
Igor Business, um dos maiores especialistas em mercado digital do País, afirma que a pandemia transformou (e liberou) o comportamento sexual de solteiros e casados – Foto: Divulgação
Por Ana Carolina Soares
Se você como muita gente ainda fica ruborizada de vergonha de entrar em uma sex shop, uma solução pode ser a discrição do comércio eletrônico – e, claro, suas encomendas recebidas como um pacote tão neutro que poderia ser de um perfume ou uma roupa.
Aliás, essa solução de comprar os brinquedinhos na privacidade da telinha foi adotada com força na pandemia e é um dos motivos do boom do mercado erótico.
“O mercado erótico, assim como qualquer outro setor, precisou se adaptar às novas condições sociais e ao isolamento provocado pelo vírus. Este setor, em particular, se beneficia ainda mais do comércio eletrônico, uma vez que muitas pessoas têm vergonha de entrar em um sex shop, mas o mesmo não ocorre pela tela do computador”, avalia Igor Business, influencer com quase 650 mil seguidores no Instagram.
Conhecido por “bombar” vários negócios na internet, ele agora analisa também o fenômeno das sex shop online. O influencer cita como “oceano azul” pesquisas do mercado interno e externo. Segundo a consultoria norte-americana Allied Market Research, o setor de produtos voltados ao prazer sexual movimentou US$ 78 bilhões em 2020, conforme os dados mais recentes. No território nacional, a Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual (Abeme) estima que as vendas chegaram a R$ 2 bilhões no primeiro ano da pandemia. A projeção é que o mercado mundial de produtos eróticos cresça ainda mais, em média, 5% ao ano até 2027.
Além disso, aproximadamente 33% das compras de produtos sexuais foram realizadas pela internet, contra 25% antes da pandemia. O especialista também observa que o comportamento do pessoal mudou, tanto de solteiros quanto de casados. “Para os casados, os produtos eróticos serviram e ainda servem para inovar e quebrar o tédio dentro de casa. E para os solteiros, são ótimo para o prazer a sós, além do que a internet é um excelente ponto de encontro para paquera”, analisa.
Para Business, o principal motor é a busca pelo prazer. “O ser humano busca o prazer. Sempre foi assim. E o desejo sexual é uma das formas de sentir essa satisfação. Então, diversificar a forma de fazer sexo, ou de se contentar por conta própria, entrou na pauta das pessoas durante o confinamento e também agora, nesse momento de sair da reclusão no pós-pandemia”, afirma o especialista.
O influencer também aponta que as gerações mais novas estão quebrando o tabu em torno do sexo e dos produtos sexuais. “O mercado erótico está em alta porque sexo está deixando de ser tabu. Ao se falar mais abertamente sobre sexo, o mercado cresce, porque, invariavelmente, vão surgindo novos consumidores. Os mais jovens também tratam o assunto de forma privada, mas se mostram mais dispostos a novas práticas, o que inclui a aquisição de produtos eróticos”, comenta.
É a era do sexo hi-tech, minha gente 🙂
@anacarolcsoares é jornalista desde 1994, ganhou prêmios e passou por grandes veículos de comunicação, trabalhando como repórter, editora, colunista e PR. É muito feliz também em cursos de tantra, fez mais de dez e até tirou certificado de terapeuta tântrica com Gilson Nakamura em janeiro de 2019, no método Deva Nishok. Dona de cachos assumidos e ama escrever sobre sexo, como a musa Carrie Bradshaw.

