A “Sakia” é um dos clássicos da Matri – Foto: Divulgação

Por Jorge Wakabara

Uma bolsa é sempre uma bolsa. Depois de tanto tempo em casa, saindo só para fazer o necessário, o avanço da vacinação e a reabertura mostram que chegou a hora de dar um close por aí, exibindo um look bom! O plot twist é que as bolsas do momento são nacionais.

Quem sabe das coisas já está nessa onda: claro que as grifes estrangeiras, caso desta desejada Valentino, seguem bastante simbólicas, mas o design made in Brasil, aparece, cresce e brilha. Produzir bolsa não é fácil: precisa chegar num equilíbrio de peso, design, durabilidade e custo. Marcas independentes e incríveis valorizam a criação e produção local, fogem da alta do dólar e criam aquela sensação de pertencimento (as iniciadas, que conhecem algo que nem todo mundo sabe).

Entram na seleção de Bazaar marcas como Escudero, do casal carioca Clara Tarran e Renato Pereira, que começou de maneira despretensiosa em 2011, com uma mala de couro. Hoje, eles têm duas lojas paulistanas, com uma cadeia produtiva totalmente nacional, couro de curtumes com certificado ambiental e cuidado na escolha dos fornecedores, atentando a condições favoráveis de trabalho. Capacitação de artesãos e procura por novas tecnologias fazem parte do dia a dia da Ryzí, marca fundada por Luiza Mallmann em 2017, com modelos geométricos lindos.

O legado de Glorinha Paranaguá, carioca que fundou a marca em 1992, segue sob o comando da nora, Naná Paranaguá, e da neta Yasmine Paranaguá de Orleans e Bragança, atual diretora criativa. No DNA, está o apreço pelo artesanato brasileiro que garantiu fãs no exterior.

A Soleah apareceu em 2017 e chamou a atenção pelas parcerias bacanas e modelos exclusivos, como o “Paseo” (tipo bauzinho com aqueles tamanhos compactos mágicos onde cabe um monte de coisa). Alexandre Pavão é um caso à parte e merece todo o reconhecimento de uma marca autoral e independente com mais de 15 anos no mercado onde entram argolas, cordas e clipes, cores fortes e texturas. É aquele tipo de bolsa que você continua segurando a noite toda porque faz parte do look. Quem usa? Quem sabe se divertir!

Quando lançou a primeira bolsa, em 2018, a Pége já conquistou todos os olhares (e ombros e tiracolos) das fashionistas. Na linha nonchalance charmosa, a marca prefere fazer drops de lançamentos ao longo do ano. E se o termo it girl ainda estivesse na moda, as irmãs curitibanas Bárbara, Débora e Julia Alcântara seriam a personificação perfeita dele. Tarumã, o primeiro modelo lançado pela Orna, é inspirado em uma bolsa que a mãe delas comprou quando era novinha e guardou desde então.

E como não mencionar a Matri? Maiá Zequi, a fundadora e designer desenvolveu logo de cara um adorno de resina em forma de chifre que virou símbolo da label, já no seu primeiro lançamento em 2014, uma bucket bag chamada “Saskia”.

Máxi, míni, clássica, diferentona, mas, sobretudo, bonita. Uma bolsa é sempre uma bolsa.

Bolsas nacionais – Ilustração: Nawell

Bolsas nacionais – Ilustração: Nawell