
Jaqueta Theory, camiseta Supreme e calças R13; tênis Jordan, da Nike, carteira Givenchy customizada pelo
próprio Sean – Foto: Max Tardio
Enquanto fashionistas se preparavam para a semana de moda masculina em Paris, em janeiro, a Givenchy enviou para seus eleitos pequenas bolsas de camurça pretas que, agora sem os convites minimalistas dentro, Sean Koons usa para carregar seus passaportes. Para o garoto de 21 anos, que faz da vida uma sucessão de viagens constante, o acessório é uma preciosidade.
Filho do artista Jeff Koons, é distante de ser frágil como as obras milionárias e famosas do pai, em formatos de cachorros feitos “com balões”. Ao contrário, é uma personalidade jovem, uma força magnética e, em suas redes sociais, aparece sempre rodeado de artistas, designers e empresários ilustres, de Matthew M. Williams e Kim Jones a Takashi Murakami e Bernard Arnault. Não poderia ser diferente. Sean, afinal, é uma presença a ser notada – e com muito estilo.
A paixão pela moda começou, inesperadamente, na neve. “Eu cresci com o snowboard. Passei muito verões nas montanhas e uma das características mais importantes nessa comunidade é a moda”. Ávido por fazer parte do grupo de ‘cool kids’ que deslizava (e desfilava) no gelo em pranchas da Burton, Sean conta que foi assim que começou a se “interessar por marcas diferentes e expandir o olhar para a vida nas ruas” já que, quando voltava para Nova York, era a cultura do skate (o snowboarding urbano) que o cercava. “Ainda assim, não sou nada bom em cima de um skate”, ri.
É ótimo, pelo menos, em navegar pela própria criatividade. Não somente pelo exemplo do pai, que quebrou, em 2019, o recorde de obra mais cara vendida por um artista vivo (a peça “Rabbit” ultrapassou 91,1 milhões de dólares em leilão), mas porque se preocupa em dar significado para sua relação com tudo o que há de novo e moderno. Recentemente, se formou em Economia na Universidade de Chicago e, desde então, atua na equipe criativa do dao5, fundo de investimentos de criptomoeda. “É um universo completamente moderno, que tem muito a ver comigo”.
Na conversa com Bazaar, a palavra edge fica evidente como uma favorita no vocabulário. Sem uma tradução literal para o português, faz referência ao espírito ousado, disruptivo, que ele enxerga como um dos motores da moda hoje. Não por acaso, Virgil Abloh e Heron Preston lideram sua lista de influências de vida e estilo, que também bebem da fonte noturna marcada por seu trabalho paralelo como DJ.
Um esteta natural – e ainda em construção –, Sean Koons absorve muito do universo artístico, que leva para os mínimos detalhes da própria vida. Na “bolsinha” Givenchy que agora carrega seus passaportes, cobriu com pincel e tinta sua própria intervenção: “Adoro colocar minha arte sobre a minha moda. Para mim, é importante ter a oportunidade de me expressar”. Nesse sentido, explica que ele e seus irmãos, seis no total, sempre tiveram liberdade, apesar de carregarem o “peso” do nome do pai.

Jaqueta Will n Rich X Sean Koons; anéis Sean customizados por Chin Theo e Ingrid Whelle – Foto: Max Tardio
“Definitivamente já senti a pressão (por ser filho de Jeff Koons). Sou uma pessoa ambiciosa e eu mesmo me pressiono. Quando as pessoas dizem que seu pai é uma lenda, é difícil não querer ser uma lenda você mesmo”, confessa, “mas isso me motiva a fazer as coisas cada vez melhor”. A reflexão pessoal surge em um momento delicado, em que as discussões sobre nepo babies (filhos privilegiados dos ricos e famosos) tem colocado em xeque o talento e presença dessas “crianças” no mundo da moda e da arte. “Obviamente, carrego um sobrenome forte. Mas minha preocupação no momento é construir meu próprio nome”. E Sean não pretende fazer isso em silêncio.

Jaqueta Will n Rich X Sean Koons; anéis Sean customizados por Chin Theo e Ingrid Whelle – Foto: Max Tardio
“Adoro house music e techno. O rap também é muito importante na minha vida”, conta sobre sua playlist, que o acompanha nos dias (e nas noites em que vibra como DJ). “Muitas das minhas músicas favoritas eu descubro em desfiles de moda”. Em Nova York, é um jet setter indomável, e divide seu tempo entre as festas no The Box e almoços em família no Serafina. “Gosto de explorar toda a Long Island. E tenho uma queda pelos Hamptons”, ri.
Da praia às montanhas, restaurantes concorridos, clubs descolados e desfiles disputados, Sean Koons é uma presença impossível de ignorar. E não dá sinais de diminuir ritmo. Por que deveria? É sua personalidade elétrica (very Bazaar!) que faz dele um dos nomes para prestar atenção entre a geração de figuras brilhantes que domina a cena hoje.






