Halle Bailey – Foto: Austin Hargrave/Divulgação

Halle Bailey vem vivendo um sonho de princesa desde que foi escolhida para protagonizar “A Pequena Sereia” no live-action da Disney, que ganha os cinemas nesta quinta-feira (25.05). “Quando fui escalada, estava pirando, pulando, gritando porque esse filme significou muito para mim desde garotinha. E Ariel representa o mundo para muitas de nós”, comemora.

Aos 23 anos, entre agendas de entrevista, ensaios fotográficos, academia ou, vivendo a vida, como ela conta, arranjou um tempinho para um papo com Bazaar, por Zoom, direto de Los Angeles. “Espero que os mais jovens tenham orgulho de mim.”

Tão logo seu papel foi anunciado, uma legião de crianças pôde se ver representada – dê um Google na reação de pequenas crianças e contenha o choro ao ver o rosto da jovem sendo revelado das profundezas do mar. “Sensação incrível. Me sinto honrada, abençoada e grata”, conta sobre ser uma imagem em que as novas gerações possam se espelhar. “Ter uma representação nos programas de TV e filmes que amamos, enquanto crescemos, muda a maneira como nos sentimos. Quando você vê o reflexo de si, se sente mais bonita e incluída. Assumo essa posição com gratidão, esperando deixar os bebês orgulhosos (risos).”

E ela sabe da responsabilidade vinda com tamanha exposição, muito maior da fama na música – ela é 50% do duo de pop Chloe x Halle ao lado da irmã, que ganhou o mundo com covers em 2013 e assinou contrato com a Parkwood Entertainment, empresa de agenciamento de Beyoncé.

O maior desafio, segundo ela, foi a intensidade do preparo físico nas cenas do fundo do mar. “Tinha que fazer, todos os dias no set, desde acrobacias até estar debaixo d’água. A melhor experiência da minha vida, a mais divertida. Mas, também, intenso para o meu corpo”.

Passados quase dois anos das filmagens, hoje fala: “Se pudesse voltar ao corpo que tinha”, diverte-se. “Aprendi muitas coisas no set, cuidando da minha saúde e bem-estar. É tenso quando você está no processo de filmagem. Mas, quando chega em casa, precisa ter esses cuidados por conta própria”, ri.

No longa, dirigido por Rob Marshall, há coisas “um pouco diferentes” do que no desenho original, lançado em 1989. “Mais moderno”, confirma a protagonista. “No mundo de hoje, nós, mulheres, somos muito mais francas, independentes e livres. Esta versão do filme realmente foca no empoderamento das mulheres e em como podemos ser apaixonadas. Então, é muito legal ver a jornada de Ariel, mergulhar a fundo em sua própria consciência para este remake. É mais sobre a perspectiva dela e sobre o que quer para seu futuro. E estou feliz porque vão começar a vê-lo”.

Halle Bailey – Foto: Austin Hargrave/Divulgação

Halle entoou clássicos “emocionantes” como “Part of your World” e suas reprises para a trilha sonora em inglês. “A música ‘For the First Time’ é divertida e animada – acho que as crianças vão adorar”. Outra canção, “Scuttlebutt”, é interpretada por Awkwafina, mas tem participação de Halle, além de “Under the Sea”. “Vão ficar felizes em ver Ariel cantando mais do que no original”.

Para se despedir da filha do Rei Tritão (Javier Bardem), não houve um ritual. Mas ela encontrou sua forma de dizer adeus para a sereia. “Estávamos na Itália, na Sardenha, e quando terminamos as gravações, tivemos um lindo jeito de dizer adeus a todos do elenco. Era noite de um grande jogo de futebol. Fomos assistir, e foi uma experiência de união muito bonita”, recorda.

Mas quem disse que se despediu por completo? Levou para casa partes da personagem. “A diretora de figurinos, Colleen Atwood, me presenteou com o lindo espartilho de Ariel com seu vestido azul. É deslumbrante, foi costurado à mão e tudo mais. E, também, o anel recebido por ela”.

Das telinhas às prateleiras de brinquedo, Halle ganhou uma boneca para chamar de sua, com os figurinos originais da estrela da Disney. “Minha família apenas chora. São muito emotivos, porque todos trabalharam para poder chegar aqui”.

Se por um lado a família tem um legado importante em sua construção, reconhece que há “tantas mulheres negras” que a inspiraram e pavimentaram o caminho. “O trabalho de Alicia Keys, Anika Rose – tão incrível – o fato dela ter sido a Princesa Tiana abriu caminhos para interpretar Ariel. Tantas mulheres quebraram barreiras para tornar um lugar seguro para nós. E sim, a lista continua”.

Halle não conhece o Brasil, e sentiu “ciúmes” da irmã Chlöe Bailey, que esteve aqui há alguns meses gravando ao lado de Anitta na capital fluminense. Músicas solo, aliás, vêm sendo trabalhadas desde a despedida de Ariel – e lá se vão quase dois anos. “Divertido e inspirador criativamente”, resume o processo de produção das novas músicas.

A parceria com Chlöe também segue ativa. “Minha irmã e eu vamos fazer outro disco juntas. Estamos empolgadas porque ficamos separadas durante um tempo (desde 2021), então fica mais especial quando nos juntamos”, conta sobre os planos do sucessor de “Ungodly Hour” (2020).

Antes de nos despedirmos, surge a questão: quais ensinamentos recebe da “madrinha” Beyoncé, que faz parte – claro – daquele hall de inspirações. “Conselhos bons de encorajamento. Ela é quase parte da minha família, agora. Me defende e torce por mim. Bate palmas e diz que está orgulhosa”. Para Halle, isso significa o mundo.