
Ney Matogrosso – Foto: Divulgação
Aos 83 anos, Ney Matogrosso prepara álbum de inéditas e leva uma vida sossegada no Leblon, na capital fluminense, mas, nem por isso, menos movimentada. Para a Bazaar, o artista revelou detalhes da sua rotina. Descubra!
10:00 – Acordo, tomo chá preto, como torradas e uma salada de frutas enquanto espero meu personal, que já ligou e avisou que está chegando. Subo, faço a minha aula de segunda a quinta e gosto de puxar peso. Não para ficar fortão, e sim para manter o tônus. Tive um problema no joelho e hoje em dia não sinto mais nada.
11:30 – Quando desço, me dá um sono e tiro um semichocilo para encarar o resto do dia. São minutos! Os únicos lugares da internet que frequento são o WhatsApp e o Instagram, onde publico minhas fotos. Não me interessa mais nada! De comunicação com as pessoas, só quero essas duas. Para mim, já é o suficiente.
13:00 – Tem uma pessoa que trabalha comigo há anos e nunca sei o que vai ter à mesa. Adoro rabada, mocotó, essas coisas que ninguém come, seja porque não gostam ou porque vão sair do peso. Eu não tenho essa preocupação. Não tenho nenhuma restrição.
14:00 – A tarde é dedicada à leitura. O último livro foi O Espelho Enterrado, de Carlos Fuentes. Tudo o que preciso fazer está por perto e faço a pé, como cortar o cabelo, ir ao banco… Não tenho muitas obrigações fora de casa. Óbvio que me olham diferente quando passo, às vezes falam comigo, mas nada invasivo.
15:30 – Às sextas, viajo para fazer show fora do Rio e chego um dia antes nas cidades. Aproveito a passagem de som para ensaiar as faixas que vão entrar em uma próxima apresentação. Também estou gravando um álbum chamado Canções para um novo mundo com o Guilherme Gê [produtor musical], previsto para este ano.
17:00 – Em casa, tem um bolinho no café da tarde todo dia de tardezinha. Como uma fatia! Sou assim, não tenho restrição, mas sou regrado com as quantidades. Os sabores variam: de mandioca ou milho a coco ou laranja.

Ney Matogrosso – Foto: Divulgação
19:00 – Já fui mais místico, mas eu sou ligado. Já rodei o mundo atrás, hoje não mais. Já fiz de tudo! Fischer Hoffman, [Santo] Daime… Acredito no que não vejo e isso fortalece o meu pensamento. Quando subo ao palco, clamo por proteção. Seguro eu sou, sei que vou realizar, mas não custa pedir uma ajudazinha. Na carreira, determino o que me interessa e meu empresário resolve. Sou supersticioso, não assino nada na lua minguante.
20:30 – Minha mãe [dona Beita] vem pra cá e fica um tempo comigo e com a minha gata, a Pretinha. Às vezes, meus amigos aparecem para um lanchinho. Aliás, tenho mais amigo ator do que cantor. E de outras profissões fora do meio artístico.
00:00 – Vejo algumas coisas na TV [aliás, Ney será interpretado por Jesuíta Barbosa na cinebiografia dirigida por Esmir Filho]. Falo para prestarem aten- ção que minha vida e atitude não são aquelas do palco. Não saberia conviver com aquele camarada noite e dia. Já tive meu tempo, mas não sou de balada, ia por causa dos amigos e nunca gostei. Não bebo, não fumo e parei o remédio para dormir, que tomava há quase 30 anos. Falei para o médico que não queria mais e ele receitou o uso medicinal do canabidiol. Tomo algumas gotas e durmo pesado. Vou deitar tarde, até 1 hora da manhã. Não tenho nada muito regrado nem um ritual antes de ir para a cama. Gosto de ficar ao sabor do vento.