Pele na menopausa: o que fazer no período em que ocorre perda de 30% do colágeno

Foto: Arquivo Harper’s Bazaar

Apesar de assustar a maioria das mulheres, a palavra menopausa não precisa ser um tabu, afinal, a maioria de nós passará por isso. Por volta dos 45 anos, apresentamos uma queda de estrogênio, iniciando o período de climatério que é seguido pela menopausa.

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Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que, até 2030, um bilhão de mulheres estarão atravessando essa fase. E, apesar de já termos conhecimento da maioria dos efeitos que ela causa no corpo, você sabe como a menopausa se relaciona com a pele?

A dermatologista Michele Monteiro, Membro Titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia, pontua que, neste período, ocorre a perda de aproximadamente 30% de colágeno, o que torna a pele mais flácida e fina. “Há uma diminuição de fibras elásticas e da capacidade de hidratação, além da redução do tecido subcutâneo, deixando-a mais frágil a qualquer trauma, o que pode ocasionar manchas arroxeadas”, explica a especialista.

Para quem pensa nos cuidados que podemos ter com o maior órgão do nosso corpo, a dica é fazer um banco de colágeno através de bioestimuladores e tecnologias que vão incentivar esta proteína.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) ressalta que em alguns casos mais graves, principalmente quando existe exposição excessiva ao sol, é possível o surgimento de manchas e rugas. Nos antebraços, pode acontecer um afinamento da pele, associado a hematomas e até feridas. Por isso, a Dra. Michele orienta evitar exposição solar excessiva.

“Durante este período, devemos manter a proteção através de um bloqueador de FPS 50, utilizando uma camada espessa, com quantidade equivalente a uma colher de chá, para o rosto”, sugere a especialista.

Entre outros cuidados com o skincare, é indicada uma suplementação específica com peptídeos, o que aumenta a espessura da derme com o uso contínuo. Cremes indicados para esta faixa etária melhoram a hidratação e textura, podendo ser utilizados em diferentes áreas do corpo, não apenas no rosto.

“Na menopausa, diminuímos a capacidade de hidratação do nosso organismo, por isso, os veículos devem ser mais espessos. Os cremes são mais indicados do que os séruns, mas isso deve ser orientado pelo seu dermatologista, após avaliar o caso. Quanto aos produtos de limpeza, optamos pelos que não contenham sabão na fórmula. Mesmo em peles com oleosidade excessiva, lançamos mãos dos ativos contra a oleosidade, mas que conseguem manter a integridade do manto lipídico”, comenta a médica.

Quanto à esfoliação, a orientação é não torná-la um hábito frequente. “Caso a indicação for uma esfoliação física, orientamos que seja feita a cada 15 dias. Se o paciente utiliza algum produto, como os alfa-hidroxiácidos, não há necessidade de investir em outro meio”, indica.

Já nos consultórios, a sugestão são protocolos que visam a melhoria da sustentação e firmeza, além de relaxar a musculatura. “Podemos associar tecnologias, como ultrassom microfocado e laser ablativo, com injetáveis, preenchedores de ácido hialurônico e bioestimuladores de colágeno. Também lançamos mão da toxina botulínica para diminuir a tensão muscular”, finaliza.