Foto: Reprodução/WWD

Neste sábado (20.01), a Balmain retornou ao calendário oficial da semana de moda masculina de Paris, encerrando mais uma temporada de desfiles e apresentações. Em uma coleção que homenageia suas raízes e a cultura africana, Olivier Rousteing convidou Prince Gyasi para colaborar com a marca, levando as cores intensas de suas obras para as peças impecáveis da label.

Esta não é a primeira vez que Gyasi colabora com a Balmain, Em outubro de 2022, o artista reinterpretou o universo de “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry, para a campanha de inverno 2022 da marca. As imagens foram captadas em Accra, cidade natal do artista visual, com um casting escolhido no bairro de Jamestown, onde Gyasi cofundou a fundação Boxed Kids, que proporciona educação para as crianças da região.

Depois de interpretar o universo da Balmain, chegou a vez da marca fazer isso com o trabalho do artista. Por isso, no desfile masculino, as obras de Gyasi se transformam em estampas e formas ricas das peças. “NAMI”, “The Arrival” (2022) e “Before The Rain Came – The Control Series VIII” ganharam versões têxteis idênticas às imagens originais, enquanto as silhuetas de “The Art of Appreciating little things” foram reproduzidas em recortes e “La Pureté” ganhou uma versão live-action na passarela.

A trajetória do artista

Prince Gyasi – Foto: Divulgação

Prince Gyasi Nyantakvi nasceu em Gana, em 1995,  e, aos 16 anos, quando ganhou um iPhone, começou a explorar com mais intensidade o universo da fotografia – até então, o jovem só havia tido contato com câmeras descartáveis.

Autodidata, o artista de 28 anos conquistou o mundo todo com a forma como retrata sua terra natal e as cores fortes que acentua digitalmente. Gyasi revelou que tem sinestesia, condição neurológica que faz com que indivíduos experienciem cores de diferentes formas. Em alguns casos, pessoas experimentam os tons por meio de sons, cheiros, gostos ou dor, enquanto outros associam com letras ou palavras. Para o fotógrafo, por exemplo, “quarta-feira” significa “verde azulado”.

Em seu currículo, o fotógrafo acumula trabalhos com a Apple e Converse, e foi o fotógrafo responsável pela edição de 2023 do Calendário Pirelli. Seu trabalho tem o objetivo de tomar de volta a narrativa africana, indo contra as concepções criadas pelo Ocidente. Atualmente, seu trabalho pode ser visto na Maât Gallery, em Paris, mas ele já expôs em Quioto, Cannes e no Rio de Janeiro.