Moschino, verão 2025 – Foto: Getty Images
Por Cassio Prates e Eve Barboza, de Milão
A estreia de Adrian Appiolaza para a Moschino em uma semana de moda masculina abriu a temporada de Milão. O designer, que vem da Loewe, é um colecionador de peças antigas de Margiela, Comme des Garçons e Yohji Yamamoto e, na verdade, é bem diferente de Jeremy Scott (que reconstruiu a imagem da marca em uma versão pop e divertida).
Moschino, verão 2025 – Foto: Getty Images
O resultado foi um desfile distinto do que todo mundo está acostumado, a começar pelo cenário: mais bruto, com muitas malas empilhadas e um chão de madeira sem polimento, como quem chega de férias em algum píer da Itália. A temática se passa toda em volta de um verão inesquecível em uma praia do país europeu, o que fica mais evidente nas estampa – em uma delas, uma mesa veramente italiana vai para um caminho surrealista. Entre os outros desenhos, ovos fritos, Smile, nuvens e patos.
Em algumas camisas, suspensórios e gravatas são estampados nas peças. As últimas, aliás, apareceram superlongas, quase até o chão. No meio do desfile, surgem bolas de futebol, aplicadas em bandeiras da Itália ou usadas como bolsas. As outras peças ganham forma de coração e melancia. Analisando os detalhes, a coleção tem a pegada pop que a Moschino pede, mas de maneira mais sútil, junto de uma alfaiataria mais larga, com trenchs, calças e blazers amplos.
O destaque fica para as golas deslocadas, formando geometrias interessantes, bem no universo de Appiolaza e suas referências. Quem esperava a Moschino de sempre pode ter ficado um pouco frustrado, mas essa nova versão – que ainda está em construção – pode ter potencial de chegarmos em uma marca fun, mas um pouco mais chic. Embora nesta apresentação, tudo tenha ficado no meio do caminho.
