Balmain, Pre-Fall 2023 – Foto: Divulgação

Quando Pierre Balmain contratou Karl Lagerfeld como aprendiz em 1955, poucas sugestões do jovem alemão foram, de fato, revolucionárias na casa. Algumas delas, como as estampas de leopardo, entraram discretamente para o repertório da maison antes de serem resgatadas com opulência por Olivier Rousteing, atual diretor-criativo da casa. A palavra, aliás, define coleção mais recente da marca, para a temporada de pre-fall 2023, onde as referências ao luxo que reinou chez Balmain por décadas são várias.

Apesar da homenagem cada vez mais recorrente, o animal print não dominou dessa vez. Ao contrário, os protagonistas foram os cristais. Em óculos, bolsas, bordados e vestidos, as aplicações dão à nova coleção um verdadeiro feeling de couture que, apesar de desviar dos visuais clássicos mais associados com o fundador da casa, não fogem à ideia de glamour que o próprio adotou nas décadas de 1960 e 1970, quando começou a vestir a rainha Sirikit da Tailândia.

Os lenços de seda, criados por Balmain há 50 anos, retornam imaculados em looks drapeados, túnicas e saias. O mesmo vale para o monograma P&B, criado na década de 1970, em que as iniciais do estilista formam um labirinto.

Rousteing, à frente da casa há 12 anos, reviveu a padronagem em 2020 e, desde então, ela se tornou uma obsessão não apenas sua, mas de todo seu “Balmain Army” (o exército Balmain, como é conhecida a base de fãs da marca). Em tamanhos exagerados e micro, as estampas nas roupas e acessórios revelam a paixão latente do estilista pelo mestre-fundador.

Ainda assim, nada é feito com nostalgia: ombreiras pontiagudas e acessórios de impacto seguem por aqui para lembrar que Rousteing continua dono do olhar fresco e twist jovial que conquistou a moda anos atrás.