
Adriane Galisteu usa full look Boss – Foto: Cássia Tabatini, com direção criativa de Kleber Matheus, styling Bruno Uchoa, Beleza Paul Kardous, hair stylist Thiago Forte, direção de arte Yasmin Klein, retoque Carla Maravieski (@rzstudio.oficial), coordenação Mariana Simon (KM Studio), produção executiva Zuca Hub, produtora responsável Claudia Nunes, produção de moda e assistentes de styling Laura Cavalcante, Luigi Torelli e Isa Corazza, assistente de foto Karen Macedo, set designer Yuri Godoy, assistente de set design Iago Santos, assistente de produção Caio Nogueira e estúdio ODMGT
“Há quarenta anos, eu erro e acerto na frente das câmeras e nas capas de revistas. Muitas barras que segurei, pouca gente viu.” A frase é de Adriane Galisteu, no reality documental “Barras Invisíveis”, disponível no Universal Plus. Apresentadora, atriz, modelo, empresária, Adriane é capa da BAZAAR digital deste mês. Entre intimidades e revelações, ela fala sobre envelhecimento, perda auditiva, menopausa e, claro, sobre seu passado com Ayrton Senna e o um ano e meio em que viveu ao lado do piloto.
“A história do Ayrton é muito maior do que meu relacionamento com ele. Essa é a frase que me resume. Estou estudando a possibilidade de contar a minha história, não a minha versão, porque ela também me pertence”, como ela diz na entrevista a seguir:

Gola alta BOSS, minishorts Ale Brito x Studio 115, bota À La Garçonne e óculos Alexander McQueen para Protus – Foto: Cássia Tabatini, com direção criativa de Kleber Matheus, styling Bruno Uchoa, Beleza Paul Kardous, hair stylist Thiago Forte, direção de arte Yasmin Klein, retoque Carla Maravieski (@rzstudio.oficial), coordenação Mariana Simon (KM Studio), produção executiva Zuca Hub, produtora responsável Claudia Nunes, produção de moda e assistentes de styling Laura Cavalcante, Luigi Torelli e Isa Corazza, assistente de foto Karen Macedo, set designer Yuri Godoy, assistente de set design Iago Santos, assistente de produção Caio Nogueira e estúdio ODMGT
Anna Paula – Temos algo em comum. Também tenho otosclerose e tive a mesma surpresa que você ao receber o diagnóstico.
Adriane Galisteu – Quando descobri o que tinha no otorrino, e ouvi esse nome horroroso, pensei: “a casa caiu para o meu lado” (risos). Já pensei em esclerose, dá um susto! Tem uma linha de médicos que acredita que tem a ver com os hormônios femininos. Foi isso, inclusive, o que me fez não ter o segundo filho, que era o meu sonho. Porque na gravidez, com excesso de hormônios, eu poderia perder a audição nos dois ouvidos, por enquanto, tenho perda apenas em um. Mexeu com a minha autoestima, não sei com você.
AP – Mexeu, claro, até porque é uma doença que você não sabe o prognóstico, mas tem controle. Por isso é tão importante falar sobre isso!
AG – Comecei a perceber, quando começo a falar, que tem mais gente do que eu imagino com essa questão, só que as pessoas não falam e é uma doença pouco divulgada. As pessoas têm preconceito porque associam isso à velhice. A minha perda começou quando eu tive Vittorio [filho de Adriane Galisteu com Alexandre Iodice], ao 38 anos.
AP – Tá aí uma coisa boa das redes sociais (risos).
AG – Eu falo de tudo! Falo sobre a menopausa com tranquilidade… Se você voltar no tempo, as mulheres jamais falavam sobre isso. Minha mãe enfrentou a menopausa calada. E a gente fica louca, completamente desequilibrada. Achei, na minha santa ignorância, que com a minha vida saudável eu não iria sentir nada. E fui atropelada por um trem. Tive todos os sintomas que uma mulher pode ter: mau humor, ganho de peso, calorão. Eu só pensava: ‘Gente vou perder meu réu primário’ (risos). Não queria falar com meu marido porque na minha cabeça era um atestado de que estou velha. Estou surda, estou brava, não me reconheço, meu corpo perdeu a forma.

