Fachada da Spicy Club – Foto: Divulgação

Por Ana Carolina Soares

Neste sábado, dia 13 de novembro, a Spicy, balada liberal em Moema, vai celebrar seus dois anos. Ao longo de todo esse tempo, o local ficou aberto apenas oito meses. Cruel, como define o proprietário Fábio Leandro. Hoje, sua casa funciona com 40% da capacidade total. Em compensação, com a tão sonhada reabertura  e com o mais sonhado ainda controle da pandemia, já vendeu 50% dos ingressos de sua festa de Carnaval. Leandro tem ingressos vendidos até para as festas de março! “Tem clientes que esperam o momento para poderem curtir as festas sem máscara e com a lotação completa, o que deve ocorrer a partir de 31 de dezembro”, ele acredita.

Há décadas, Leandro é considerado um dos reis da noite liberal paulistana. Foi dele a icônica Nefertiti, que começou em Moema e migrou para a Rua Augusta. Agora, dono da Spicy, vê seu point frequentado por um público alternativo, jovens, desinibidos, casados e solteiros, vivenciando uma experiência sedutora na noite paulistana.

Atualmente aberta aos sábados, tem capacidade para 500 pessoas. O destaque é a badalada pista de dança com pole dance, palco para shows, performances sensuais, camarotes, bar, atendimento, decoração e iluminação de primeira qualidade, com apresentações de DJs renomados. E, nas noites que fazem parte de sua programação regular, gogo-boys e gogo-girls animam a pista ao som de música pop e eletrônica. Tem também o show de frequentadores e frequentadoras mais exibicionistas, que dançam para o público em cima do disputado balcão do bar.

A seguir, Leandro fala sobre o estilo liberal e a retomada neste momento, finalmente a caminho do pós-pandemia.

Como está a reabertura após a pandemia? Quais os cuidados da casa?

Na verdade, para nosso negócio a reabertura ainda está parcial pois o uso da máscara ainda é um impedimento para a prática de swing. Somente  40% dos clientes retornaram à casa. Seguimos todos os protocolos exigidos. Mas para os casais a festa mesmo sem ou com pouca prática tem sido vista como uma opção de lazer depois de tanto isolamento. Uma oportunidade de dançar, descontrair, flertar, bater um papo e de se exibir em cabines individualizada para outros casais (nosso aquário anda disputado).

Como foi a pandemia para os casais liberais? Houve um “plano b”? Como foi?

A pandemia fez com que muita gente que não gostava do virtual aderisse à prática.

E para você, como empresário, como foi atravessar esse período?

Foi um período cruel. Eu tinha inaugurado a casa havia quero meses apenas e depois de dois anos de reforma, e esse setor foi o mais atingido e está até hoje. Para você ter uma ideia, agora em novembro, vou comemorar dois anos de casa com apenas oito meses de funcionamento.

E para você, como homem? Como foi nesse período? Você também mantém um relacionamento liberal?

Sou casado, porém não sou adepto do mundo liberal e, sim, simpatizante. Não temos filhos. Mas eu tenho um filho de 26 anos. Aliás, que trabalha comigo na casa.

Muita gente confunde poligamia com relacionamento liberal. Nossa sociedade vincula a monogamia com a exclusividade do desejo sexual por apenas uma pessoa. Como você definiria essas questões?

Concordo que as pessoas confundem, porém, ao meu ver, a poligamia traz possibilidade de uma relação muito afetiva para três pessoas. O relacionamento liberal fica aberto a diversas experiências, desde desejos imaginários até a prática sexual.

Como surgiu a ideia de abrir uma balada liberal?

Trabalho no ramo de entretenimento adulto há 30 anos e nesse período vivenciei diversas situações onde visualizei a necessidade de uma casa para que as pessoas pudessem juntas realizar todos os seus desejos. Porque via o homem indo a prostíbulos para ver um show e mulheres indo ao clube das mulheres para ver um show, e na minha casa ambos podem ter essa experiência juntos, o que considero o começo de todas as suas fantasias. Na real, esse tipo de negócio será a balada do futuro, onde o respeito é predominante.

Parte do público acha que na balada liberal todos precisam “se pegar” necessariamente. Quais as regras? Como lidam com os curiosos?

As regras são simples: respeito em primeiro lugar. Você pode estar nua na parte privada do club. Se você não der a permissão, jamais poderá ser tocada e se isso acontecer, na mesma hora os demais clientes irão advertir. Isso serve para todas as partes da casa. Seja no balcão do bar, onde elas podem se expor, ou mesmo na pista. Para os novatos e curiosos, já na entrada é rezada uma cartilha e temos alguns casais colaboradores que orientam a todos os novatos.

Bom tocar nesse assunto, sobre o respeito às mulheres. Como é o tratamento com mulheres na balada liberal? Há algum código?

As mulheres são super respeitadas, muito mais do que numa balada convencional, sendo assim não existe nenhum código. Na verdade, quando eles chegam na porta já são instruídos pela nossa equipe. A cobrança de valores mais altos para homens que chegam sozinhos na entrada já inibe a frequência de homens solteiros.

Nessa volta pós-pandemia, sente que os casais adquiriram outros cuidados? Ou estão mais, digamos, “sedentos de contato”?

Bom, o álcool gel desde sempre esteve presente em nossa casa. Devido ao contato físico mais íntimo na área privada, a nossa higienização é muito rigorosa. Mas todos os que estão vindo, estão seguindo os protocolos exigidos. Estão mais tranquilos devido à segunda dose de vacinação.

Quais os planos da casa?

Estamos seguindo as exigências, mas nossos projetos estão todos encaminhados para receber os outros 60%, ou seja, a capacidade completa. Tem clientes que dizem que estão aguardando a liberação geral do uso das máscaras para voltarem a frequentarem a casa. O que está previsto para 31 de dezembro. Dessa forma, já estão se programando para as festas de janeiro em diante. Tanto é que já temos o Carnaval de rua confirmado onde saímos com um bloco na porta. Já temos 50% vendido. E o Spicy Live previsto para março com convites já vendidos também.

Spicy Club

Sexta-feira – Festa D!vine
Valor unissex: R$ 50 consome R$ 40

Sábado – Noite para Casais
Mulher – R$ 50 consumíveis
Casal – R$ 170 consome R$ 120
Homem – R$ 350 consome R$ 200

Domingo – After GO Mix
Valor unissex: R$ 40 entrada ou R$ 70 consumíveis

Onde: Alameda dos Pamaris, 42, Moema, São Paulo, SP.
Para esses valores coloque seu nome na lista no site (www.spicyclub.com.br) ou Whats 11 96441-3032.
Censura: 18 anos.
Formas de pagamento: aceita todos os cartões de crédito, débito ou dinheiro.
Valet parking na porta (R$ 30,00).
Chapelaria (R$10,00).
Site: www.spicyclub.com.br.