Beleza criada por Laura La Laina para o desfile de Marina Bitu – Foto: Reprodução/Instagram/@lauralalaina

Nesta sexta-feira (13.10), é celebrado o Dia do Maquiador, profissão que, além da beleza, lida com autoestima, arte e expressão. Para comemorar e homenagear os beauty artists brasileiros, a Bazaar reúne algumas histórias que você precisa conhecer. Leia abaixo:

Laura La Laina

Laura La Laina – Foto: Reprodução/Instagram/@lauralalaina

Na última edição do SPFW, algumas das belezas mais comentadas – como o lábio degradê das modelos de Marina Bitu – foram criadas por Laura La Laina. O que muitas pessoas não sabem é que sua relação com a maquiagem começou na adolescência, como uma ferramenta da própria autoestima. Foram as amigas de Laura que perceberam o seu dom para aumentar a energia dos outros, além de sua própria.

“Lembro de achar muito gratificante a sensação de melhorar a autoestima de alguém”, conta sobre o dia em que criou um dia de princesa para uma amiga no intercâmbio. Mas ainda não foi neste momento que decidiu transformar o hobbie em profissão. Anos depois, já de volta ao Brasil, Laura trabalhava na área de planejamento de coleção de uma marca quando o maquiador contratado não apareceu no shooting. Com produtos garimpados das bolsas de colegas, ela foi a responsável pela beleza da sessão de fotos.

“Ali entendi que a maquiagem poderia ser de fato uma profissão. Naquela época, não havia tantas mulheres no mercado, por isso, foi muito importante acompanhar o trabalho da Vanessa Rozan, em quem via que eu poderia também ocupar esse espaço”, conta Laura, que passou a fazer cursos e trabalhar como assistente, dando o start em sua carreira.

“O principal desafio é conquistar espaço em um mercado que ainda gira em torno da validação masculina. Em segunda instância, lidar com beleza envolve muita inteligência emocional e jogo de cintura, porque estamos em contato com o ego das pessoas e como ele interage com o nosso. A outra parte, essa mais preciosa, é poder conhecer pessoas que mudam o mundo e a minha vida”, conta Laura sobre a profissão.

Vanessa Rozan

Vanessa Rozan – Foto Reprodução/Instagram/@vanessarozan

Não é só Laura que tem Vanessa Rozan como referência. A maquiadora e fundadora da Liceu de Maquiagem é um dos nomes mais potentes do universo de beleza brasileiro. “Acho que não escolhi ser maquiadora, fui me tornando conforme as oportunidades surgiam. Todo dia repenso se ainda não estou me tornando beauty artist, porque sempre tem um técnica, uma fórmula, uma tecnologia nova para aprender. É um processo contínuo de desenvolvimento”, analisa.

Para Vanessa, a falta de mulheres no mercado de trabalho também se mostrou como um dos principais desafios. “Várias vezes cheguei em um set, por exemplo, com uma mala e, pelo fato de ser mulher, o produtor que estava ali assumiu que eu era uma assistente”, lembra. “Fico muito feliz que pude contribuir para que muitas mulheres viessem depois de mim e ocupassem esse lugar de profissional.”

E assim como inspira outras profissionais, Rozan também carrega muito do que aprendeu com as que vieram antes dela. “Quando estava fazendo uma semana de moda em Paris pela primeira vez, em 2008, quem estava assinando o desfile era a Alex Box. A beleza era um delineado supergráfico, com uma mistura de produtos cremosos. Quando você está maquiando para alguém, precisa levar para o profissional chefe aprovar ou dizer o que precisa mudar. Quando estou chegando na Alex Box, ela tira uma lupa e uma luz de LED para olhar o de todos. Quando montei o Liceu, em 2009, fiz isso com os alunos também. Foi quando aprendi como olhar um delineador de perto mesmo”, lembra

Ana Veiga

Ana Veiga – Foto: Divulgação

Algumas pessoas são, literalmente, puxadas para a profissão. É o caso de Ana Veiga que, ao passar na frente de um instituto de maquiagem, foi convencida a fazer um curso. “Foi uma loucura, porque não tinha o dinheiro da inscrição. Para não perder minha vaga, a atendente foi comigo até em casa buscar o valor. Anos depois, me tornei instrutora nessa mesma instituição”, conta.

Por muito tempo, a profissão ajudou Ana a pagar a faculdade de nutrição. Até que a beauty artist decidiu investir na área da beleza. “O maior desafio foi a idade. Tinha apenas 18 anos e logo comecei a trabalhar em uma instituição muito rígida. Precisei ser muito mais séria do que realmente era”, conta.

Quando questionada sobre sua principal realização, o profissional e o pessoal se encontram: “Fui para o Japão, em 2015, ministrar um curso e acabei trazendo meu marido de lá. Construímos uma família e ele trabalha comigo hoje em dia.” Atualmente, Ana Veiga ocupa o cargo de beauty artist da Vult PRO.

Kamila Kim

Kamila Kim – Foto: Reprodução/Instagram/@kamilahee

“Cresci vendo minha mãe se arrumando em frente ao espelho e, quando ela saia para o trabalho, mexia em todos seus produtos. Mas só fui entender que queria ser maquiadora quando fiz um intercâmbio na Coreia do Sul, onde minha mãe nasceu, e me vi cercada de lojas. Dormia e acordava pensando em beleza e, principalmente, em entender que eu, como amarela, também podia ter autoestima e me achar bonita”, conta Kamila Kim sobre sua história com a beleza.

Para ela, o começo é o mais desafiador. “Você sai formada na teoria, mas na prática é bem diferente. Montar uma maleta recheada é cara. Você não tem dinheiro, experiência, contatos, clientes e nem sabe muito bem que tipo de maquiadora quer ser. Minha maior realização foi abrir meu próprio estúdio com foco em beleza amarela. Acabei fechando no início da pandemia e, depois, como influenciadora, pude fazer parcerias com marcas incríveis. Coisas que a gente sonha, mas nunca acha que vai acontecer com a gente.