Depois de mais de um ano fechado em função da pandemia do covid-19, o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-Bahia) está em cartaz, até o dia 19 de dezembro de 2021, com a exposição “O Museu de Dona Lina”, com visitação permanente de terça a domingo, sempre das 13h às 17h. Já os Pátios externos (2.500 m²) e o Café ficam abertos das 12h às 20h. A mostra de ‘Dona Lina’ utiliza os dois principais espaços expositivos do museu, a Capela e os dois pavimentos do Casarão da antiga Quinta do Solar do Unhão, localizado às margens da Baía de Todos os Santos, tombado como Patrimônio do Brasil pelo IPHAN desde 1943.
A exposição reúne cerca de 300 obras do acervo fixo do MAM, com obras de artistas modernistas e contemporâneos junto a peças do Acervo de Arte Popular Lina Bo Bardi, do Centro Cultural Solar Ferrão, da Dimus/Ipac, promovendo um diálogo entre as duas coleções.
De acordo com o diretor do MAM-Bahia, o cineasta e gestor cultural, Pola Ribeiro, a mostra não é sobre a arquiteta ítalo-brasileira, Lina Bo Bardi, que concebeu e foi a primeira diretora do MAM-Bahia (1959 a 1963), mas, sim, uma homenagem ao pensamento dela, que entendia as artes popular e erudita no mesmo patamar. “Até início de dezembro, Lina também deve ganhar uma mostra definitiva com a inauguração do ‘Espaço Lina Bo Bardi’ no museu”, revela Ribeiro.
O objetivo é fazer com que as ideias de Lina estejam presentes nesse Espaço que levará o nome dela, onde serão promovidas exposições, ações educativas e outras atividades do museu. “Vamos resgatar a sua memória e a sua prática artística no MAM”, finaliza Pola Ribeiro. O Acervo de Arte Popular da Dimus/Ipac foi uma iniciativa de Lina Bo Bardi, que reuniu essas peças entre o final da década de 1950 e início da década de 1960, a partir de doações e de viagens realizadas por ela no Recôncavo, no semiárido baiano e no Nordeste. Agora, em 2021, o MAM-Bahia completa 62 anos.
Para especialistas em arquitetura, cultura, arte e história, Lina é um marco para a Bahia e a célula-mater do MAM de Salvador. Em 1963, o MAM foi instalado por Lina no complexo-arquitetônico do Solar do Unhão – também restaurado por ela –, às margens da Baía de Todos os Santos. Em 1943, o complexo foi tombado como Patrimônio Nacional pelo IPHAN. “Lina foi uma artista revolucionária e uma mulher à frente do seu tempo”, diz o curador do MAM-Bahia e da exposição, Daniel Rangel. Ele destaca que em maio deste ano, Lina foi homenageada postumamente com a premiação internacional do Leão do Ouro, na 17ª Biennale Architettura de Veneza (Itália). “É a primeira mulher brasileira e a primeira no mundo com obra construída a conquistar um Leão de Ouro, além de ser a terceira profissional brasileira a obter o prêmio, depois dos arquitetos Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha”, detalha Rangel.
O Acervo do MAM é composto por aproximadamente 1,3 mil obras modernas e contemporâneas, representando um painel heterogêneo de contribuições de artistas de várias gerações, baianos, brasileiros e estrangeiros. Dentre eles, modernistas como Tarsila do Amaral e Candido Portinari, até contemporâneos, como Mario Cravo Neto e Marepe, entre outros. Já o Acervo de Arte Popular reúne peças utilitárias e figurativas, como carrancas, ex-votos, imaginária, vestuários de couro e utensílios domésticos, dentre mais itens.
Mais informações: www.mam.ba.gov.br ou via telefone (71) 31176132, das 9h às 12h e das 13h às 15h.





