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Por Jorge Wakabara
Nos anos 1990, um brasileiro conseguiu um feito. Inácio Ribeiro não só vestiu as europeias mais modernas da época com seus tricôs irresistíveis, mas era dono da sua própria marca por lá, ao lado da mulher, a inglesa Suzanne Clements. A Clements Ribeiro era daquelas marcas que as fashionistas mais espertas conheciam e cultuavam, elogiadíssima pela crítica. E colecionou fãs entre uma série de celebridades, de Beyoncé e Adele a Florence Welch e Nicole Kidman.
Essa primeira encarnação da Clements Ribeiro fechou as portas em 2014. Agora, ela volta só com Inácio no comando (Suzanne se dedica à carreira de pintora e é mestranda) e sua coleção de comeback, a pre-fall 2023, já está à venda na Net-a-Porter e concept stores do exterior.
Inácio Ribeiro – Foto: Divulgação
“A marca volta por dois motivos: a coragem apareceu e a oportunidade também. Um fim de pandemia é um ponto de renovação e recomeços. E cores são mais necessárias que nunca”, ele aponta, se referindo às combinações de cores nas listras, que fazem parte da essência da Clements Ribeiro desde o começo e seguem chamando a atenção – o estilista mineiro as chama de “desinibidas”!
Inteira em um chiquérrimo cashmere escocês, ela retoma a parceria da marca com a tradicional Maison Barrie. Uma das produtoras mais antigas de malha de cashmere, a Barrie fica em Hawick, na Escócia, e desde 2012 faz parte do prestigioso grupo Métiers d’Art da Chanel – que é formado por vários ateliês fornecedores de grifes de luxo como Hermès, Dior e a própria Chanel, claro. A Clements Ribeiro é a única marca independente cujas coleções são produzidas inteiramente pela fábrica da Barrie.
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O cruise 2023, que é o que você vê nas fotos em primeira mão aqui na Bazaar, e que será apresentado em Londres, em setembro, é uma evolução do pre-fall: destacam-se as listras e a técnica intársia (que troca a cor do fio usando um novelo diferente no meio do trabalho, formando o desenho desejado e deixando a malha praticamente igual na frente e verso).
As listras coloridas são algo profundamente mergulhado na cultura inglesa desde os mods dos anos 1960 – um dos fundamentos dessa subcultura era a relação entre ela e referências estéticas como a Bauhaus e a Pop e Op Art. Very Swinging London!
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Inácio complementa: “A Clements Ribeiro tem uma versão única de refinamento, combinando simplicidade de formas com arrojo de cor e grafismo. É uma marca que estimula a expressão individual porque é sutil e adaptada, mas nunca, nunca boring!” Não mesmo. Para quem quer acrescentar um colorido no guarda-roupa de um jeito contemporâneo e chique, a volta da grife merece um brinde de gin tônica! Cheers!
