Sandro Barros domina a arte de transformar tecidos em joias

Por Marcela Palhão, com fotos de André Passos, edição de moda Rodrigo Yaegashi, styling Larissa Romano e beleza Jessyca Tommasi

Foi durante a sua infância que Sandro Barros teve o primeiro contato com a valorização dos trabalhos manuais e, consequentemente, desenvolveu seu desejo em trabalhar com moda. Descendente de italianos, era comum ver as mulheres de sua família se dedicando a costuras e bordados. “Nas minhas festas de aniversário, me divertia mais vendo minha mãe e minhas tias se produzindo do que com a própria festa”, lembra.

SIGA A BAZAAR NO INSTAGRAM

Barros trabalhou durante anos como stylist, até começar a colaborar com a Daslu – dos 14 anos em que trabalhou com a multimarcas, nove foram à frente de sua linha autoral de roupas de festas.

Em 2012, o estilista criou sua marca homônima, carregando consigo diversos elementos do atendimento personalizado que havia aprendido na Daslu; instalou seu ateliê em um casarão na capital paulista, onde recebe clientes com conforto e exclusividade, e encontrou nas técnicas manuais a base para seu DNA.

Atualmente, a label apresenta duas coleções por ano, mas tem a criação sob medida como seu carro-chefe. “Temos uma equipe de quase cinquenta pessoas que trabalham no ateliê, além das equipes de bordado de bastidor, que ficam em Minas Gerais. Por causa do espaço, as técnicas de Lesage, Rechilieu, bordados de linha de seda e linha matizada não ficam em São Paulo. Por aqui, focamos na parte de pedraria”, explica.

O processo de criação de uma peça única envolve uma entrevista detalhada com a cliente, aprovação de croqui e materiais, além de diversas provas. O processo pode levar um ano para um vestido de noiva e até seis meses para a roupa de uma convidada. Além disso, a marca também cuida de uma cartela de clientes fiéis que buscam roupas para diferentes eventos.

“As brasileiras têm gosto apurado e olhar rigoroso, em termos de acabamentos e detalhes. Grandes tecelagens nacionais e internacionais fecharam durante a pandemia ou pararam de fazer bons tecidos planos. Temos que nos virar com aquilo que temos, investir na criatividade, nos detalhes e nos trabalhos manuais. Transformar tecidos simples em verdadeiras joias”, reflete.