Benny, interpretado por Austin Butler – Foto: Divulgação

O diretor Jeff Nichols foi inicialmente atraído pelo “ar nostálgico” das fotos das gangues de motoqueiros dos anos 1960 e 1970 nos Estados Unidos, retratadas no livro fotográfico “The Bikeriders” de Danny Lion. A partir desse impacto inicial, Nichols decidiu trazer sua interpretação para as telas com Clube dos Vândalos, que está agora em exibição nos cinemas. O filme cria um complexo triângulo amoroso entre os personagens de Benny, interpretado por Austin Butler (conhecido por seu papel como Elvis), Cathy, interpretada por Jodie Comer (a Villanelle da série Killing Eve), e Johnny, interpretado por Tom Hardy.

Em uma entrevista para a Bazaar, Austin Butler e Jodie Comer falaram sobre o longa. “É um filme sobre a essência dos Estados Unidos. É um olhar nostálgico sobre uma subcultura que inicialmente surgiu de um lugar honesto de amor mútuo por motocicletas”, disse Jodie Comer. “Também explora como essa comunidade evoluiu ao longo do tempo para se tornar algo diferente”, acrescentou a atriz.

“Clube dos Vândalos” – Foto: Divulgação

Austin Butler interpreta Benny, um bad boy que em certos momentos lembra James Dean em Juventude Transviada (1956). Benny é o protegido de Johnny, o líder do Clube dos Vândalos, e o objeto do desejo de Cathy. Ambos são atraídos pelo magnetismo de Benny. Segundo Austin: “Benny é bastante primitivo. Ele tem um lado animalístico. É alguém muito leal. Com Cathy, a relação deles vem desse magnetismo animal que ele possui, e isso cria um sentimento nela.” Sobre o personagem, o ator acrescentou: “Dava para sentir a atração entre eles do outro lado da sala. Benny é como um gato, daqueles que vêm até você, você faz carinho, eles se viram de barriga pra cima, mas assim que você quer impôr algo para ele, ele vai provavelmente te atacar e sumir”. Austin ainda fala que Benny, é um cara muito leal, que mataria alguém por Johnny, se fosse necessário. Mas quando as expectativas caem sobre ele, como regras, isso começa a incomodar e atrapalhar seu senso de liberdade. Que é o que ele mais necessita sentir o tempo todo.

A liberdade é, aliás, um dos temas centrais do Clube dos Vândalos e os atores falaram sobre o sentimento fora de cena. “Quando estávamos fazendo as entrevistas para o filme em Los Angeles, eu ficava sentado num quarto de hotel o dia inteiro, e saía de lá com minha moto. Assim que eu estava na moto, me sentia livre. Também gosto muito de estar perto da natureza”, afirma Austin. Já para Jodie, “liberdade também tem a ver com estar na natureza, mas também gosto de estar com amigos próximos.”

Apesar da evidente cumplicidade entre os atores durante a entrevista, a relação entre Benny e Cathy no filme é bastante complexa. Cathy admira o senso de liberdade de Benny, mas ao mesmo tempo deseja que ele deixe a gangue dos motoqueiros para se dedicar exclusivamente a ela. “A relação deles é complexa, me perguntei muito sobre isso. Mas quando nos conhecemos, houve uma química entre nós. Rolou uma mágica que não dá para explicar” disse Jodie. “Acho que a primeira coisa que chamou a atenção dela em Benny foi a excitação de não ter que fazer nada. Paradoxalmente, a liberdade que Benny representava naquele momento era justamente o que ela queria que ele abandonasse”, completou a interprete de Cathy. “Ele buscava um amor que não necessariamente estava disposto a oferecer a ela. Mas Benny mostrou quem ele era desde o início. Portanto, eram as expectativas dela que estavam em jogo”, finalizou Jodie.

“Clube dos Vândalos” – Foto: Divulgação

Austin tem uma ligação profunda com motos. O ator revelou que adora sentir o vento nos cabelos e o sangue correndo pelas veias enquanto pilota. Além disso, agora que é uma mega estrela de Hollywood, a sensação de colocar um capacete e passar despercebido é extremamente libertadora. Durante a entrevista, ele compartilhou que seu avô e seu pai eram motoqueiros, e uma de suas primeiras lembranças é andar na garupa da moto com seu pai. “A sensação de embarcar em uma aventura juntos era algo que me deixava extasiado”, contou, que também mencionou ter aprendido a pilotar aos 15 anos em um estacionamento, ensinado por seu pai.

Falando sobre sua paixão por motocicletas, Austin lembrou de quando estava na Austrália filmando Elvis: “Havia um senhor dono de uma cafeteria que sempre exibia diferentes modelos de motos na frente de sua loja. Eu me tornei amigo dele. Uma noite, ele me perguntou se eu gostaria de dar uma volta em alguma delas, o que provavelmente não poderia fazer por causa do meu contrato. Mas foi muito divertido. Eu já estava me preparando para esse filme, antes mesmo de saber que faria parte dele.”

Sobre seu personagem, Benny, Austin enfatizou: “Eu entendi sua conexão espiritual e filosófica, além da busca pela liberdade. Isso foi crucial para eu entrar na mente de Benny. Quando você ouve não apenas o som da sua própria moto, mas de todas juntas, é como uma rebelião em conjunto. Isso realmente me deixou intrigado.”