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Mariana Sampaio sempre foi obcecada por jeans. Antes de criar a Myne, a influencer e empresária natural de Cruzeiro, no interior de São Paulo, havia sido sócia de outra marca de roupas – focada em tricôs e malhas – que ganhou fôlego na pandemia. Mas ela queria explorar o denim, e acabou saindo para focar em um único produto, com o savoir-faire de marcas que consome. “Havia um gap entre o alto luxo e as fast fashions. Queria atuar com matérias-primas de alto padrão”, frisa. Pegou sua visão de mercado, que se consolidou com passagens por redações de revista e se consolidou como influenciadora no @mariana, e deu início, sozinha e sem investimento, à primeira coleção da sua marca autoral verão 2022. “Estrategicamente, a margem de lucro era menor, mas queria me estabelecer e ganhar força”.
As primeiras peças vieram de desenhos seus, com cores muito vibrantes após o período de lockdown severo. Afinal, as pessoas queriam sonhar novamente. A primeira família, ela recorda, tinha linho e tecidos em cores como rosa e amarelo. “O jeans vendeu muito, também”, pontua. Com identidade forte, as peças em denim viraram carro-chefe, e ela foi adaptando a cartela de cores para tons mais sóbrios e neutros. “Ganhou identidade e um público que confia na modelagem”. Aqui, sabia que a qualidade superava o preço, e valia a pena investir em pequenas quantidades para garantir a experiência de compra.
Foi então que Mariana apostou no mix de peças básicas (com camisetas, malharia e moletom), ampliou para o couro e para a alfaiataria, e encontrou o meio-termo naquela brecha de mercado que sabia existir. “A gestão de uma empresa e o tempo (como influenciadora) se deu por conta das oportunidades e a relação com o meu público. Tento equilibrar para me dedicar aos dois lugares”, pontua. Com mais de dois milhões de seguidores só no Instagram, ela sabe que, atualmente, o seu principal asset é ser a cara de sua marca, que alavanca as vendas e usa sua credibilidade para dar valor às coleções.

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No futuro, quer deixar a label caminhar com as próprias pernas, celebrar novas conquistas e clientes e se embrenhar por outros caminhos. Quem sabe aproximar a Myne das esferas de beleza e lifestyle? A mãe de Luísa, de quatro anos, entende que seu maior desafio é desvencilhar seu rosto da marca que não só ajudou a erguer, mas que tem muito de seu DNA, estilo e dedicação. “De forma orgânica, trazer amigas para a marca, mais influenciadoras, indicações de amigas até que o consumo se torne orgânico”, pontua. A empresária estuda bastante, usa seu background na comunicação para tal, e entende que as collabs – tão presentes no cenário do alto-luxo – podem fazer sentido em algum momento.
Até o fim do ano, lança a coleção de verão 2024, antecipando tendências para o ano que vem. Ainda está focada no posicionamento da marca com a primeira linha fixa, a “Essentials”, com seus produtos mais vendidos, que vão ganhar estoque e reposição de tempos em tempos. “Dentro desse mix, ofertar outras linhas como parte estratégica, focando nos clássicos, básicos e essenciais”.
Aos 27 anos, Mari planeja abrir uma loja física em São Paulo nos próximos três anos, fortalecer a cartela de clientes e deixar suas roupas no top of mind das consumidoras, que buscam produtos de qualidade e um leque diversificado de peças, com linhas de algodão, alfaiataria e, jeans, claro.