
Por Karen Couto
Esta semana vou compartilhar com vocês o conteúdo de um vídeo de Gabor Mate, em que ele levanta questões relacionadas ao objetivo muitas vezes imposto pela sociedade capitalista de nos fazer perder a conexão com o nosso espírito, nossa alma e verdadeira essência. Nos sentirmos solitários, desunificados, alienados, incapazes, carentes, infelizes e tristes.
Desassociados do SER
Para fundamentar seu pensamento, ele começa por Marx e seus quatro tipos de alienação:
1. Da natureza: física e desconexão com as naturezas interna e externa. Você ingere comida de mentira porque vive uma vida de mentira. O seu corpo te pede “porcaria” e superficialidade e você se transforma em uma lixeira, além de também gerar muito lixo com o seu consumo – que alimenta a morte, e não a vida. No lugar de regenerarmos a nós e ao planeta, praticamos a degeneração e a cultura da destruição;
2. Alienação uns com os outros: menos integridade, relações vazias, ausência de honestidade. Menos confiança, menos empatia e senso comum. Ao sermos seres sociais, o descaso com o próximo e o egoísmo nos resulta maior facilidade em contrair doenças mentais e degenerativas. Envelhecimento precoce e doenças da alma;
3. Alienação no seu trabalho: por tantas questões passamos a executar quaisquer atividades que nos desagradam e nos conferem uma sensação de sermos escravos da nossa própria realidade. Mal pagamos as contas… porque a insatisfação precisa ser “maquiada” gastando mais do que ganhamos com itens dispensáveis que proporcionam alegria meramente passageira;
4. Alienados de nos mesmos, da nossa percepção e da nossa intuição.
Gabor Mate então pergunta à plateia: Quantos de nós já tivemos intuição e não a seguimos e nos resultou mal?
Enfim, essa separação de nós mesmos (e de nossas percepções e intuições) começou em algum momento da nossa infância, quando começamos a aprender a não expressar nossas emoções e sentimentos verdadeiramente.
Ele esclarece que quando não exercemos a criatividade não estamos plenos em nossas capacidades e em direção oposta à autoestima.
O fato é que vivemos exaustos, infelizes e desestimulados. Não levamos a vida. Ela que nos leva. Nos tornamos apáticos. Ansiosos e deprimidos… uma vida ilusória e vazia na cultura do ter, e não do ser. Para ter a aparente sensação de importância em direção à autoafirmação, para, dessa forma, passarmos para a sociedade a falsa imagem de autoestima e felicidade.
Que texto pessimista você deve estar pensando… sim, pode ser. Mas não definitivo. É da cultura humana contestar antes mesmo de tentar observar, contornar, ver o lado bom – sempre há de haver.
Estamos cansados da Covid-19 e a restrição de ir e vir? Pergunta que nem precisa tem resposta, tamanha a obviedade. Entretanto, está em nossas mãos romper de vez com o que a sociedade e os padrões há muito vêm determinando em nossas vidas!
É hora de impeachment. Essa é a nossa oportunidade de dar um basta à manipulação. E essa é a nossa maior liberdade. Eu quero mais é me reunir com poucos e bons, vestir black-tie numa versão intimista e não exibicionista.
Me vestir para mim mesma e para poucos, escolhidos a dedo. E ser e me sentir muito mais feliz comigo mesma e com os “meus”.
Karen Couto é palestrante e consultora online. É pós-graduada em Gastronomia Funcional e escritora. Seu livro “Você Pode Ser Mais Feliz Comendo” foi nominado melhor livro do ano pela revista ”Prazeres da Mesa”. Nele, ela oferece soluções saudáveis, aborda o tema saúde de forma integral: autoconhecimento com harmonia e bem-estar para você atingir o seu verdadeiro propósito. Instagram @karencoutooficial e @bbeeclean por um mundo mais limpo.