Lelê Saddi usa vestido lovlity – Foto: Adriano Damas, com edição de moda de Rodrigo Yaegashi, styling de Larissa Romano, maquiagem de Paty Hadich e cabelo de Didier Sé

Por Ana Ribeiro

Lelê Saddi está descalça, é assim que ela gosta de circular em casa. O salto alto faz parte de muitas produções, mas um dos seus prazeres é descer do salto, tirar o sapato e pisar no chão. “Adoro!” Esse jeito à vontade é um outro lado, não muito distante, da empresária à frente da agência PopComm e da influenciadora digital que tem sempre uma dica nova ou reflexão nas suas redes sociais.

Lelê em seu sofá Pierre Augustin Rose, usando vestido Zimmermann na CJ Mares – Foto: Adriano Damas, com edição de moda de Rodrigo Yaegashi, styling de Larissa Romano, maquiagem de Paty Hadich e cabelo de Didier Sé

Acontece que Lelê é assim, uma mistura de experiência com intuição, de referências com ousadia, de tradição com modernidade. Ela só não abre mão de se sentir bonita, segura e confortável. “Sempre fui muito girlie e até hoje gosto de me arrumar. Mas não forço a barra para usar algo que está na moda, se não valoriza o meu corpo e nem combina com o meu estilo. Prefiro investir em peças menos datadas, menos fashionistas.”

Detalhe da sala de estar – Foto: Adriano Damas, com edição de moda de Rodrigo Yaegashi, styling de Larissa Romano, maquiagem de Paty Hadich e cabelo de Didier Sé

Essa lição ela aprendeu em casa. Sua mãe, Cris Lotaif, foi a primeira grande referência de moda, ao mesmo tempo em que infuenciava várias outras mulheres, atuando como a primeira embaixadora da Dior no Brasil, grife da qual foi diretora também. “Me lembro da cena. Eu devia ter uns 6 ou 7 anos e ficava vendo ela se arrumar. Admirava aquela mulher linda e elegante, a minha rainha. Ela é minha rainha até hoje”, conta Lelê, que tem a sorte de ter o mesmo gosto e as mesmas medidas da mãe – herda roupas o tempo todo. Tanto assim que pegou emprestadas algumas peças desse editorial, como o cinto de correntes douradas Chanel e o blazer Thierry Mugler.

Sobre a espreguiçadeira, cintos herdados da mãe, todos Chanel – Foto: Adriano Damas, com edição de moda de Rodrigo Yaegashi, styling de Larissa Romano, maquiagem de Paty Hadich e cabelo de Didier Sé

A Dior segue sendo uma das grifes internacionais favoritas, junto com Chanel e Valentino. “Acho inacreditável o trabalho dos diretores criativos, que conseguem reinventar as marcas, sem abrir mão do DNA. Eles garantem que a marca não envelheça, não caia no esquecimento, não vá embora junto com as clientes. Elas sobrevivem conquistando as novas gerações. Valorizo isso, gosto de tradição.”

Lelê Saddi usa terno Lovlity, cinto Chanel herdado da mãe e sandálias Aquazurra – Foto: Adriano Damas, com edição de moda de Rodrigo Yaegashi, styling de Larissa Romano, maquiagem de Paty Hadich e cabelo de Didier Sé

Grifes nacionais ela acha difícil citar, já que fazem parte de seu trabalho. “Me formei em Administração na ESPM e acabei criando uma agência de comunicação que atua com marcas de moda, beleza e lifestyle. Então trabalho com moda, mas na área do marketing, de comunicar a marca”, explica.

Lelê usa vestido Lovlity e óculos By Helena Bordon – Foto: Adriano Damas, com edição de moda de Rodrigo Yaegashi, styling de Larissa Romano, maquiagem de Paty Hadich e cabelo de Didier Sé

Esse lado empreendedora ela traz de casa também, do exemplo dos pais. “Empreender era um grande sonho na minha vida, eu sentia que isso estava dentro de mim. Queria trilhar um caminho independente e construir a minha história”, diz ela.

A sala de jantar com destaque para o lustre da Cativa – Foto: Adriano Damas, com edição de moda de Rodrigo Yaegashi, styling de Larissa Romano, maquiagem de Paty Hadich e cabelo de Didier Sé

Para Bazaar, topou mostrar um pouco mais da casa que divide com o marido, o empresário Renato Azevedo, com as cachorras Pipa e Uma, e onde logo vai estar correndo o primeiro filho do casal, que nasce entre março e abril de 2023 (mais sobre isso mais tarde).

Bolsa herdada da mãe, Chanel – Foto: Adriano Damas, com edição de moda de Rodrigo Yaegashi, styling de Larissa Romano, maquiagem de Paty Hadich e cabelo de Didier Sé

Ela faz um tour comigo e vai mostrando os ambientes. “Essa aqui é só minha”, brinca ela, apontando para a sala decorada em tons de verde com mix de estampas. “O projeto é do Sig Bergamin, essa coisa bem máxi, bem colorida”, define.

Obra sobre a lareira de Philippe Decrauzat – Foto: Adriano Damas, com edição de moda de Rodrigo Yaegashi, styling de Larissa Romano, maquiagem de Paty Hadich e cabelo de Didier Sé

O próximo ambiente tem outro mood, com muita madeira e tons neutros. Lá fora estão o jardim, a piscina e o gazebo, onde eles criaram um espaço decorado em preto e branco para receber os amigos, com churrasqueira e forno de pizza.

Mas o segredo da casa está guardado no sótão. É o que Lelê chama de bar-balada-Marrakesh, com paredes pintadas à mão e pista de dança. “A gente recebe muito aqui, e acho que essa casa vai ser gostosa também para uma criança.”

Foto de Lina Kim – Foto: Adriano Damas, com edição de moda de Rodrigo Yaegashi, styling de Larissa Romano, maquiagem de Paty Hadich e cabelo de Didier Sé

Para o quarto do bebê ela dispensou a ajuda de Sig e pretende fazer tudo sozinha. “A maternidade é um mundo paralelo, com muita coisa para descobrir. A expectativa da chegada dele é uma alegria para a família toda. Estou muito feliz, vivendo uma fase muito gostosa.” Falta ainda escolher o nome do bebê. “Nome de menino é muito mais difícil. Fico elaborando, vejo a carinha dele no ultrassom.”

Lelê em seu jardim, com vestido Lovlity e joias de seu acervo – Foto: Adriano Damas, com edição de moda de Rodrigo Yaegashi, styling de Larissa Romano, maquiagem de Paty Hadich e cabelo de Didier Sé

Lelê não gosta de fórmulas e nem respeita rituais. No fim do ano prefere fazer o que tem vontade em vez de usar todo ano o branco obrigatório do Réveillon. O destino deste ano é Trancoso, no sul da Bahia, destino preferido dos paulistas nessa época do ano. “Não sou supersticiosa com nada. Minha superstição tem a ver com otimismo. Sou muito otimista, sempre penso que as coisas vão dar certo. A força do pensamento positivo é a minha superstição.”