
Julianne Moore, Pedro Almodóvar e Tilda Swinton – Foto: Divulgação
No universo do cinema, todas as expectativas estavam voltadas para Pedro Almodóvar. O diretor espanhol, conhecido por sucessos como “Volver”, “Fale com Ela” e “Julieta”, acaba de lançar “The Room Next Door”, seu primeiro filme em língua inglesa, nomeado em português como “O Quarto ao Lado”. No elenco, Tilda Swinton, Julianne Moore e John Turturro. A trama acompanha a reaproximação de duas amigas, uma escritora de sucesso (Moore) e uma correspondente de guerra com câncer terminal (Swinton). BAZAAR já assistiu ao longa, aclamado no Festival de Cinema de Veneza, vencendo o Leão de Ouro, prêmio máximo do evento, e estreará nesta quinta-feira (24) nos cinemas brasileiros.
Em “O Quarto ao Lado”, Almodóvar discute temas como morte, amizade, maternidade e direito à eutanásia. Mesmo falando de assuntos difíceis, e em inglês, Almodóvar consegue expôr sua história sem nenhuma dificuldade. Felizmente, quem estava aguardando uma versão Hollywoodiana do profissional, não vai ter. Não nego que a sua poesia em espanhol tem maior impacto, mas mesmo assim, sua comunicar e retratar sendo uma das melhores. Com delicadeza, a relação de apoio e amor entre as mulheres, um de seus temas favoritos, é o ponto central. Já a morte e a eutanásia, assuntos sensíveis e desconfortáveis, acabam sendo lidados de uma forma leve e consistente. Mesmo com as temáticas, é possível dar risadas com Tilda e Julianne, que dão um show de atuação. Quem seria capaz de duvidar disso? Como grandes obras de Almodóvar, os diálogos são impagáveis, de uma maneira que apenas o espanhol poderia realizar.

Tilda Swinton e Julianne Moore – Foto: Divulgação
Há até acenos sobre outros assuntos: como a banalização do assédio, aquecimento global e extrema direita. Provando que Almodóvar pode ser uma língua universal, a estética não deixa a desejar. O figurino, maquiagem e cenários seguem mostrando como a cabeça do cineasta jamais será americanizada. Ainda bem! Difícil dizer que é o melhor filme do Almodóvar. Afinal, não acredito que seja , enquanto há tantos outros incríveis no currículo. No entanto, é mais um trabalho sólido, belíssimo e rico na carreira do diretor. Acredite, é impossível sair do cinema sem ser impactado de alguma maneira. Seja pelo tema, pelas atuações e pelo banho vermelho e delicado que rouba a cena na tela. Que privilégio viver na mesma época de Pedro.
Veja abaixo o trailer: