
Sarah Burton deixou o cargo de direção criativa da Alexander McQueen, nesta segunda-feira (11.09) – Foto: Getty Images
Com a “dança das cadeiras” que se tornou tendência entre as grandes marcas internacionais nos últimos anos, novos designers assumiram o comando de etiquetas históricas. A questão principal entre essas mudanças significativas, porém, é que a maioria dos movimentos privilegiou a nomeação de homens para cargos de direção criativa.
Os exemplos são vários: Sabato de Sarno na Gucci (2023), Peter Do na Helmut Lang (2023), Matthieu Blazy na Bottega Veneta (2022), Pharrell Williams na Louis Vuitton (2023), Peter Hawkings na Tom Ford (2023), Daniel Lee na Burberry (2022) e Stefano Gallici na Ann Demeulemeester (2023).
Enquanto isso, mulheres como Claire Waight Keller, Gabriela Hearst e Sarah Burton deixaram seus cargos de comando na Givenchy, Chloé e Alexander McQueen este ano, respectivamente. A terceira, inclusive, era a única diretora criativa mulher entre as marcas de moda do grupo Kering, proprietário de etiquetas como a Saint Laurent e Balenciaga. Em paralelo, o grupo LVMH soma quatro mulheres na direção criativa de suas 14 marcas de moda, incluindo Maria Grazia Chiuri (na Dior) e Camille Miceli (na Emilio Pucci), das quais uma divide o cargo com um homem: Silvia Fendi, com Kim Jones na Fendi.
Enquanto a balança tenta se equilibrar (a grega Pelagia Kolotouros foi nomeada diretora criativa da Lacoste esse ano, assim como Michelle Ochs na Hervé Léger), o número desproporcional de mulheres em cargos de direção na moda ainda gera reflexões. Hoje, nos calendários internacionais de desfiles, as casas históricas com líderes femininas incluem Donatella Versace na marca homônima, Maria Grazia Chiuri, Virginie Viard na Chanel, Silvia Venturini Fendi e Miuccia Prada, que também divide o posto criativo com um homem, Raf Simons.
Enquanto a Chloé e a Alexander McQueen seguem sem substitutos para a saída de suas designers mulheres, as discussões nas redes sociais e salas de desfile sobre a inclusão feminina em cargos de poder não dão sinais de acabar.