
As viagens me inspiram muito e minhas favoritas são cheias de cultura, exotismo e clima tropical. Bali, na Indonésia, foi uma das experiências mais incríveis da minha vida, um lugar de magia inexplicável, fonte de criação para minha coleção de verão 2016 e, também, uma jornada espiritual.
Nunca tinha ido à Ásia. Recém-casada, viajei com meu marido, Rodrigo Ticoulat, no ano passado, e ficamos dez dias na ilha. Tinha acabado de perder meu pai, e costumo dizer que lá encontrei a cura e a paz para aquele momento que vivia. Voamos de São Paulo para Malé, nas Maldivas, nosso pit stop antes de fincar pés em Denpasar, capital de Bali. Escolhemos ficar em Ubud, uma cidadezinha no centro da ilha, local do resort Como Shambhala, um oásis verdejante. Fomos recebidos com colares artesanais lindos e coloridos, feitos com flores naturais. Para beber, chá de maçã com gengibre. Só isso e já entrei no clima zen!

Nosso quarto era uma suíte-casinha, com living, piscina e chuveiro a céu aberto com vista para os campos de arroz. A cama era decorada com flores de lótus (que, no hinduísmo, simboliza pureza e limpeza), e um incenso delicioso trazia um frescor muito bem-vindo. Uma vez, pedimos almoço lá mesmo e senti como se estivesse em minha própria casa no Oriente. Na propriedade, descia um caminho em meio à floresta, com cachoeiras, um rio mais abaixo e várias piscinas de água natural. A energia e a natureza, mescladas com aquela arquitetura orgânica, me impressionaram muito e inspiraram uma das estampas da coleção, que chamei de Abstract Architecture.

Durante a estada, fizemos muitos passeios. Agus, nosso guia, planejava tudo com detalhes. Antes de sair, no café da manhã, virou um must tomar o Tropic-Aid, um suco com manga, água de coco, papaia, laranja e limão, receita saudável para ativar os músculos, dizia o cardápio, uma delícia! Quando passeávamos de manhã, à tarde ficávamos no hotel relaxando nas piscinas e no spa, onde fiz a melhor massagem da minha vida.

Um dia, fomos ao Bali Zoo para andar de elefante e ver os animais. E, surpresa! Vimos um tigre branco, espetacular. Também visitamos o Monkey Forest & Monkey Temple, templo onde interagimos com macacos e nos divertimos muito. Outro dia, conhecemos o templo Tirta Empul (Água Pura), cheio de carpas no local onde brota água pura – inspiração para outra estampa do meu verão 2016. Nesse santuário, participamos do ritual da purificação: entramos de roupa na água, nos lavamos em fontes, fizemos pedidos e agradecemos. Saindo de lá, acendemos uma oferenda para os deuses. As rezas são feitas com flores coloridas – cada cor de flor tem um significado diferente. O hinduísmo, seguido pela maioria da população, me encantou pelos valores que cultiva: de amor à natureza, respeito, compaixão e simplicidade.

No roteiro incluímos o templo Pura Ulun Danu Bratan, maravilhoso, à beira do lago Bratan. E visitamos o curandeiro Cok Negari (um João de Deus balinês), que fez um trabalho espiritual incrível comigo e foi superatencioso com o momento difícil pelo qual passava.
Pôr-do-sol? Não me esqueço da cena no Tanah Lot Temple. À noite, íamos a restaurantes maravilhosos. Adoro comida spicy e lá tem muita. Recomendo o Bridges, o Mosaic e o japonês Minami. No hotel,comi um wrap de lagosta incrível, no Glow. Sonho sempre com Bali e, só de pensar, já me sinto zen.
