Gabriel Leone interpreta o piloto espanhol Alfonso De Portago | Crédito: Lorenzo Sisti

Gabriel Leone é o mais novo ator brasileiro a se aventurar no mercado do cinema internacional. O artista, que brilhou na série “Dom” e será Ayrton Senna na produção da Netflix, finalmente estreia nesta quinta-feira em seu mais novo longa: “Ferrari”, que acompanha a história da mais famosa escuderia de Fórmula 1. Mais precisamente, o filme, que já estreiou fora do País, acompanha Enzo Ferrari, vivido por Adam Driver, explora o legado perfeccionista do profissional no ano de 1957, período no qual o italiano teve desafios tanto no automobilismo como na vida pessoal. Dirigido por Michael Mann, a obra ainda conta com Penélope Cruz, Shailene Woodley, Patrick Dempsey, entre outros, no elenco.

Em conversa com a Bazaar, o brasileiro comenta sobre os preparativos para um filme tão intenso e a troca em set com o elenco internacional, incluindo com o diretor, que segundo ele, “é um dos grandes diretores de cinema vivo”. “Quando criança, meu pai me colocou para assistir “O Último dos Moicanos”. Depois, quando virei ator, comecei a assistir os filmes dele e passei a entender a grandeza desse cara”, comenta Gabriel, que revela que não podia ter começado melhor no cinema internacional. O projeto enfrentou desafios antes de ter o resultado final nas telinhas. O ator comenta que Ferrari era o projeto de vida de Michael, que tentou financiar a história durante quase 20 anos e depois enfrentou o falecimento do roteirista do filme, em 2019.

No longa-metragem, o brasileiro interpreta o piloto espanhol Alfonso De Portago, a nova aposta da Scuederia Ferrari. “O roteiro descrevia o personagem como um Marlon Brando ali jovem, seja no jeito que se vestia ou na energia dele. A composição foi super bacana para mim enquanto ator, falando inglês e contracenando com atores que sou fã”, conta ele, que rasga elogios para Adam, com quem mais contracenou. “Fui muito bem recebido por todos”, revela.

Após trabalhos de prestígio no Brasil, Gabriel já vinha preparando sua carreira para fora do País. “Estava com um manager nos Estados Unidos, então já tinha feito alguns testes pontuais, vinha me preparando em relação ao inglês, praticando”, conta o carioca, que teve um trabalho intenso de construção de personagem. “Tivemos mais de um mês de preparação no autódromo com os dubles de preparação pilotando os carros que a gente usou em cena. Esse trabalho foi fundamental”, comenta ele, que também teve aulas de dança para melhorar a postura do personagem de origem aristocrata.

Como se não bastasse, o brasileiro, que possui descendência italiana, morou quatro meses na Módona, conhecida justamente por ser a casa da Ferrari. “Foi um privilégio de ter feito tudo isso onde essa história aconteceu. Ainda, a Carla Salle [esposa] estava entre trabalhos e conseguiu estar lá comigo”, relembra ele, que destaca que isso foi uma das partes mais incríveis do processo. “Essas são as memórias mais maravilhosas que eu tenho na minha vida, na minha carreira”, afirma ele, destacando a cultura e riqueza da cidade europeia. Caso você ainda não tenha se convencido da ida ao cinema, Gabriel crava: “o trabalho tem performances incríveis, falando especialmente do Adam e da Penélope, e acredito que o filme funciona muito bem, tanto para quem tem já um vínculo com uma Fórmula 1, com automobilismo ou para gosta de filmes de ação.”

Após meses intensos, o ator  pretende desacelerar, literalmente. Depois da elaboração de outros projetos, como Ayrton Senna e o filme “Barba ensopada de sangue”, adaptação do livro de Daniel Galera, chegou a hora de olhar para si. “É o momento de cuidar de mim e da minha família, da minha relação, de olhar um pouquinho para mim, descansar e também planejar os próximos passos”, diz o artista, que também é cinéfilo nos momentos de folga, e revela sua torcida para o Oscar 2024: “Pobres Criaturas” e “Anatomia de uma Queda”.