista francês Jean-Charles de Castelbajac -, ela está atualmente em cartaz com o espetáculo “The Art of the Teese”, com efeitos visuais que deixam o público de queixo caído.

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Dita Von Teese - Foto: Divulgação

Dita Von Teese – Foto: Divulgação

Deliciosamente decadente, famosos números são substituídos ou atualizados. As silhuetas são de alta-costura, além de saltos agulha criados especialmente por Christian Louboutin. O show é de encher os olhos dos mais crédulos. “As apresentações que fazia há 15 anos são diferentes das que estou fazendo agora. Gosto de pensar que mantenho o mesmo espírito, mas com algo novo, extravagante e moderno ao mesmo tempo”, diz a estrela. “Faço questão de manter a alma clássica burlesca americana, mas em um outro nível, diferente dos anos 1930 e 1940.”

Outros destaques do show são Lazy, um striptease em Technicolor; Swan Lake Stripteese, homenagem à arte do balé; além de Rhinestone Cowgirl, acompanhada do Vontourage, grupo de homens dançarinos para lá de sensuais. “Há beleza e diversidade em meus shows, celebro a divindade da vida em todas as suas fases”, conta. “Como hoje em dia a questão do gênero é muito vaga, faço algo diferente das mídias mainstream, que lidam com sexualidade de forma muito direta”, completa.

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Dita Von Teese - Foto: Divulgação

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O show, que está em cartaz desde o final do ano passado, faz seu grand finale em 15 de novembro, no Edinburgh Playhouse, na Escócia. Enquanto isso, ela olha para o passado e pensa nos 16 anos de carreira. “Sempre fui obcecada pelo burlesco, desde garotinha. Amo minha profissão, porque ela celebra a feminilidade e mostra às pessoas a arte da nudez. Sobretudo, em um grau que não é abusivo. Meu dever é abrir a cabeça das pessoas sobre o nudismo.” Dever cumprido, Dita.