Reis Rodrigues – Foto: Reprodução/Instagram

Por André Aloi, Baárbara Martinez, Cecilia Madonna Young e Marcela Palhão

Para eles, moda é diversão. Combinações inusitadas, referências mil, maximalismos, achados que só olhos muito bem treinados conseguem garimpar. Influenciam porque são um sopro de novidade no mais do mesmo que toma conta das redes sociais, especialmente do Instagram.

Antenados, fazem do vestir-se um ato de humor, quase uma revolução, usando as próprias roupas como armas de liberdade. Mas o mais importante: influenciam porque são extremamente confortáveis em seus próprios looks. São verdadeiros, originais e não têm medo de ousar.

Bazaar aponta alguns dos nomes por trás da irreverência chic que dá um chacoalhão nas redes por aí:

Reis Rodrigues

“Aprendi que a moda faz mais sentido se procurarmos a origem dos movimentos, então busco sempre referências históricas em filmes, personalidades e livros”, conta a estudante de ciências sociais da Unifesp. Como uma boa integrante da geração Z, ela não esconde o poder da internet, principalmente das redes sociais, na moda do street style, da qual também acaba bebendo como inspiração. “A rua me atrai demais! Amo viajar e perceber como as diferentes culturas comunicam suas particularidades através do modo de vestir”.

Já quando opta por escolhas mais clássicas, Reis se permite ousar com toques criativos. Seu guarda-roupa possui uma infinidade de acessórios, escolhidos a dedo. “Brincos exuberantes, escarpins e peças em alfaiataria sempre me acompanham”, detalha ela, que diz se divertir criando seus looks no Instagram com o quadro Reels da Reis. “É onde consigo fazer coisas nada óbvias e, ainda assim, falar de moda”.

Vinicius Brum

Na sua bio no Instagram, o carioca Vinicius Brum já diz a que veio: be your own pattern (“seja seu próprio modelo”, em português). Define seu estilo como um reflexo de seu humor diário. “Compro o que gosto, o que vejo que combina mentalmente com outras peças que já tenho no meu guarda-roupa.” Em qualquer destino que chegue, pesquisa no Facebook “brechó/bazar”. “Sempre encontro ótimos estabelecimentos e peças!”. No Instagram, busca os posts patrocinados de marcas novas brasileiras.

Carollina Lauriano

Carollina Lauriano – Foto: Reprodução/Instagram

Para Carollina, a moda surgiu como uma ferramenta para comunicar não-verbalmente o que ela não conseguia externalizar por sua timidez. Com uma bagagem cultural extensa, não é surpresa que a curadora e pesquisadora encontrou no maximalismo uma forma de se manifestar. “Uso a moda como um espaço de coisas que acredito para o mundo: priorizo designers jovens, independentes e mulheres na hora de me vestir. Quanto mais me entendi no mundo, menos queria que fosse para o outro. Acho que deve ser satisfatório para mim”, conta sobre a evolução do seu estilo.

Ela enxerga a hora de se vestir como um momento de diversão, quebrando expectativas com combinações que não seriam óbvias em um primeiro momento. Sobreposições, silhuetas oversized e a alfaiataria masculina estão no topo da lista. E o complemento perfeito para este mix é um bom salto, que potencializa sua confiança. “Faz parte dessa comunicação não-verbal criar um ruído para estimular o pensamento das pessoas”. De Rihanna a desconhecidos que cruzam seu caminho, a personalidade é o fator em comum que inspira Carollina. “É muito mais fácil estar em um lugar de uniformização do que ir contra a maré e destacar sua personalidade”, finaliza.

Arthur Freixo

Arthur é adepto da abrangência de estilos diferentes, mas se vê mais em uma moda elegante e, em segundo plano, dramática urbana. Já começa dizendo que os seus looks são meio Frankenstein, com misturas de lugares e épocas diferentes em cada peça. Além de dar aquelas assaltadas no armário do seus pais, ele também é um grande fã de brechós: “Acho eles muito cool e sustentáveis. Tem toda uma filosofia por trás de comprar no brechó que é muito interessante.” Não esconde o amor e a predileção pela moda brasileira, mencionando marcas como Misci, LED e Alexandre Pavão.

Pam Barja

Fashionista, ela não tem medo de arriscar. Já trabalhou como assistente de moda, teve a própria marca e, agora, é influencer. Nessa boa passeada por esse universo, ela se permitiu ser quem gostaria na hora de criar seus looks. “O meu lema é conforto. A partir dele, crio visuais de acordo com meu humor: tem dias mais co-loridos, outros introspectivos”. Nesses dias específicos, a fashionista escolhe looks que não são muito exibidos em seu Instagram, que normalmente é repleto de cores, formas e texturas diferentes. “Uso preto, alguns looks bem preguiçosos. A máxima nesse dia é não pensar. Nesse caso, coloco o bom e velho combo jeans e camiseta”, entrega ela, fã de uma boa alfaiataria.

Essa compreensão da liberdade com o guarda-roupa veio desde muito cedo, quando seu pai a levava todos os finais de semana ao teatro. Ao final do espetáculo, Pam ficava esperando os atores saírem para vê-los com roupas que não fossem do figurino. “Isso foi um dos fatores para que eu linkasse o vestir com a arte e entendesse como podemos criar imagens diferentes a partir da moda”, diz Pam, que faz as suas combinações de cores inspiradas em alguma obra.

Luanda Vieira

Tudo o que a jornalista Luanda Vieira lê, assiste ou vê no seu entorno vira informação de moda. Como ela mesma define, na bio das redes sociais, sua especialidade é dominar como poucos o hi-lo oriundo do street style. Da rua às passarelas, a “mistura doida” é traduzida para o cotidiano. “Meu estilo é fora do padrão. Gosto de roupa larga, oversized. Durante muito tempo, quando não conseguia assumir que era lésbica, achava que a minha vontade de usar roupa larga ia interferir na forma que as pessoas iam me enxergar”, relata. Tinha medo que isso afetasse sua feminilidade.

Vestidos e macacões acompanhados dos colecionáveis sneakers e bolsas fazem parte de sua assinatura e estilo. Quando está toda de preto, os acessórios colorem o look. Às vezes, uma camiseta básica ganha status fashion com seus máxi acessórios ou ugly shoes como curingas. Macacões e conjuntinhos também não faltam no guarda-roupa. Das marcas queridinhas, está a coloridíssima The Paradise (comandada por seus amigos Thomaz Azulay e Patrick Doering), do Rio de Janeiro, ou a autointitulada label de Isaac Silva. “Sou uma pessoa da cor”, conta ela, convicta de que uma roupa pode operar milagres, como uma mudança no humor. “Mesmo que você não esteja naquele mood, acredito na cromoterapia. A cor te ajuda a levantar o dia, animar e tudo mais”, convence

Luiza Mallmann

A estilista da Ryzí, fashionista até o último fio de acessório, costuma dizer que surfa a onda do lado contrário. Desde pequena, adotava fases temáticas ao se vestir: tudo néon, um look monocromático, all jeans. Sempre um chapéu ou um sapato diferente na composição. “Lido com meu guarda-roupa como se fosse uma coleção”, conta Luiza. “Minhas roupas são catalogadas no armário”. Sua moda, onde tudo é inspiração, de personagens da Disney às viagens que faz, desemboca nas melhores combinações de cores, estilos e estampas.