Gola alta BOSS, minishorts Ale Brito x Studio 115, bota À La Garçonne e óculos Alexander McQueen para Protus – Foto: Cássia Tabatini, com direção criativa de Kleber Matheus, styling Bruno Uchoa, Beleza Paul Kardous, hair stylist Thiago Forte, direção de arte Yasmin Klein, retoque Carla Maravieski (@rzstudio.oficial), coordenação Mariana Simon (KM Studio), produção executiva Zuca Hub, produtora responsável Claudia Nunes, produção de moda e assistentes de styling Laura Cavalcante, Luigi Torelli e Isa Corazza, assistente de foto Karen Macedo, set designer Yuri Godoy, assistente de set design Iago Santos, assistente de produção Caio Nogueira e estúdio ODMGT
AP – Você faz reposição hormonal?
AG – Foi o que me salvou! Tive uma aula com um médico que encontrei, de Campina Grande, superespecialista em menopausa. Fiz todos os exames porque isso é fundamental para começar a reposição. Eu acabava de me maquiar e começava a suar, tinha que fazer tudo de novo. Em uma semana, voltei para o meu eixo. Detalhe: é um hormônio que você compra na farmácia, você não precisa manipular e tem um valor bem ok.
AP – Você fala sobre isso no seu doc reality “Barras Invisíveis”.
AG – Quis fazer esse documentário, e já gravamos a segunda temporada, para as pessoas me reconhecerem. Elas sabem só pedaços, fragmentos da minha história. Ali dá para entender um pouco quem eu sou, de onde vim e para onde sonho ir.
AP – De fato, vi ali uma Adriane que eu não conhecia.
AG – Tenho as minhas barras, que sempre foram invisíveis para os olhos dos outros. Passei anos tentando administrar essas dores de um jeito muito solitário, porque não existia rede social, você não tinha como se comparar com outras pessoas, não havia uma rede de apoio.

Adriane Galisteu usa saia Normando, top Ale Brito x Studio 115 e botas Fernando Pires – Foto: Cássia Tabatini, com direção criativa de Kleber Matheus, styling Bruno Uchoa, Beleza Paul Kardous, hair stylist Thiago Forte, direção de arte Yasmin Klein, retoque Carla Maravieski (@rzstudio.oficial), coordenação Mariana Simon (KM Studio), produção executiva Zuca Hub, produtora responsável Claudia Nunes, produção de moda e assistentes de styling Laura Cavalcante, Luigi Torelli e Isa Corazza, assistente de foto Karen Macedo, set designer Yuri Godoy, assistente de set design Iago Santos, assistente de produção Caio Nogueira e estúdio ODMGT
AP – Que barras são essas? E por que falar sobre elas?
AG – Porque acho que de alguma maneira você acaba tocando o coração de alguém. Eu tive crises de ansiedade, pânico, relacionamentos tóxicos, questões financeiras. Muito cedo tive que virar mãe da minha mãe, tive que amadurecer e ter que acertar perante o Brasil, e todo mundo me julgando.
AP – Curioso que você pode não estar fazendo algum programa de TV, mas você nunca deixou de estar na mídia. E estamos falando de 30 anos de exposição.
AG – Houve um momento da minha vida em que não entendi por que eu tinha tanta dificuldade de conseguir as coisas. Sempre fui tão clara. Por que as pessoas têm tanta dificuldade de me ver como eu sou? Não me faço entender e isso me dá uma raiva… porque para vocês [jornalistas] fazerem os outros me entenderem através de uma entrevista é muito difícil.
AP – Até onde a exposição é boa e até onde ela é ruim?
AG – Sou um ser humano cheio de defeitos, pego um pouquinho das minhas qualidades e misturo no meio dos meus defeitos. Quanto mais você abre a câmera e abre seu coração de verdade –porque nessa era que vivemos não vale fingir ser uma pessoa que não é –, mais você encara de frente suas questões. A rede social tem um tamanho muito importante na minha vida, porque a encarei de verdade.

