A Adidas Originals lançou, este mês, a segunda coleção ready-to-wear da chamada “Blue Version” – que tem o azul das caixas e sacolas da marca como protagonista. A ideia é prestar uma homenagem à rica história da label alemã, que carrega consigo a tradição do sportswear e símbolos importantes que fazem parte da moda e estão atreladas a elementos culturais, como o Trefoil (logo) e as três listras. Materiais de luxo, cortes nada convencionais e silhuetas diversas, alfaiataria inclusa, apresentam um ponto de vista mais fashion para quem pensa que a marca está focada apenas em peças esportivas.
“Para o inverno 2022, subvertemos nossa própria identidade. Saímos da ‘luz do dia’ para a ‘escuridão’ da vida noturna”, explica Stefano Pierre Beruschi, chefe de design para colaborações e parcerias da Adidas, à Bazaar. A coleção foi pensada entre o passado e novas ideias – bem como um diálogo com a subcultura, tão presente no DNA da alemã: do hip-hop ao metal, dos adoradores de música eletrônica como o Techno, e até as crianças, que trouxeram um novo significado à marca. “Olhamos para o passado para reimaginar o futuro. Este é o fio condutor que une cada estação, cada ideia e peça por peça”, conta.
Para ele, essa nova linha (que está na segunda coleção) se define por um “esporte formal”, com base em códigos elegantes e tonalidade atlética, como os uniformes das universidades da Ivy League. Peças como a calça Adibreak e o agasalho CHILE 62 ganharam novas modelagens pelas mãos de seu time. O azul conhecido como Bluebird 039A ou Pantone 300 muda de clima ao longo das estações e, a cada narrativa, aparece com um novo visual.
Com este aceno da Adidas para o universo fashion com sua própria marca e as recentes collabs, de Gucci e Balenciaga à Prada, já dá para pensar se a coleção “Blue Version” terá seus próprios hacks? “Trabalhei muito de perto com os parceiros na criação desses projetos, colaborações com casas de luxo e instituições de moda, que são verdadeiras cocriações. Isso nos permite explorar temas que talvez não pudéssemos fazer de outra forma. Eles nos levam para diferentes lugares além do universo adidas”, reforça.
Nesse exercício de reunir duas vozes, encontram um equilíbrio de estica e puxa para que ambos consigam ceder um pouco e pensar no que mais representa essas colaborações. No caso de “Blue Version”, é diferente: “trata-se de olhar para dentro e levar nossa própria marca para importantes espaços sem necessitar de um parceiro que nos leve até lá”.