Foto: Priscila Nicheli; Styling: Samantha Szczerb; Beleza: Elcides Freitas

A atriz Juliana Knust, 41 anos, mãe de dois meninos de 12 e 7 anos, está de bem com a vida. Na entressafra de seus trabalhos, dedica-se à aromaterapia e descobriu o poder de cura por meio de óleos essenciais. “Eu sou uma pessoa que se apaixonou por óleos essenciais, estou estudando muito, porque vi resultados em mim e na minha família”, conta.

Afora sua investida na aromaterapia, está estudando textos para uma nova produção, mas que só deve acontecer após das eleições e a Copa do Mundo. Apesar disso, está como protagonista em uma série da Record TV que foi filmada durante a pandemia e que retrata justamente  sobre um vírus que ameaça toda a humanidade, “Ameaça Invisível”, que ainda não tem data de estreia.  

Juliana vê nas redes sociais um meio de se comunicar com seu público e dividir opiniões, mas também diz ser necessário ter limites, para não cair em um círculo vicioso de ficar apenas no celular, em uma vida que não é a sua de verdade. “As rede sociais têm esse lado positivo de aproximar as pessoas, a gente só tem que saber o jeito de usar. Eu digo isso porque tenho crianças em casa, e temos que ensinar a forma certa de usar”, conta.

Sobre etarismo ela é direta, acha que as pessoas têm, sim, que se cuidar, mas que é necessário prestar atenção ao seu interior, não só ao exterior. “Eu acho que a gente tem que se cuidar, mas temos que cuidar também do nosso interior, para não entrar na paranoia de ser jovem para sempre, porque ninguém vai se congelar.”

Leia seguir entrevista com a atriz feita pela Bazaar via Zoom.

Foto: Priscila Nicheli; Styling: Samantha Szczerb; Beleza: Elcides Freitas

Fale sobre a série “Todas as Garotas em Mim”, da Record TV. Como foi assistir ao projeto?

Achei muito legal porque era uma turma bem jovem, a gente gravou em Paulínia, eu fiz uma personagem muito interessante, eu a construí, era uma personagem muito diferente de tudo o que já fiz na televisão. É uma mulher superprotetora, que passa a mão na cabeça do filho, fazia as suas maluquices, escondia segredos da família, dava nó em pingo d’água, doidinha, era bem gostoso de fazer, eu me diverti bastante. 

Como sentiu a receptividade do público com a sua personagem?

Ah, eu achei muito bacana até por conta disso, porque as pessoas estavam acostumadas a me ver de outra forma, e aí, me vendo fazer uma personagem muito diferente… A maior receptividade que tive foi nesse sentido, “nossa, como você está diferente”, “está tão legal, você nunca tinha feito um papel assim”. Então é muito gostoso quando a gente faz um papel diferente, de composição muito diferente, e as pessoas curtem, a ideia é essa, que chegue nas pessoas de uma forma real. Eu tenho muita sorte, porque tenho muito carinho das pessoas que me acompanham, torcem por mim. Eu sou muito grata por todo esse carinho. 

E você sente esse retorno nas redes sociais?

Muito, hoje em dia é onde eu mais sinto. A gente consegue ter um contato maior com as pessoas que nos seguem. Nas redes sociais, raríssimas vezes as pessoas faltaram com o respeito comigo, eu tenho muita sorte. Acho que não dou muita brecha para a falta de respeito. A rede social aproximou muito as pessoas, os nosso fãs, as poesias que acompanham o nosso trabalho. Antigamente a gente recebia cartas, eram caixas enormes de cartas que recebíamos na TV Globo, agora tem as redes. E gente do mundo todo, Portugal, Estados Unidos, Japão. As rede sociais têm esse lado positivo de aproximar as pessoas, a gente só tem que saber o jeito de usar. Eu digo isso porque tenho crianças em casa, e temos que ensinar a forma certa de usar. Hoje em dia as crianças e adolescentes têm isso como um vício mesmo, elas perdem muito tempo na tela. Eu acho que o mau uso das redes sociais pode fazer muito mal às crianças. A gente vê adolescentes com depressão, alguns que não dão o devido valor às suas vidas porque ficam com uma referência de que tudo é muito perfeito, onde a vida de todo mundo é maravilhosa, estão sempre felizes, e não é assim. Se a gente tem essa sensação, às vezes, de que a vida do outro está tão legal, imagina uma criança que ainda não tem noção do que é a vida. Os meus filhos jogam futebol, então eles seguem jogadores, e vêm os ídolos todos jogando, viajando, trabalhando, e tudo bem, como uma vida confortável, ótima. Então qualquer coisa que não seja isso vira uma frustração. É muito difícil e delicado falando em educação. E não dá para acompanhar o tempo todo, fora que tem gente ruim na internet também, a gente está vivendo um momento muito complicado, cada hora uma coisa nova, uma rede social nova, é difícil de acompanhar, saber tudo o que está acontecendo. Eu com filho me preocupo, então dou limites aqui em casa. 

Foto: Priscila Nicheli; Styling: Samantha Szczerb; Beleza: Elcides Freitas

Você fez outra série também na Record TV?