Full look BOSS – Foto: Cássia Tabatini, com direção criativa de Kleber Matheus, styling Bruno Uchoa, Beleza Paul Kardous, hair stylist Thiago Forte, direção de arte Yasmin Klein, retoque Carla Maravieski (@rzstudio.oficial), coordenação Mariana Simon (KM Studio), produção executiva Zuca Hub, produtora responsável Claudia Nunes, produção de moda e assistentes de styling Laura Cavalcante, Luigi Torelli e Isa Corazza, assistente de foto Karen Macedo, set designer Yuri Godoy, assistente de set design Iago Santos, assistente de produção Caio Nogueira e estúdio ODMGT
AP – Mas tem os filtros que você adora usar…
AG – Isso é uma brincadeira, a rede social pode ser também uma grande brincadeira.
AP – Voltando às suas barras. Quais as mais impactantes e como aprendeu a lidar com elas?
AG – Aprendi o erro que é mentir aos 15 anos. Quando meu pai morreu, eu havia mentido para ele. Queria viajar com meu namorado na época, e como minha mãe era muito rígida, inventei que ia para o Guarujá com amigos, mas fui para Arujá com ele. Meu pai, que era alcoólatra, morreu nesta noite e minha mãe não me achava e não tinha como me achar. Quando voltei para casa, havia uma placa na porta: “o corpo está sendo velado no cemitério da Lapa”. Não sabia nem de quem era o velório, se era minha mãe, meu pai, meu irmão. Meu pai aos 54 anos morto, e minha mãe, que já queria me colocar no caixão do lado! Vivi muito profundamente essa história. Na sequência da morte do Ayrton, comecei a conviver com o problema do meu irmão, seis anos mais velho do que eu, que usava drogas e foi vítima da Aids.
AP – Você e sua mãe enfrentando tudo sozinhas.
AG – E a gente não tinha dinheiro! Aí começou uma relação com dinheiro muito ruim para mim. Na minha cabeça, a vida se resumia ao fato de que isso iria resolver todos os meus problemas. Isso ficou grande, sim, e eu fiquei pequena. E demorou para eu entender quem é dono de quem. Até começar a ganhar o meu dinheiro.
AP – Estamos falando de que época da sua vida?
AG – Quando fiz a Playboy, em 1995. Foram um milhão e 380 mil exemplares em banca, ganhei uma placa das mãos do Roberto Civita no Teatro Municipal.

Adriane Galisteu usa vestido BOSS, óculos Alexander McQueen para Protus e botas Fernando Pires – Foto: Cássia Tabatini, com direção criativa de Kleber Matheus, styling Bruno Uchoa, Beleza Paul Kardous, hair stylist Thiago Forte, direção de arte Yasmin Klein, retoque Carla Maravieski (@rzstudio.oficial), coordenação Mariana Simon (KM Studio), produção executiva Zuca Hub, produtora responsável Claudia Nunes, produção de moda e assistentes de styling Laura Cavalcante, Luigi Torelli e Isa Corazza, assistente de foto Karen Macedo, set designer Yuri Godoy, assistente de set design Iago Santos, assistente de produção Caio Nogueira e estúdio ODMGT
AP – Foi um ano depois da morte do Senna?
AG – Nesse um ano e meio em que vivi com Ayrton, ele me ajudou muito financeiramente. Meu irmão entrava em paranoias, roubava coisas de casa, de vizinhos, era uma coisa fora de controle. Neste mesmo momento, eu namorava um homem amado no mundo inteiro. Eu estava em Mônaco e minha mãe vivendo essa angústia com meu irmão. No bairro em que eu morava, as pessoas não queriam apertar a mão dela com medo de pegar Aids.
AP – Era um abismo enorme…
AG – E eu fazia parte dessas duas histórias. Só que a história do meu irmão, guardava a sete chaves, tinha medo dela, porque quem vive isso sabe que também é uma história sigilosa. Tem pessoas envolvidas que ameaçam, que são capazes de qualquer coisa.
AP – Qual o papel do Senna nesse momento?
