No primeiro grande dia da semana de moda de Paris, a Dior roubou a cena. Não apenas pelo espetáculo que tomou o Jardim das Tulherias, atraindo dezenas de convidados e celebridades, mas pelo cenário assinado pela artista portuguesa Joana Vasconcelos e pelas criações da diretora criativa, Maria Grazia Chiuri, que ressignificam a palavra nostalgia.
Na passarela, a estilista revisitou e homenageou décadas de história da Dior, incluindo anos mais recentes que logo retornaram à memória dos espectadores. Aqui, a Harper’s Bazaar te conta tudo que você não pode perder no último desfile da marca:
O novo New Look

Dior, inverno 2023 – Foto: Reprodução/WWD
Apesar do Tailleur Bar, com sua jaqueta branca, ter entrado para a história como o New Look – batizado assim por Carmel Snow, editora-chefe da Harper’s Bazaar norte-americana –, a coleção de estreia de Christian Dior, em fevereiro de 1947, foi dominada por looks pretos. Em si, a silhueta não era completamente inovadora para o estilista, que já brincava com as cinturas marcadas e saias amplas quando trabalhava para Lucien Lelong e Robert Piguet, mas a novidade foi o suficiente para impressionar a moda.
Nessa temporada, Maria Grazia Chiuri resgatou o New Look com as mangas mais curtas que, na década de 1939, teriam criado looks despojados.
O desenho da sorte

Dior, inverno 2023 – Foto: Reprodução/WWD
Na nova passarela, também não foi difícil de notas a padronagem de pied-de-poule (ou houndstooth), já icônica na Dior. A história por trás da relação da maison com esse desenho também passa pela Bazaar: em 1939, enquanto ainda trabalhava para Robert Piguet, Christian Dior se inspirou na alfaiataria inglesa para criar o conjunto “Café Anglais”. O modelo atraiu a atenção da editora Carmel Snow, que se encantou pelo costureiro e o apoiou, oito anos mais tarde, a abrir seu próprio ateliê.
Desde então, Christian Dior sempre incluiu a estampa em suas criações, incluindo na caixa do perfume Miss Dior, em 1947.
A estampa selvagem

Dior, inverno 2023 – Foto: Reprodução/WWD
Em sua primeira temporada em Paris, em 1947, Christian Dior já apresentou um modelo ousado, marcado pelo animal print. Inspirado e influenciado pela musa, socialite e, mais tarde, uma de suas maiores colaboradoras: Mitzah Bricard. Aficionada por estampas de leopardo, é ela a personagem por trás do ocasional amor de Maria Grazia Chiuri pelas padronagens selvagens.
A jaqueta atemporal
Com a morte de Christian Dior em 1957, seu aprendiz, Yves Saint Laurent, herdou a direção da casa. Apesar de ter criado para a marca apenas seis coleções antes de ser substituído por Marc Bohan, o estilista criou alguns dos designs mais icônicos na história da maison. Uma delas veio em 1960 – uma jaqueta em couro de crocodilo que já foi revisitada por Kim Jones, e agora por Maria Grazia Chiuri, que levou para o desfile feminino uma versão do item. A peça foi um dos destaques da coleção, provando o seu design atemporal e fator desejo mesmo seis décadas depois de sua primeira versão.
O casaco vintage

Dior, inverno 2023 – Foto: Reprodução/WWD
Além da jaqueta de crocodilo, Yves Saint Laurent também criou um dos designs mais icônicos do século XX enquanto estava na direção da Dior: o pea coat. Esse design em azul marinho, em referência aos uniformes da marinha, é um clássico e sucesso até hoje na moda e chegou nas passarelas da Dior em versões ainda mais femininas e modernas.
As ruas da Cidade Luz

Dior, inverno 2023 – Foto: Reprodução/WWD
Em uma das imagens mais icônicas produzidas pela Harper’s Bazaar, a fotógrafa Louise Dahl-Wolfe clicou uma modelo em frente a um dos mapas de Paris que era favorito de monsieur Dior. Os desenhos das ruas parisienses são icônicos da casa e já foram trabalhados em estampas por Maria Grazia Chiuri. Nesta temporada, a estilista revisitou a imagem e trouxe mais versões do design para as passarelas.
O antecessor fashionista

Dior, inverno 2023 – Foto: Reprodução/WWD
Quem assistiu ao documentário “Dior e Eu”, de 2016, sabe que, em sua era na Dior, Raf Simons foi marcado pela exigência com estampas e padronagens. Seu amor pelos florais se traduziu em desenhos artísticos e estilizados que Maria Grazia Chiuri não teve medo de revisitar nesta temporada. A escolha do design foi nostálgica para aqueles que, na década de 2010, acompanharam o trabalho do belga na casa e provam que a tendência ainda é relevante nesta estação.
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