Por Gilberto Júnior
Janeiro. Anitta é flagrada em um beco de uma favela simulando sexo oral em um rapaz. A cena era parte de um projeto que prometia impactar o mundo. Entre as gravações e o lançamento de “Funk rave”, no começo de tarde desta sexta-feira (23.06), muita coisa mudou no mundo da cantora. Ela mudou de gravadora, assinou com uma nova empresária, performou na final da Liga dos Campeões da Europa… “Estou feliz”, afirma a carioca, de 30 anos, que em breve lançará um álbum que exalta suas raízes.
“Funk rave”, aliás, é o primeiro capítulo dessa nova era. No vídeo, ela aparece em uma comunidade da Zona Oeste do Rio de Janeiro com looks inspirados em seu visual da adolescência e início de carreira. Os shorts de lycra usados à beça na década de 2000 ganham atenção especial. “São peças que eu usava antigamente. Não passo uma mensagem de Brasil. Quero mostrar minha origem, minha cultura. Sei que muitas pessoas não irão se sentir representadas. Nosso País é enorme.”
Cria de Honório Gurgel, subúrbio carioca, Anitta diz que não está fazendo funk exportação, apesar de o próximo álbum ser em inglês e em espanhol. “Só as línguas são diferentes. Mas já estamos bastante acostumados com o ritmo. Sempre foi meu sonho fazer um disco assim. Não será um trabalho focado em colaborações. Funk é algo único. Logo vamos divulgar o plano de turnê, que obviamente incluirá o Brasil. Sou intensa e quero tudo de uma vez. Sou essa enxurrada de acontecimentos.”
A entrevista aconteceu depois de a cantora tirar uns dias de férias com amigos na Grécia e na Croácia. “Voltei para a labuta. Não nasci herdeira”, diverte-se ela. “Mas não tenho do que reclamar. Está chovendo sucesso, chovendo boy. Está tudo perfeito. Vou até ligar para meu pai de santo para pedir proteção.”
Presença na estreia de Pharrell Williams na direção criativa da linha masculina da Louis Vuitton em Paris e estrela da edição de junho/julho da Bazaar americana, Anitta sabe que o funk e a favela venceram. “Vencemos muito e seguimos vencendo. Inclusive, no desfile da Vuitton, todos os rappers falando que queriam fazer o ‘brazilian funk’. Chegamos lá! E acho que só vai aumentar. Acredito que o funk será o próximo ritmo do mundo, tenho certeza. Sempre foi meu sonho. Vamos ver uma leva constante. Os rappers e artistas americanos vão fazer e o funk vai virar algo tipo o reggaeton.”
Para Anitta, o funk é mais valorizado lá fora que no Brasil. “Os gringos olham para a gente com admiração. Eu também sou mais valorizada no exterior em termos de premiação, grandes performances. Mas não encaro como uma questão pessoal. Tem a ver com nossa cultura, de valorizar mais o internacional.”
O clipe de “Funk rave” está disponível no YouTube e a esperada cena de sexo oral está lá, de forma lúdica. “Vazaram e estragaram a ideia. A ideia era viralizar e a referência é um comercial antigo da MTV.”