AG – Quando tínhamos mais intimidade, contei para ele. Ele foi até minha casa na Lapa. Tremi inteira porque minha casa era muito simples, minha mãe tinha um prato e um copo, por medo do meu irmão se descontrolar e se machucar. O Ayrton começou a me ajudar financeiramente, o dinheiro que ele me oferecia ia direto para minha mãe.
AP – As pessoas sabiam dessa ajuda?
AG – Era tudo silencioso, então, quando me perguntavam, era bem enigmática e isso causa muitas dúvidas, né? Desconversava, e foi assim até meu irmão morrer, em 96. Essa grana era importantíssima para mim e acabou de uma hora para outra. Tirou meu chão. O melhor amigo do Ayrton, o doutor Antônio Carlos de Almeida Braga, foi o maior anjo da minha vida. Essa família que me pegou no colo no dia do enterro do Ayrton e só me devolveu no dia da Playboy. Ele falou para mim também uma frase que eu nunca vou esquecer: “eu estou fazendo isso pelo Ayrton, é exatamente o que ele faria se ele estivesse aqui”.

Adriane Galisteu top de biquíni Salinas sob blusa transparente Piesse, calça legging Lolitta, óculos Alaïa para Protus e botas Fernando Pires – Foto: Cássia Tabatini, com direção criativa de Kleber Matheus, styling Bruno Uchoa, Beleza Paul Kardous, hair stylist Thiago Forte, direção de arte Yasmin Klein, retoque Carla Maravieski (@rzstudio.oficial), coordenação Mariana Simon (KM Studio), produção executiva Zuca Hub, produtora responsável Claudia Nunes, produção de moda e assistentes de styling Laura Cavalcante, Luigi Torelli e Isa Corazza, assistente de foto Karen Macedo, set designer Yuri Godoy, assistente de set design Iago Santos, assistente de produção Caio Nogueira e estúdio ODMGT
AP – Você tinha 20 e poucos anos nessa época, e viveu três perdas grandes.
AG – Na minha vida, sofri com mortes fora de hora. Teve a questão do meu pai com 54 anos, o meu irmão aos 28 e o Airton com 33, fazendo aquilo que ele mais sabia fazer. Tenho uma vida muito intensa porque penso: “e se eu morrer amanhã?” É um trauma que me fez viver assim. Perdi meu grande amor muito nova, a morte do Ayrton me deu uma urgência de viver.
AP – Você levou um tempo até conquistar sua independência financeira, o que diria às mulheres hoje sobre essa questão?
AG – A independência financeira não tem a ver com a quantidade de dinheiro que a gente tem. Aos 14 anos, quando comecei a trabalhar para ajudar a minha mãe, já era uma menina com uma alma independente. Não pensava em um dinheiro para mim, mas na consequência do meu trabalho. Se você for analisar é exatamente isso a independência da mulher. Nós, mulheres, temos uma tendência a nos aprisionarmos no amor. Em uma situação que nos dá uma certa segurança e a gente tem medo de virar essa página, achando que tudo pode piorar. Eu sei disso porque também já vivi essa angústia.
AP – Você assistiu à minissérie “Senna”?
AG – Eu assisto a absolutamente tudo sobre ele de peito aberto. Do fundo do meu coração, e estou te falando isso no auge dos meus 51 anos. Era uma garota naquela época e hoje também olho para essa história com muito mais maturidade. Nunca questionei nem a família, nem a mãe dele, porque se eu estava sofrendo de perder um namorado, o Brasil estava sofrendo porque perdeu um ídolo. Mas a mãe dele estava perdendo um filho. Não tenho dor maior que essa, então eu respeito essa mulher. A minha mãe também perdeu um filho na sequência. Eu vi também isso acontecer.
AP – Dois minutos em uma minissérie não são uma injustiça?
AG – A minissérie é maravilhosa e os atores estão sensacionais, a gente percebe que aquilo ali foi feito por quem entende. Sobre isso, não dá para falar. Agora, o último ano e meio de vida dele não existiu. E não é pelo fato de eu estar em dois minutos ou um minuto, não. A questão não está aí. Só que tem um ano e meio de vida dele, que pertence a ele e que eu também vivi. Tem muita gente que viveu e não está lá, o próprio Braga.
AP – Você acha que você é a razão de excluírem esse um ano e meio?
AG – Eles falaram uma série de coisas, usaram argumentos e não vou saber te explicar o motivo. O que posso te dizer é que a vida é feita de escolhas. E a história dele sempre foi muito contada de várias formas, mas eu também contei a minha que está no “Caminho das Borboletas”. Só que encerrei esse livro na décima segunda edição. Quem tem, tem, quem não tem, não vai mais ter.
AP – Mas aumentou a procura pelo livro. Pensa em uma nova edição?
AG – Penso na possibilidade de contar essa história no auge da minha maturidade, sim, e do ponto de vista do que vivi. Essa era uma história para mim que tinha sido encerrada ali e toquei a minha vida porque eu tinha que tocar. Nunca entrei em embate, em nenhuma polêmica em relação a isso e nem pretendo. É uma possibilidade, mas não sei te dizer se vai acontecer ou não. Minha vida está muito bem do jeito que está. Eu não quero fazer nenhum movimento que mude o meu jeito de lidar com essa questão e que eu vim tocando até hoje. Sempre respeitei profundamente a família do Ayrton, a história dele… Então isso para mim é a prioridade: olhar para a história dele e saber que ele está sendo perpetuado da melhor maneira possível. É uma história única, mas tem ali o homem, o filho, o piloto e o tricampeão mundial.
AP – Mas não te dói se ver resumida a dois minutos?
AG – Acho que essa história foi contada do jeito que eles queriam. Acontece que tem um pedacinho dessa história que não foi contado e que existe sim. A história que eu tenho para contar não é a do Ayrton piloto. É do Ayrton homem, o ser humano dentro de casa. É o Ayrton diferente, sim, e que o Brasil não conhece muito bem. Era muito pouco o que as pessoas viam dele, mas eu garanto que ele era mais especial do que o tricampeão mundial. Depois da série deu a sensação de que o acidente foi ontem, né? A gente revive tudo de novo. Se o Brasil já o ama como tricampeão mundial, como homem, vai amar ainda mais. Todas as formas de homenagem para ele, seja em livro, seja através de mim, são válidas.
AP – Lá atrás, quando houve a primeira tentativa de apagamento da sua existência na vida dele, que foi a história do velório, deve ter doído demais em você, mas não existia essa rede de apoio. Isso aconteceu de novo na minissérie e hoje temos as redes sociais, uma nova geração que está indignada e te apoiando. Acha que é uma nova oportunidade de você também revelar quem você é?
AG – Acho que sim. Tem até uma geração, que é a dos amigos do meu filho Vittorio (de 14 anos), que acha que eu sou Youtuber por causa do canal que eu comecei a lançar na época da pandemia. Queria apontar para essa geração que também sou uma apresentadora, mas que fui a última namorada de um homem amado no mundo inteiro, que ele era genial e que igual a ele não terão dois. Por isso, sou a primeira a ver tudo o que diz respeito a ele, e isso eu faço de peito aberto, sem mágoas, porque é uma história tão linda que nada, absolutamente nada, vai deixar essa história azedar.
AP – Pronta para o Carnaval de 2025? Vai estar na Portela?
AG – Sou apaixonada por Carnaval. Digo que não tem meio termo, ou você ama, ou você odeia. Quando comecei a sair na avenida, o Carnaval tinha mais uma coisa de diversão e de leveza, que mudou. Hoje a competição é muito acirrada, é um business gigantesco. Fazia ensaio técnico de tênis, shorts jeans e camiseta. Hoje é tão glamouroso que, em cada ensaio, é uma fantasia. A Portela foi a escola que abriu as portas do carnaval para mim, em 1995. Fiquei oito anos sem pisar na Avenida, aproveitei férias em família com o Alexandre e o Vittorio. Mas morri de saudades e voltei. Hoje, meu filho desfila comigo, com camiseta de diretoria, e também ajuda na harmonia da escola. Ele, assim como eu, é do samba!