Alexandre Birman e Roberto Jatahy – Foto: Divulgação/Nicolas Calligaro

“Desculpem o convite de última hora. Não é o que a etiqueta diz, mas não poderia ser diferente. Estamos diante de um momento histórico.” Com a frase, equilibrada entre humor e seriedade, Alexandre Birman escolheu começar o discurso que oficializou a fusão bilionária entre seu império, a Arezzo&Co, e o Grupo Soma, do empresário Roberto Jatahy.

Doze horas antes, na noite de domingo (04.12), a novidade agitou o mundo dos negócios, que batizou a operação de “Big Bang da moda brasileira”. Esta, afinal, é a maior do tipo na última década do País e representa a união de 2.057 lojas, 1.520 franquias e quase 22 mil funcionários divididos em 34 marcas, como Anacapri, Hering, Farm, Schutz, Vans, NV, Animale, Cris Barros e Carol Bassi – tudo com um receita combinada de R$ 12 bilhões.

Alexandre Birman – Foto: Divulgação/Nicolas Calligaro

“Estamos aqui para construir um legado para o Brasil”, explica Birman, reiterando que 2024 “será um ano de estruturação. Não estamos com pressa”. Para os empresários, a fusão representa, para além do lucro, uma “sinergia de cultura e intelecto”, que já data de décadas. A Arezzo, vale lembrar, foi fundada em 1972 pelo pai de Birman, Anderson, e se uniu à Schutz em 2007, dando origem ao Grupo Arezzo&Co. Já o Soma surgiu 2010, com a fusão das marcas Animale e Farm.

Roberto Jatahy – Foto: Divulgação/Nicolas Calligaro

“Estamos criando o maior grupo de moda da América Latina”, diz Jatahy, “mas o sonho é internacional”. Os planos para essa internacionalização ainda não foram divulgados, assim como o nome da nova operação, que deve ser revelado nos próximos quatro meses. Nesse meio tempo, Birman conta que o foco será construir uma “cultura interna de negócios” na empresa, como é tradição em outros grupos globais.