Giulia Be – Foto: Diego Rodrigues, com styling de Anita Rodrigues, assistência de styling de Ana Cecília Rodrigues e Rafael Kadi, beleza de Mario Marques e assistência de beleza de Yanthi Brignol

Carioca radicada em São Paulo, a cantora e atriz Giulia Be lança o álbum “Disco Voador” ao mesmo tempo em que estreia nas telinhas da Netflix no filme “Depois do Universo”. Bazaar passou 24 horas com a artista. Conheça sua rotina:

Sou uma pessoa noturna, mas tenho acordado exatamente às 8h08. Uma coisa que sou muito ligada é em hora igual, essa sincronicidade de números repetidos. Levanto e me alongo todas as manhãs, como se fosse praticar algum esporte olímpico. Aprendi com a minha mãe. Meu cérebro demora pelo menos uma hora para dar aquele start e entrar no CPF (risos). Até lá, fico entre o Brasil e as estrelas. Faço respiração de ioga. Me deixa pronta para começar o dia e me ajuda muito com a ansiedade. Meu skincare tem dois pontos: limpeza e hidratação com protetor solar. Menos é mais! Depois disso, vou apagar os incêndios do WhatsApp.

9h09

Não gosto de comer, mas tomo um suco verde ou de laranja com mamão. É importante ter alguma coisa no estômago para não passar mal.

10h10

Faço reuniões pela manhã, porque dá tempo de fazer minhas atividades ao longo do dia enquanto tudo o que organizei está sendo ajustado. Me envolvo em todas as partes de produção de conteúdo – desde post e stories do Instagram até videoclipe. É um trabalho dinâmico porque são muitas reuniões com diferentes profissionais.

11h11

Reunião com a gravadora para falar sobre o lançamento do “Disco Voador” (produzido no Rio de Janeiro por Paul Ralphes e Gabriel Lucchini). É o meu primeiro disco – termo usado para se referir ao vinil – , e apesar de não terem tantos lançamentos físicos, faz sentido porque sou consumidora. Além disso, essa dimensão extra (terrestre) é algo fascinante.

12h12

Passei por uma transição e um despertar espiritual, me conectei mais com Deus e com a minha fé, utilizando-a para me manter estável e alinhada à saúde mental. Passei por muita coisa no último ano, que me fez enxergar o mundo de uma maneira diferente e me sinto pronta para dividir através desse trabalho.

Giulia Be – Foto: Diego Rodrigues, com styling de Anita Rodrigues, assistência de styling de Ana Cecília Rodrigues e Rafael Kadi, beleza de Mario Marques e assistência de beleza de Yanthi Brignol

13h13

Amo arroz sete grãos – muitas coisas com grãos, peixe pargo com bastante sal, apesar de meus médicos não gostarem dessa informação (risos). Também peço bastante água de coco pelo delivery. Como carne vermelha apenas duas vezes na semana. Adoro picanha e arroz biro-biro, e minha comida favorita é arroz, feijão, bife, batata frita e farofa. De sobremesa, brigadeiro também com farofa, nesse caso de biscoito Maria!

14h14

Tomo um café para dar um up na energia e é um momento para cuidar de mim, seja para encaixar a ioga – se não tiver feito pela manhã -, sauna como processo meditativo ou pintar as unhas, o famoso ‘modo avião’. Respeito muito esse tempo e faço isso hoje em dia porque, no passado, não conseguia estar presente. Nem sempre tenho esse luxo, às vezes tem de ser mais para o fim do dia. Também pratico kickboxing e musculação, mas nada muito pesado.

15h15

Meu cérebro começa a funcionar para criar e fluir as ideias. Nos últimos meses, era o horário em que estaria a caminho do estúdio.

17h17

Tirava um break enquanto estavam compilando as minhas vozes, ficava uns 40 minutos pensando no álbum. Me isolava desse processo para respirar e tomar um açaí com banana e leite ninho. De vez em quando, uma batata frita do McDonald’s.

19h19

Na hora de voltar para casa, aproveito para jantar. Estrogonofe de carne com batata palha é sempre uma boa pedida ou sopa de feijão. Se for comer um brigadeiro à noite, pelo menos comecei com um suco verde. É sobre equilíbrio (risos). Passei uma temporada no Rio de Janeiro na casa da minha avó Tânia (Oiticica) e foi muito legal essa conexão. Ela ama Rita Lee e Tim Maia, tem CDs, ouvíamos antes de ir para o estúdio. Eu a convidei para uma cena do filme “Depois do Universo” (do qual Giulia é protagonista), da Netflix, o diretor Diego Freitas me pediu alguém para dar um close. Ela é uma grande inspiração, foi atriz, uma mulher à frente do tempo. O longa foi gravado em São Paulo, em outubro do ano passado, e finalizado em janeiro. Estou super animada para sentar no sofá e botar minha carinha por duas horas na televisão. O exercício do ator de se doar para viver a experiência humana, contar uma outra história, é algo muito profundo e sensível. Dei meu melhor para a Nina, tive muito apoio e fui na confiança porque fiz teste para estar nesse filme. A conexão com a música foi meu maior ponto de encontro.

20h20

Uma vez por semana, faço terapia thetahealing, com meditações guiadas, em que o cérebro se torna mais maleável para olhar para traumas e transformar crenças limitantes, que talvez ainda estejam enraizadas dentro da gente. Transformou meu olhar para a espiritualidade. Sou católica, cresci indo para a igreja, mas minha fé se desenvolveu de maneira diferente. Saiu de um ritual, e se ligou a um porquê. Acredito em muitas coisas. Por mais que seja católica e meus processos religiosos se encaixem nisso, comecei a ler muito sobre budismo, taoísmo e espiritualidade.

Giulia Be – Foto: Diego Rodrigues, com styling de Anita Rodrigues, assistência de styling de Ana Cecília Rodrigues e Rafael Kadi, beleza de Mario Marques e assistência de beleza de Yanthi Brignol

22h22

Meu namorado (o americano Conor Kennedy) não está sempre aqui, pois está terminando o último ano de faculdade. Mas fazemos as mesmas coisas de quando estamos junto em chamadas por Facetime: assistimos a um filme, série (a favorita do momento é “House of The Dragon”) e vídeos no YouTube, ficamos rindo por horas, falamos sobre a vida e assuntos mais complexos.

23h23

Se ainda não voltei ao WhatsApp, falo com a minha mãe (que é também sua empresária) para pontuar o que foi feito e os passos seguintes. Tem uma frase, que amo e repito todo dia: a gratidão torna suficiente tudo aquilo que a gente tem. Aplaudimos as conquistas dos outros o tempo inteiro, mas colocamos um crivo tão alto para nós, que não conseguimos superar expectativas. Aprendi a melhorar esse diálogo interno. É o momento que mais escrevo música, pois não tem nada me perturbando. Vou dormir, geralmente, por volta de 2h, com frequências meditativas solfège, que podem durar oito horas e me guiam até acordar.