Decoração: como vive a diretora internacional da Schutz
Marina Larroude, 40 anos, mostra sua townhouse em Nova York
by redação bazaar
Marina veste camisa Jacquemus, calça Celine, relógio vintage da Bvlgari e sandálias Schutz. Cadeira Sergio Rodrigues, vaso branco, da Barney’s, e vaso pintado da designer Kelly Wearstler. Ao fundo, quadro de Richard Serra – Foto: Vicente de Paulo
Por Carolina Camargo, com coordenação de moda Lara Gerin
Ao entrar na townhouse de Marina Larroude, 40 anos, os aromas de café e de pão de queijo tomam conta do ambiente. Na trilha sonora, músicas de Tom Jobim e Vanessa da Mata ecoam pelos cinco andares da casa localizada em Sutton Place, em Manhattan, construída em 1899. Na sala de jantar, duas bananeiras, e cadeiras assinadas por Sergio Rodrigues, fazem referência à origem da família.
Há 16 anos nos Estados Unidos, a brasileira se mudou com o marido, Ricardo Larroude, 41, e os filhos, Glória, 10, e George, 6, para este endereço há quase um ano. “Vivi no Brasil até o começo da idade adulta. Trouxe as raízes da minha origem e formação para os lugares onde morei e fui incorporando elementos da vivência em Nova York. Queria que a nossa história de vida e personalidade estivessem refletidas em cada ambiente”, explica Marina, que assumiu, em julho, o posto de head da Schutz International.
Formada em comunicação pela Faap, Marina começou sua carreira trabalhando com Patricia Carta, publisher de Carta Editorial, que publica Bazaar. Depois de uma temporada em Paris, ela fez carreira nos Estados Unidos, passando pelo extinto portal Style.com e pela revista “Teen Vogue” até chegar ao cobiçado cargo de fashion director da loja de departamentos de luxo Barney’s.

Marina usa jeans J.Brand, t-shirt Maison Labiche e blazer Officine Generale – Foto: Vicente de Paulo
Justamente por isso, em sua opinião, moda e decoração estão intrinsecamente relacionadas. “Houve uma época em que todas as pessoas ao meu redor usavam preto, o moderno era ser clean. Fui aprendendo. Você pode ser feminina e ser girl boss ao mesmo tempo. Decidi abraçar o fato de ser brasileira, colocar isso a meu favor, como um diferencial. Quanto mais cor eu usasse e mais feminina eu fosse, mais seria uma pessoa única naquele ambiente. Na Barney’s, minhas chefes vestiam calça e blazer e eu ia trabalhar com vestidos floridos. Cheguei a ouvir que ‘eu destoava do ambiente’, mas não é porque você usa vestido que é menos competente ou não tão dura como chefe. Não sou uma pessoa que usa cores básicas no dia a dia. Não sei ser assim”, diverte-se. “Por isso, ter essa identidade brasileira onde eu moro, por meio das cores e das madeiras, era muito importante. É uma casa alegre, mas sem ser fancy. Gosto de estilo, mas levo uma vida prática e casual. Tenho dois filhos pequenos, então tinha de ser funcional. A decoração reverbera meu lifestyle”, fala Marina, que adora oferecer jantares para amigos e dar festas em casa.

Sala de estar, sofá Restoration Hardware, quadro do novaiorquino Daniel Gordon e mesa de centro do italiano Mario Bellini – Foto: Vicente de Paulo
Obras de arte e objetos de decoração foram sendo adquiridos ao longo dos anos. “Primeiro, moramos em um studio, depois em um apartamento de um quarto, dois e então townhouses. As peças que tenho fui comprando ao longo da vida em datas especiais e não porque precisava preencher um espaço”, comenta. Nas paredes, o brasileiro Vik Muniz e a suíça Mira Schendel dividem espaço com o espanhol Salvador Dalí, o francês Guy Bourdin e o americano Andy Warhol.
“Adoro o site Paddle8, criado pelo inglês Alexander Gilkes, que está mudando o modo como os americanos adquirem arte. Funciona como se fosse um leilão virtual de obras. É muito prático”, dá a dica.
Marina, aliás, é totalmente adepta das compras online. A mesa da sala de jantar e algumas das luminárias vieram do 1stdibs, e-commerce de móveis assinados, obras de arte e joias vintage. Quando o assunto é moda, são quatro sites favoritos: MatchesFashion, Moda Operandi, Net-a-Porter e Barney’s. “Compro tudo online!”, afirma.
As únicas exceções são feitas para as lojas da Schutz, em especial a unidade da Madison Avenue, no Upper East Side. “A loja está sempre cheia e a vibe é muito boa. Adoro passar o dia lá e ouvir o feedback das clientes”, fala. Entre suas grifes preferidas, Vika Gazinskaya, Altuzarra, Area e as peças da Céline da época de Phoebe Philo. “E basicamente vestidos estampados de qualquer marca (risos).”

Detalhe das poltronas Jindrich Halabala e Tabouret Capsule Rouge, do designer francês Hervé Van der Straeten – Foto: Vicente de Paulo
Parte de seu antigo trabalho na Barney’s era justamente descobrir novos talentos, o que acabou trazendo para seu closet uma seleção bastante especial, já que fazia questão de usar no dia a dia suas apostas. “Sempre achei que meu impacto em uma marca muito grande seria mínimo, mas meu impacto usando uma marca pequena era grande. Então, eu levava isso com muita responsabilidade. Era uma escolha consciente. Uma das minhas paixões é ajudar novos talentos”, explica.

Vestido de patchwork Françoise, de Johanna Senyk, e sandálias Schutz. A cadeira é assinada por Giancarlo Valle – Foto: Vicente de Paulo
Dona de uma rotina bastante agitada, Marina gosta de assistir a filmes e brincar com os filhos em seu quarto, mas a família também não perde a oportunidade de aproveitar o quintal da townhouse nas estações que o clima nova-iorquino permite. “Adoramos fazer churrasco e rodadas de pizza, especialmente no verão, além de curtir nossa rede. É meu oásis no meio do caos da cidade! Me traz paz.”