Cantora e compositora Carol Biazin já escreveu hits de sucesso para artistas como Luísa Sonza – Foto: Luan Eduardo, com direção criativa de Gabriela Grafolin, direção de arte e edição Holland Vision, stylist Malu Costa, beleza Pedro Simi, assistente de fotografia Humberto Catta Preta, assistente de arte Amadeus Galileu, técnicos de cenografia Cassiano Reis e Paulo Machado, assistentes de styling Daniella Benotti e Mara Resende, assistente de beleza Luna Costa, retouch Bruno de Mendonça e Gabriela Grafolin

Tem quem diga que o “mundo de Alice” é uma grande fantasia. Para Carol Biazin, cantora e compositora de 25 anos, o universo lúdico onde tudo é possível é exatamente a fonte inesgotável de inspiração que a faz colocar os dois pés no chão para dar vida às suas criações. O livro infantil é uma das referências da artista em sua nova fase musical, consolidada com o single “Brinca Com A…”, que chega nesta terça-feira (02.08) às plataformas. Na quarta-feira (03.08), vai ao ar o clipe gravado no Estúdio CENTRAL.

A cantora mostra que cair na toca do coelho não precisa ser assustador. Não é sobre se perder, mas sobre caminhar em direção a si mesma em um processo extremamente libertador. Nessa jornada de autoconhecimento e descoberta de um som próprio, Biazin tomou para si referências que nunca imaginou, como o rapper 50 Cent, que foi inspiração central para sua nova faixa.

“Percebi que queria que minhas músicas tivessem esse ar mais cafajeste, de alguém que manda”, conta, em entrevista à Bazaar. A partir daí, ela criou uma espécie de alter ego que representa uma mulher poderosa, sem papas na língua, a “Garota Infernal”, que dá nome ao seu último single solo, lançado em janeiro.

Até então, suas referências aos anos 2000 estavam ligadas a figuras femininas, divas como Britney Spears e Beyoncé, que refletem claramente em seu trabalho, com um groove característico da cena pop do começo do milênio. “A inspiração do 50 Cent veio em uma época em que estava há um tempo sem lançar nada, parei para estudar o cenário musical daquela década e peguei a ideia desse cara meio pilantra, que fala o que pensa. Decidi tomar isso para mim também. Porque a gente não pode cantar coisas assim também sem criticada?”, questiona.

Essa vontade de se apropriar do seu próprio poder não aparece só nas letras de suas músicas, mas nas roupas e em toda a identidade visual que acompanha a artista. Com muito preto, recortes, pedrarias e correntes, Carol inaugura de vez uma etapa destemida em sua carreira.

Essa força, no entanto, vem também de um lugar difícil, que é o de nem sempre ter sua voz ouvida no mercado. “Ter vestido essa espécie de máscara tem me ajudado porque tenho criado mais confiança na hora de falar, de me impor, ainda mais como uma mulher jovem que tem cara de nova”, explica. “Esse alter ego não é 100% eu, mas ele saiu de mim, então também vive aqui. No fundo, acho que está tudo aqui dentro, essa confiança existe.”

Esse senso de confiança e de intuição não só existe como vive nela desde cedo. Aos 8 anos, começou a estudar violão, apesar da sugestão dos pais para tentar o piano. A menina, pragmática por natureza, achou que o violão seria mais fácil de carregar para baixo e para cima – já prevendo os lugares em que chegaria. E, em 2017, foi até a final do “The Voice Brasil”, onde cantou a autoral “Não Vai” com seu instrumento preferido.

Depois da participação no programa, Carol Biazin começou a publicar covers acústicos no YouTube e cultivar uma base fiel de fãs, que a acompanha desde então. Hoje, já acumula números impressionantes, com mais de 100 milhões de views, entre videoclipes, covers e apresentações ao vivo.

A escrita continuou sendo uma parte vital de seu trabalho, tanto para expressar sua verdade quanto para ajudar outros artistas a construírem suas composições. Nomes como Anitta, Vitão, Rouge e Luísa Sonza estão entre os artistas para os quais ela escreveu, incluindo hits como “Penhasco” e “Melhor Sozinha”.

Em sua nova fase, ela espera inspirar outras pessoas a encontrarem sua voz e criarem seu próprio “mundo de Alice” – feito para ser exatamente o que elas quiserem. “Nunca imaginei que eu mesma pudesse criar algo que me inspirasse tanto. Geralmente, tiro inspiração de outras mulheres. Espero muito que, dessa vez, possa inspirar outras pessoas para que elas mesmas possam criar novas coisas que virem inspiração para outras novamente”, completa.