Na maioria dos cardápios com sugestões de alimentos saudáveis, é possível encontrar itens como nozes, castanhas, peixes de água salgada e azeite de oliva. O que muitos não sabem, entretanto, é que todos eles são a base de uma culinária em particular: a dieta mediterrânea.
Esse modelo de alimentação faz parte de um conjunto de práticas culturais ligadas à pesca, agricultura e pecuária, em paralelo com um processo de preparação e consumo de alimentos nos países que circundam o mar mediterrâneo, sendo inclusive considerado um elemento do Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco.
Os principais alimentos que compõem esse tipo de culinária são bem conhecidos por aqueles que buscam uma dieta mais saudável no dia a dia: azeite de oliva; oleaginosas, como as nozes, castanhas e amêndoas; peixes de água salgada, como salmão, anchova e sardinha; além de legumes, vegetais e raízes. Por outro lado, o consumo de carnes e derivados é baixo.
O que torna esse conjunto de alimentos particularmente saudável é a grande quantidade de opções ricas em ômega 3 e ômega 9, importantes para melhorar o sistema imune, diminuir o colesterol e os triglicerídeos e evitar doenças como o Alzheimer, além da presença de fibras e vitaminas do complexo B e E.
Além de todos os benefícios já conhecidos, pesquisadores analisam o impacto que uma dieta do tipo tem em pessoas idosas. Um estudo publicado no jornal BMJ Gut constatou que o consumo de alimentos que compõem o cardápio mediterrâneo aumenta os tipos de bactérias intestinais ligadas ao envelhecimento “saudável”, assim como reduz o número de bactérias que causam inflamações prejudiciais em pessoas mais velhas. A pesquisa comparou amostras da microbiota intestinal presente nas fezes de 612 indivíduos com idades entre 65 e 79 anos no começo e no final do período de um ano, no qual a metade dos pacientes adotou a dieta mediterrânea.
Os resultados mostraram uma melhora na função cerebral em pontos como a memória e menores índices de inflamação. Os dados positivos foram independentes de idade e peso de cada integrante do grupo.
Apesar de ser muito saudável, a expressão “dieta mediterrânea” tem sido usada indiscriminadamente por diferentes marcas e propagandas. É importante estar atento ao alimento em si, avaliando o valor nutricional e a qualidade de cada um. Não é porque um alimento processado e repleto de gorduras ruins se autodenomina parte da culinária do Mediterrâneo que será, de fato, saudável.