Logo que eu acabei “Todas as Garotas em Mim”, a gente rodou uma série chama “Ameaça Invisível”, é uma série que estava engavetada havia algum tempo, acontece muito na nossa profissão. Ela foi escrita logo que se iniciou a pandemia, é um suspense de ficção, inspirada na pandemia, sobre um vírus que ameaça a humanidade toda. Foi escrita por Ingrid Zavarezzi e Victor Oliveira, é uma temporada que tem 12 episódios, mas que eu ainda não sei a data que eles vão transmitir. Eles me chamaram para ser a protagonista, e eu fiquei super feliz porque ela é totalmente diferente do que eu fiz em “Todas as Garotas em Mim”. Minha personagem é uma médica cientista que está buscando descobrir a cura para essa doença que está se espalhando na humanidade, só que ela tenta descobrir com métodos muito questionáveis, não convencionais. Ela infecta pessoas próximas para usar o antídoto e ver se ele funciona, e as pessoas contestam muito. É perseguida por pessoas da indústria farmacêutica que querem a fórmula que la criou. Então tem perseguição, uma pessoa que apanha do marido, o sofrimento todo da quarentena.  São várias situações vivenciadas na pandemia. A série tem uma coisa muito legal que é o fato de eles terem conseguido, durante a pandemia, pegar outras pessoas que estavam fora do País e que mandaram vídeos. Vários takes dessas pessoas que estavam em outros países foram feitos com celular. Foi um trabalho bem colaborativo, nós não tínhamos uma equipe grande, várias cenas eu fiz aqui da minha casa mesmo. Havia uma figurinista remota que ia dando dicas e pegávamos coisas de nossos próprios armários. Foi muito puxado, mas tivemos a liberdade de cocriar.

Quais são as outras novidades?

Então, agora embora esteja lendo alguns textos, estou na entressafra de trabalho. Também tem Copa do Mundo, eleições, e muitas vezes a gente não sabe o que vem depois. 

Na última vez que conversamos, você tinha planos de retormar a peça “Parabéns, Sr. Presidente – In Concert”, como está isso?

Então, está muito difícil de conseguir patrocínio, mas eu tenho muita vontade de retomar a peça, fica complicado sem apoio, porque temos pessoas trabalhando com a gente que precisamos pagar, todos têm que receber. Elas não podem sair de casa para trabalhar e achar que tem um público que está pagando, tem a montagem, tem várias coisas. Estamos com dificuldade de captar recursos para poder montar novamente. E como disse, estou lendo textos de amigos, com projeções de montagem para 2023.

Foto: Priscila Nicheli; Styling: Samantha Szczerb; Beleza: Elcides Freitas

E o que tem feito?

Eu sou uma pessoa que se apaixonou por óleos essenciais, estou estudando muito, porque vi resultados em mim e na minha família. Curei rinite alérgica das crianças, a minha sogra que tomava remédio para dormir havia 20 anos, não toma mais, eu tinha uma dor crônica na lombar e não tenho mais. Tive muitas experiências bacanas com a aromaterapia. 

E como você descobriu isso?

Uma grande amiga minha, que nos conhecemos desde a infância, acabou me dando algumas amostra para experimentar. Eu, filha de médico, leitora voraz de bulas, achava que aquilo não ia funcionar, mas funcionou. Foi uma virada de chave na minha vida, é impressionante como dá resultado. E não é uma novidade, né? A indústria farmacêutica fez a gente se esquecer da potência que é a natureza. Antigamente se tratava tudo com chá, e óleo essencial nada mais é do que uma potência do chá, uma gota faz 28 xícaras de chá. Eu vi o resultado na minha família e nas pessoas próximas e resolvi me aprofundar, eu estou estudando muito, e tentando passar às pessoas que é possível ter outra postura em relação à cura e a remédio. Eu abri até uma outra conta no Instagram apenas para falar de óleos essenciais, com a ideia de impactar outras pessoas assim como eu fui impactada. Eu tenho uma missão mesmo com isso.

Você tem algum ritual de beleza? 

Eu tenho uma dermatologista que eu vou sempre. Eu desenvolvi melasma depois da minha gravidez, e cuido, faço laser, uso muito protetor solar, até para ficar dentro de casa na chuva. E voltando no assunto, há inúmeros óleos essenciais que são usados em cosméticos. Temos óleos que podem ajudar a tratar melasma, acne, linhas de expressão, tem para tudo. 

Foto: Priscila Nicheli; Styling: Samantha Szczerb; Beleza: Elcides Freitas

Como vê o tema etarismo?

Eu acho que isso está muito ligado à autoaceitação. Temos que cuidar da nossa cabeça para não pirar e achar que vai ser aquela jovem de antes. Volto a dizer: as referências das redes sociais podem ser muito perigosas,  se a pessoa não tiver uma cabeça equilibrada, se não estiver bem com ela mesma, com a autoestima fortalecida. Eu acho que a gente tem que se cuidar, mas temos que cuidar também do nosso interior, para não entrar na paranoia de ser jovem para sempre, porque ninguém vai se congelar. Vamos respeitar as nossas fases, a nossa história, sou essa mulher de 41 anos hoje por conta de tudo o que já vivi, eu respeito muito isso, e que venham os próximos 40. Na minha profissão, a impressão que dá, é que você vai envelhecendo e perdendo espaço, mas por que isso? Nos trabalhos têm mulheres de 41, 50, 60, 70 anos. É como se vida não pudesse ter pessoas mais velhas. Se a novela retrata a vida, por que as mulheres vão ficando sem espaço? Não faz sentido nenhum. Eu respeito muito a minha história, a minha vida e a minha idade. Acho que sou muito melhor do que quando eu tinha 20 anos, porque hoje tenho equilíbrio emocional, mais consciência do valor de cada coisa na vida. Eu era muito ansiosa quando mais jovem, hoje estou muito mais tranquila, afinal, aquele tempo que eu temia que chegasse, chegou, e muito bem. O futuro chegou e está tudo bem. Acho que se eu ficasse com uma cara de 20 anos hoje em dia poderia até perde trabalho.