Astrid Fontenelle – Foto: Divulgação

Por Diogo Rufino Machado

A apresentadora Astrid Fontenelle desenha pela primeira vez uma coleção de roupas. A linha é criada em parceria com a carioca Cantão, que surgiu durante uma campanha do Dia da Mães que ela fez para a grife durante a pandemia. Tem como referência o que ela chama de “Bahíndia”, uma mistura de Bahia com Índia.

Nesta entrevista exclusiva, ela fala sobre a novidade. Leia na íntegra:

Como é para você desenhar pela primeira vez uma coleção? Quais foram as referências que você buscou?

Desenhar essa coleção com o Cantão foi uma nova portinha em um universo que se abriu na minha vida. Era inimaginável pra mim… Eu estava, durante a pandemia, cuidando da minha saúde mental e fazendo um curso de aquarela com a Pinky Wainer sem a menor intenção de me tornar uma artista da aquarela. Ao estrelar uma campanha de Dia das Mães com Cantão, entramos numa brincadeira “podíamos fazer uma collab, né?!”. Deu certo. A partir disso, mostrei pra equipe de criação minhas pinturas e fui descrevendo que gostaria de fazer algo que remetesse às cores, à natureza, ao toque dos lugares que mais gosto no mundo: primeiro, a Bahia, e depois a Índia. Apesar de ter visitado a Índia somente uma vez, as cores e texturas lá sempre me despertaram curiosidade e paixão. Dentro disso, fui buscar referências do que eu via na Bahia, em Morro de São Paulo, onde estava indo muito por estar construindo uma casa. A cor da areia, a cor do mar e os coqueiros da Bahia, junto as cores e mandalas da Índia, era o que eu desenhava. Usei pra fazer a Índia, o verde das folhagens, além a mistura do rosa com o vermelho. Selecionei peças minhas… Na verdade, uma peça minha foi muito importante e que tenho há mais de 25 anos: uma jaqueta com bordados, da Dior.

Qual a sintonia da Cantão com a Astrid para que esse casamento tenha dado certo?

Sintonia são coisas que a gente não consegue explicar, né? Foi um encontro muito feliz. Não tivemos um “senão”, de verdade. A equipe comandada pela Lanza na criação e do estilo bateu comigo total. A energia da Renata Simon [diretora criativa do Cantão], que é a mesma do Cantão, que também é muito Bahia fez com que essa colaboração tenha dado muito certo desde o início. Talvez até de antes. Acho que de tanto desejar ter uma mochilinha jeans do Cantão, eu fui cheia de amor e funcionou na medida certa entre as peças da collab.

Por que você buscou referências na Bahia e na Índia?

Nessa soma, de Bahia e Índia, são lugares que me remetem à paz e ao Namastê, que me trazem o significado de que “o mesmo Deus que habita em mim, é o Deus que habita em você”, além da meditação… O ato de inspira e respira, que falo muito na criação do meu filho e também pra mim… “Calma. Respira. Inspira e deixa passar a angústia, a tristeza, a raiva. Saiba que vai passar”. Portanto, respire e se inspire sobretudo no amor. Aliás, tudo o que eu falei está muito explícito em algumas peças da coleção, como na camiseta, nas peças de linho de algodão na cor da areia, com os desenhos de búzios e carimbo da Índia. Outra coisa legal de falar: eu pedi pra ter macacão, para ter vestido longo, para ter saia longa e camiseta e me surpreendi quando vieram duas peças com alcinha, que me despertaram dúvidas, mas ao vestir eu vi uma nova possibilidade: “quem disse que uma mulher de 60 anos não pode usar alcinha?”. Foi uma quebra de preconceito pra mim bem importante. Eu gosto muito do lenço, que a princípio é menor e pedi para fazer maior pra termos múltiplas funções, desde guardar dentro da bolsa pra sentar na areia como pra fazer foto linda com a peça esvoaçante na praia, ou até mesmo amarrar como top, lenço de cabeça ou compor um styling bacana como saia.

Você pretende seguir nesse meio? Como foi a experiência da Astrid como estilista?

Não sei se pretendo seguir nesse meio, mas tenho vontade, tenho coisas guardadas há muito tempo pra fazer joia. Eu já namorei essa área fazendo uma marca de camiseta chamada “2B Friends”, por exemplo. Quem sabe!