
No vocabulário da moda contemporânea, elegância é palavra e mood obrigatórios. É ela que está por trás da ascensão da alfaiataria e de shapes clássicos, marcando também a conexão de gêneros. Na outra vertente, há o gosto pela exuberância escapista bem caracterizada por ombros e mangas exagerados, brilhos e néons.

Ficar no meio do caminho, entretanto, pode ser bem divertido, principalmente se saídas extremistas não cabem no seu closet. Nas passarelas do inverno 2019, foi Miuccia Prada quem melhor traduziu a proposta arrematando looks sérios com escarpins repletos de cristais pink. Gostou da ideia? Bazaar também! E o melhor é que dá para entrar na brincadeira já com as coleções do pre-fall que começam a desembarcar nas vitrines.
Em tempos bicudos, vale a pena não esquecer do principal antídoto antimonotonia: o humor, que pode estar em um par de vibrantes botas turquesas ou escarpins amarelo-adocicados no tressê clássico da Bottega Veneta, que acaba de inaugurar uma loja no Rio.

Ambos, mais bolsas gigantes, estão na lista de acessórios que marca a discreta estreia de Daniel Lee, um inglês de 32 anos, formado pela Central Saint Martins. Ex-diretor da divisão ready to wear da Celine e com passagens pela Maison Margiela, Balenciaga e Donna Karan, ele substituiu o experiente Tomas Maier na direção criativa da casa italiana pertencente ao grupo Kering. Esse pequeno lançamento de pre-fall, divulgado em dezembro, funcionou como sneak peek para sua apresentação formal ao mercado, durante a última semana de moda de Milão, com uma coleção repleta de itens altamente desejáveis para o frio.
A explicação para essas pitadas de extravagância no visual pode estar no conceito de “era emocional”, com as marcas cada vez mais interessadas em como seus clientes estão se sentindo. “Em meio a distúrbios sociais e econômicos, os consumidores buscam consolo no prazer de se vestir”, diz relatório do WGSN.

O ressurgimento da alfaiataria e do sapato formal foi o primeiro indicador de que algo estava mudando. O novo passo é transgredir acrescentando jovialidade ao visual, como fez a Calvin Klein, arrematando um vestido com luvas em cores diferentes; e a Giorgio Armani, ao acrescentar um sapato bicolor com tiras e fivelas em larguras diferentes para dar um twist no combo de saia de seda e blusa de tricô.

Bolsas com bordados e cores chamativas também estão na ordem do dia, a exemplo das novas “C”, da Chloé, e das Boy e 2.55, da Chanel, além das várias opções de modelos e tamanhos que cruzaram a passarela da Valentino montada em Tóquio, no final do ano passado, em looks quase sempre monocromáticos.

Já as sandálias e botas com imensas franjas da Off-White são a porção fashionista em produções misturando casual e esportivo. Bijuterias e óculos que por si só já são puro luxo, como os da Gucci, também entram nessa cena e podem tanto somar a outros pequenos statements quanto ser, sozinhas, as estrelas. A proposta é clara: volte-se para si e reflita: como seu visual pode
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