Dandara Queiroz: descendente de índios Tupis soma 10 desfiles no SPFW

A modelo Dandara Queiroz (WAY Model) é descendente de índios Tupis, tem 24 anos e fez 10 desfiles na última edição do São Paulo Fashion Week, para grifes como Led, Boldstrap e Rocio Canvas, entre outras. Nascida em Araçatuba, em São Paulo; e criada em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, já atuou na Alemanha, trabalhou para marcas como Animale, Havaianas, Aeropostale, Água de Coco, Cia Marítima e Lenny Niemeyer.

Modelo há pouco mais de um ano, dedica-se nas horas vagas às pinturas indígenas, poemas e composições, além da prática de Muay Thai. Formada em Arquitetura e Urbanismo, já foi corretora de seguros e vendedora de geladinhos. Adepta do vegetarianismo, dedica-se a ações em prol de animais abandonados e da preservação do meio-ambiente.

Hoje a Bazaar entrevista Dandara com exclusividade. Leia na íntegra:

Como você foi descoberta e como iniciou a sua carreira de modelo?

Quando eu tinha 14 anos, fui convidada para uma seletiva em São Paulo. Visitei algumas agências, mas na época não passei em nenhuma. Depois disso, com 23 anos, voltei novamente. Um scouter me convenceu a vir, mas eu não tinha esperanças pelas experiências do passado. Porém, tudo conspirou. Eu passei em todas as agências que visitei! Tudo acontece no tempo de Deus. É muito gostosa a sensação de gratidão e euforia quando estou realizando meus objetivos, antes mesmo do que eu esperava. Em 2020, eu me mudei para São Paulo, em setembro, no auge da pandemia. Não foi fácil, mas a disciplina, a gratidão, a fé em Deus e tudo que ele colocou em meu caminho me ajudou a chegar até aqui.

Antes de começar a carreira, o que você fazia?

Eu estudava Arquitetura e Urbanismo. Enquanto estudava, vendia geladinhos gourmet, trabalhava em uma loja de decoração e na corretora de seguros da minha família. Depois que me formei, encontrei meu scouter e fui seguir meu sonho. Depois disso, fui embora do Mato Grosso do Sul para vir para São Paulo.

Onde você morava antes e onde mora agora que é modelo? Como foi esta mudança?

Eu morava em Três Lagoas, no interior do Mato Grosso do Sul. Uma cidade pequena, com muitos amigos, familiares e conhecidos. É conhecida como cidade das águas, rica em belezas naturais, lá eu tinha muita conexão com a natureza, sinto falta disso. No rancho da minha família, sempre teve muitos animais e um pomar enorme. Na minha cidade, eu também participava de projetos sociais para proteção de animais, fui voluntária por oito anos. Agora, eu moro em São Paulo, na capital, em um apartamento pequenininho cheio de plantas, tudo do meu jeito, é meu lar! Eu sou muito feliz onde estou, já fiz muitas amizades e me sentir independente é gratificante.

Como foi a experiência de fazer 10 desfiles no spfw?

Um sonho realizado, sem palavras, como se passasse um filme em minha cabeça de tudo que eu já passei. Estar desfilando naquela passarela preenche meu coração, e dá muito orgulho pra minha família. Além disso, me sinto muito feliz em representar minha cultura e servir de inspiração para tantas histórias parecidas com a minha. Foram choros, risos, correrias, gritos, representações com muita essência e, acima de tudo, conquistas e vitórias. Devo muito a todos os envolvidos que me ajudaram a chegar até aqui, muita gente faz parte disso comigo.

Quais os próximos passos que pensa para a sua carreira?

Eu confio muito nos passos que Deus escolheu para mim. Realmente os planos dele são maiores que os meus. Eu vou fazer a minha parte, com muita dedicação, disciplina e fé, quero voar ainda mais alto e poder dar uma qualidade de vida melhor pra minha família, ser um exemplo ainda melhor de representatividade e inspiração pra quem me acompanha.

Quais marcas/estilistas admira e gostaria de desfilar para?

Eu admiro marcas e estilistas com história de superação, de evolução e também as que acreditam no meu trabalho pra representá-los. Isso é o meu maior combustível pra fazer o meu melhor sempre!

Quais modelos você admira?

Os meus amigos que eu convivo diariamente, eu tenho muita admiração, pelas histórias reais de pessoas que lutam pra crescer, que não deixam de ser humildes, independentemente de onde estejam, que tem empatia com todos do trabalho e que principalmente agradecem todas as oportunidades. A gratidão é a minha maior referência de admiração.