A proposta é ter um janeiro livre de álccol | Foto: Arquivo Harper's Bazaar

A proposta é ter um janeiro livre de álccol | Foto: Arquivo Harper’s Bazaar

O consumo do álcool vem sendo cada vez mais debatido quando o assunto é saúde e bem-estar. Após um dezembro com festas e celebrações, a tendência de lifestyle da vez propõe um janeiro sem o consumo de bebida alcoólica. “Dry January“, em inglês, é estratégia para voltar à rotina saudável após os excessos causados pelo final de ano. A proposta é justamente para “dar um respiro” ao fígado e ao corpo de se recuperarem e para experimentar uma rotina mais saudável, sem necessidade de bebidas alcoólicas para aproveitar a vida.

A iniciativa do movimento partiu da britânica Emily Robinson, que gostaria de correr sua primeira maratona e, para facilitar nos treinos, decidiu cortar o consumo de bebida alcoólica durante todo o período. De acordo com a maratonista, os impactos positivos foram marcantes, o que a motivou a fundar a campanha, que hoje é administrada pela organização Alcohol Change U.K.

Não há como negar que o consumo da substância afeta diversos sistemas do corpo. Desta forma, cessar o uso da substância por um mês acarreta em vários benefícios. “É benéfico esse descanso do fígado, além de melhorar do metabolismo, ajudando até mesmo na perda de peso. Além disso, o álcool é um dos que mais ocasiona em prejuízo do sono REM (sono profundo)”, afirma psiquiatra Jessica Martani. Inclusive, um estudo britânico de 2020 constatou que, entre 4 mil participantes do Dry January, 56% relataram que dormiam melhor sem álcool.

Outro ponto é que a substância pode piorar a saúde mental e todas as doenças psíquicas, como ansiedade, depressão, transtorno afetivo, bipolar, dentre outros. “Há a liberação de diversos neurotransmissores cerebrais, que pode ocasionar em um desequilíbrio dessa substâncias. Quem tem uma genética propícia, sintomas ansiosos e depressivos, que podem fazer com que a pessoa se coloque em situações de risco e prejudique relacionamentos interpessoais e ocupacionais”, opina a médica, que não “demoniza” a bebida. “Para quem gosta do consumo encontrar o equilíbrio é a chave e não ocasiona em prejuízos”, diz Jessica.

Zero álcool

A proposta de zerar o consumo de álcool ou degustar com maior consciência fez uma movimentação na indústrias. Marcas de cerveja como Heineken e Stella Artois trouxeram ao mercado a cerveja com zero álcool. Nas redes sociais, cresce cada vez mais os tutoriais de drinks e coquetéis sem álcool, tudo para promover um verão refrescante de saudável.